segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Direitos e Deveres

Quem não respeita o direito alheio, invoca muitas vezes a arrogância, ou a falta de delicadeza, de quem o quer exercer, como desculpa para o seu abuso ou como argumento para censurar quem legitimamente quer usufruir do mesmo. É muito triste constatar que ainda existem pessoas que não respeitam as poucas medidas que esta nossa sociedade ainda tenta assegurar para defender os mais fracos; as crianças, as grávidas, deficientes e idosos.
Passei hoje por uma situação dessas num hipermercado Continente. Duas pessoas acusaram-me de arrogante pois, na opinião deles, deveria ter pedido licença para lhes passar à frente quando o que fiz foi dirigir-me à caixa informando que queria exercer o meu direito de atendimento prioritário, numa caixa que se encontrava devidamente assinalada como tal, e uma vez que levávamos connosco a nossa bebé de 24 meses. A senhora da caixa deixou-nos passar à frente de duas senhoras estrangeiras, que iriam ser atendidas de seguida, mas estes dois senhores, que se encontravam mais atrás na fila (que totalizava cerca de 10 pessoas), insistiram em fazer-nos sentir mal por termos exercido o nosso direito. Provocaram-me, insistindo na minha arrogância e fazendo alegações relativamente à minha inteligência, como se fosse um qualquer oportunista, e fazendo questão de demonstrar o seu desagrado por lhes ter passado à frente.  Estes dois senhores incomodaram-me de tal forma, que me enervei e acabei por perguntar a um deles se tinha filhos. Respondeu que sim, ao que repliquei que já se devia ter esquecido desse tempo. Acabei referindo que talvez um dia, se viesse a ser deficiente ou apenas mais idoso, viesse a perceber a minha indignação.
Aqui fica este meu desabafo e o meu pedido de desculpas, por não ter conseguido manter um sorriso e uma atitude mais cordial perante esta adversidade. É claro que este pedido de desculpas é apenas dirigido às restantes pessoas, felizmente a maioria, que apesar de também se encontrarem na fila não se manifestaram de forma alguma.

Apesar de situações como esta, a Vida é Bela (e amarela)!

Nota: Não sendo esta situação particularmente grave, acredito num Futuro mais harmonioso, em que o exercício dos direitos de uns, será melhor articulado com o exercício dos deveres de outros! E todos temos direitos e deveres...
:)
Obrigado,
Manuel Filipe Santos.

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