segunda-feira, 16 de julho de 2018

O Santíssimo Nome de Jesus



A minha mãe tinha este pequeno cartão na sua mesa de cabeceira que me chamou a atenção. No seu verso podia ler-se o seguinte:


Quando lhe perguntei pela origem do cartão referiu-me que já o tinha há uns tempos e que gostaria de ter o livrinho. Porque me despertou a curiosidade disse-lhe que o iría procurar na FNAC mas sabia que não seria fácil. Assim, fiz antes uma pequena pesquisa na Internet e encontrei. Deixo aqui o link para quem possa estar interessado. Contém muitos relatos que demonstram a grandeza do nome de Jesus.



domingo, 15 de julho de 2018

Vida


Vida

Sempre tive mais atritos com o meu pai do que gostaria mas hoje julgo que se deveram a ser mais parecido com que ele do que pensaria. Tudo aquilo que nele mais censurei estava presente em mim. A impulsividade, o distanciamento, a frieza, a rigidez, o rigor excessivo, o sorriso irónico, a infidelidade, a insensibilidade aparente, a indiferença e sobretudo a agressividade. A dor associada a estas impressões impediu-me muitas vezes de ver nele os atributos simétricos ou complementares que também nele sempre existiram; o seu outro lado. O lado da perseverança, da entrega, da paixão, da vontade, da disciplina, da alegria, da esperança, de todas as suas grandes virtudes como autêntico guerreiro. Só valorizei devidamente essas suas características durante a fase em que esteve doente e depois da sua partida.

Este lado “bom” do meu pai, apesar de sempre ter feito parte da sua essência, sempre foi para mim menos relevante do que os restantes "atributos" que lhe "atribui". Os atributos que para mim sempre foram mais importantes estavam com a minha mãe e foi sempre com ela que mais me identifiquei, pois sempre me considerei mais parecido com ela do que com o meu pai. O carinho, a atenção, a compaixão, a disponibilidade, a empatia, o sorriso genuíno, a sensibilidade e a generosidade.

Mas hoje sei que em todos nós podemos encontrar o preto e o branco, a luz e as trevas, o sim e o não. Cabe a cada um de nós, cabe-me a mim, decidir o que quero fazer em cada instante. Cabe-me a mim, em cada instante, dizer sim ou dizer não, sorrir ou fazer cara feia, ouvir ou gritar, ligar ou desligar, sentir ou fugir, amar ou destruir e essa decisão é “minha”. O caminho é construído com a riqueza da diversidade de cada um dos nossos contributos.

Mas só eu sou responsável por cada uma das decisões que tomo em cada instante da minha vida e a ninguém mais posso responsabilizar pelas consequências das mesmas. Essa é a beleza e a grandiosidade da Vida: Tenho a Liberdade para decidir em cada instante, com as respectivas condicionantes, o que quero fazer ou não. E mesmo que essa decisão não tenha aparentemente impacto no mundo exterior, tem sempre um enorme impacto na forma como eu vejo esse mesmo mundo, do qual eu sou, portanto, o primeiro obreiro e o maior beneficiário. Os pensamentos que eu planto neste meu mundo, vão exactamente dar origem aos frutos que irão ser colhidos, algures no futuro.

Se eu associo ao meu pai, ou a qualquer outra pessoa, uma imagem de agressividade, é inevitável que no meu relacionamento com essa pessoa, essa imagem surja permanentemente. Cabe-me, portanto, a mim, eliminar essas associações, sempre de acordo com a minha capacidade e sempre com o máximo bom senso.

A verdade é que se eu nada fizer, tudo seguirá, com grande probabilidade, o seu rumo mais natural. Se eu acredito que algo deve ser transformado, devo, portanto, construir essa mudança, partindo sobretudo de mim. Aplicando essa transformação em mim e sabendo que ela também ocorre no meu exterior, em quem me rodeia.

Resumindo e citando Neale Donald Walsch, se todos «compreendessem de uma vez por todas que “todos somos Um”» (*), então seria quebrada a maior das ilusões que é a da separação. Acredito, portanto, que a maior vitória na Vida consiste em, partindo dessa mesma consciência, transformar a minha Vida, dando-lhe um sentido, o sentido do Amor, o sentido da União, da Paz e do regresso a tudo aquilo que nos liga, que sempre nos ligou e sempre nos vai manter juntos.

Amén.

Manuel Filipe Santos
Oeiras, 15 de Julho de 2018.

(*) Juro por Deus (pág. 23) Neale Donald Walsch e Brad Blanton 1ª Edição de 2004 / ISBN 972-711-575-6


terça-feira, 3 de julho de 2018

Devagar se vai ao longe



Hoje deixei a minha mãe na praceta onde mora e, como não havia lugar para estacionar, preparei-me para ir procurar lugar noutro lugar pois precisava de lá ir buscar uma coisa mas não queria perder muito tempo. 

Reparei que a minha mãe conversava com uma senhora que eu não conhecia mas deduzi que moraria no nosso prédio. Por uns instantes questionei-me sobre que conversariam, enquanto olhava para as duas. Talvez falassem sobre o condomínio... Foi engraçado porque me recordo de ter hesitado, enquanto olhava para ambas, como que impelido a interromper a sua conversa movido pela curiosidade de saber o tema da conversação. No entanto, a pressa de estacionar levou-me a carregar no acelerador e estacionar no lugar mais próximo que encontrei: na praceta ao lado. 

Quando voltava para a casa da minha mãe reparei que agora havia um lugar vazio. Não me foi muito difícil de perceber que aquele lugar era do carro da senhora com quem a minha mãe falava.

Devido à minha pressa, não me permiti entender que aquela senhora estava prestes a sair, o que me teria poupado uns preciosos minutos de tempo, alguns mililitros de gasolina e algumas calorias ao meu já idoso corpo.

Um novo dia e uma nova lição: devagar se vai ao longe.

Oeiras, 3 de Julho de 2018
Manuel Filipe Santos