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domingo, 12 de abril de 2020

Sonho de um Confinamento (CORONA)

Ontem à noite, pendurado em meus pensamentos Desabei num sono profundo Tive um sonho tão real De que um vírus mortal se espalhava pelo mundo E para conter sua disseminação, a única solução Era a reclusão total Cada ser humano foi obrigado A viver em casa confinado e manter distância social      Como para os mais velhos a doença era mais fatal   Até pais e filhos, netos e avós Tinham que ficar a sós, pra preservar os seus parentes   E assim o mundo todo parou Pelos 5 continentes As ruas ficaram assustadoramente tranquilas Só nos hospitais haviam filas Pra cuidar dos mais doentes  Foi uma loucura sem precedentes Mas que estranhamente fez a gente despertar Só vamos vencer essa guerra Se todos no planeta terra Resolverem se ajudar   Essa Pandemia revelou nossa insignificância Destronou nossa arrogância e ambição Agora podíamos ver com mais clareza, nossos erros e fraquezas Sob as lentes aumentadas da solidão   Você aproveitou bem o seu tempo Ou foi escravo da hora? Você abraçou quem te ama suficiente Pra não sentir remorso agora? Sozinhos com nós mesmos Finalmente tínhamos tempo de sobra pra refletir Mergulhar dentro de si e perceber Que existe um nirvana Dentro de cada alma humana   Que ego não deixa ver   E que o outro, é meu eu mais sensível, alojado em outro corpo Afinal, de que vale conquistarmos o mundo se no fundo continuamos sós De que vale acharmos vida fora da terra se falharmos ao achar a vida em nós?  É como se nossos avós, dentro dos hospitais, nos dessem conselhos Larguem seus celulares, não vale a pena viver por aparelhos? A vaidade é um prejuízo, que nos faz perder juízo E se afogar que nem Narciso no reflexo dos espelhos! O rico que via o funcionário com desprezo Agora em seu condomínio preso Finalmente descobre O quanto depende do pobre E o quanto seu trabalho tem dignidade Lixeiro, porteiro, enfermeiro, faxineira, motoboy Viu em cada um deles um super-herói Que salva todo dia nossa sociedade E assim questionou as injustiças sociais Pois se somos todos iguais Porque a maioria não tem escolas e hospitais de qualidade?   O medo da morte nos trouxe igualdade Não havia mais ideia de estrangeiro Chinês, brasileiro, Italiano  Nossa pátria é o ser humano Nossa nação é o mundo inteiro Judeu, Cristão e muçulmano Se uniram em uma só crença   O pior dos males é a indiferença E a maior doença é a falta de compaixão Nossa riqueza, sejamos francos Não está guardada nos grandes bancos    Mas acumulada nos cofres do coração   E quando a epidemia acabou Vi estranhos pelas ruas se abraçando E as famílias de alegria chorando   Por poderem enfim darem as mãos   Quando acordei tive a impressão que esse sonho foi realidade Como se a gente tivesse que passar por aquela dificuldade Pra recuperar nossa sanidade Por isso, se alguém um dia reclamar que o tempo não é o bastante E dizer que o dinheiro é o mais importante Peço por piedade Diga praquele que reclama Quanto vale o abraço de quem ama E que sozinho não há felicidade Conte pra eles sobre o dia Em que uma pandemia desafiou nosso egoísmo e vaidade   Conte a eles que só foi possível Enfrentar esse exército invisível Com empatia e humildade Pois nem todo armamento nuclear É capaz de exterminar Esse inimigo que nos invade Não, não foram armas nem tiros No fim quem venceu esse vírus Foi a força da solidariedade Talvez a solidão me enlouqueceu E tenha sido delírio meu Pensar que o ser humano tem jeito Mas se por acaso algum sujeito Sonhou o mesmo sonho que eu Então ele ainda pode ser verdade E eu peco por favor Pra que todo sonhador Espalhe o vírus do amor No peito da humanidade

fonte: Fabio Brazza ( Youtube )