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segunda-feira, 29 de maio de 2023

Todos precisamos de perdão

Nosso desígnio, inconfessado, mas claríssimo, passa a ser atravessar a vida (e o que nos resta dela) com o estatuto de vítima. 


A nossa cabeça de pessoas crescidas é complicada. 


Descobrimos que há um prazer em listar achaques e traições, e se a minha chaga puder ser maior do que a tua tanto melhor, isso reforça o meu estatuto. A verdade é que se não tomarmos atenção, a desgraça íntima torna-se um escanzelado pódio onde nos blindamos. Penso que uma viragem se opera quando aceitamos perceber que somos todos vulneráveis. É fácil reproduzir um esquema dialéctico em que somos a vítima e o outro agressor e esquecer que ele também é atravessado pelo sofrimento. De fato, não raro, a agressão é uma linguagem desviada para exprimir ou para dissimular a condição de vítima. 


Um necessário caminho é reconhecer que naqueles que nos ferem (ou feriram) há também bloqueios, mazelas e opacos novelos. Se não nos amaram, não foi necessariamente por um ato deliberado, mas por uma história porventura ainda mais sufocada do que a nossa. Não se trata de desculpabilização, mas de reconhecer que naquele que não me fez justiça ou não me devolveu a cordialidade que investi existe alguém provado pelo limite. E que a ferida agora acesa não se destinava a mim especificamente: era um magma de violência à deriva, à beira de estalar.


Todos precisamos de perdão.

Perdoar é crer na possibilidade de transformação, a começar pela minha.


Muitas vezes a aproveitamos, a dor, para nos instalarmos nela. Preferimos ficar a esgravatar na ferida, a comer diariamente o pão velho da própria maldade, em vez de termos sede de beleza, desejo de outra coisa. Parece que aquilo que aconteceu (e de mal, ainda por cima) saciou-nos completamente. As ofensas recebidas revelam-nos um duro e irônico retrato de nós. Ora, para perdoar é preciso ter uma furiosa e paciente sede do que (ainda) não há. O perdão começa por ser uma luzinha. E é bom insistir e esperar. O sol não brota de repente. Essa demora é uma condição da sua verdade.

Tolentino

terça-feira, 4 de abril de 2023

O perdão de plástico (José Luís Rodrigues)

Escrever na água - O perdão de plástico

O perdão de plástico é aquele que anda sempre na boca, mas que nunca se vê no concreto das ações quotidianas e não nasce no coração.

O perdão de plástico desbobina conversa fiada e desconexa, por exemplo, alguém com mais de oitenta e mais anos confessar que desobedece ao pai e à mãe, porque desde a infância lhe ensinaram a dizer isso e nunca mais deixou de o fazer.

O perdão de plástico é aquele que se inventa pecados ou aquele que faz tudo ser pecado para desbobinar diante de um padre, onde tantas vezes dominou a diabolização da afetividade e a sexualidade com o chicote do moralismo e do fanatismo patéticos. 

O perdão de plástico é aquele que os clérigos insistem ser a única forma, imagine-se, de Deus perdoar. Os meus caros leitores estão a pensar na confissão individual feita a um padre e estão muito certos. Só essa formula e forma é a única verdadeira de Deus perdoar para o clericalismo, por isso, estão a ficar sós nos confessionários a gastar tempo, que poderia servir para ler e preparar-se devidamente para as homilias. Andar a afunilar numa única via a reconciliação com Deus é deixar à fome multidões imensas de cristãos e permitir que cresça ainda mais a multidão daqueles que perdem todos os dias a consciência dos limites e a insensibilidade perante os valores éticos.

A chamada «confissão auricular», a confissão aos padres, está moribunda, caminha para o fim. Mas a teimosia do clericalismo mantém-na com a ilusão de que as pessoas ainda virão e que precisam dela como pão para boca. Podemos aceitar que há ainda um resto de Israel, os mais idosos, os que viveram a vida inteira com os «berros» de que Deus era castigador e que se fartava de mandar gente para as labaredas do inferno. Esse discurso, felizmente, hoje não pega. As pessoas cresceram e autonomizaram-se.

O perdão que eu chamo de plástico felizmente está em vias de extinção. Porque a maioria das pessoas amadureceu e esclareceu-se quanto ao seu acreditar. Por isso, concebe um Deus misericórdia, cheio de ternura pela vida e que não manda nem nunca mandou ninguém para a condenação, não é da vontade do meu pai que ninguém se perca, disse Jesus.

Não devia assustar-nos assumir a ousadia de encarar várias formas de reconciliação. Por exemplo, o perdão comunitário, aquele encontro que é aquecido pela igualdade de circunstâncias, isto é, aquele que nos consciencializa que estamos todos no mesmo barco, para a salvação se não continuarmos a estragar a vida e mundo. 

A perdição ilusória de uma existência fora da realidade concreta deste mundo não existe. Ousar uma multiplicidade de formas de reconciliação devia ser neste momento um dos principais focos de todos nós. Porque não quer dizer que a crise da confissão sacramental individual traga o fim da necessidade da reconciliação. Pelo contrário, esta necessidade hoje é cada vez mais premente no coração das pessoas. 

É grave a teimosia de não reconhecer várias formas de encontro e de reconciliação, onde cada um no uso das suas faculdades procure pelos seus próprios pés a possibilidade de reconciliação que melhor lhe dá resposta. Eu incentivo isso e fico feliz que cada um se reconcilie como muito bem intender sem intermediários. Mas nada contra se alguém prefere essa via. Deve fazê-lo. Estou também plenamente disponível para este serviço.

Deus é a plenitude do perdão. Diante de qualquer manifestação, mesmo que seja ínfima, de arrependimento e propósito de emenda, Deus não sabe fazer outra coisa senão perdoar.

Sejam bem-aventurados todos aqueles que todos os dias sempre que necessário retomam o caminho da fraternidade com aqueles que habitam o mesmo teto e compartilham o mesmo espaço do trabalho. Não há melhor sacramento da confissão do que este. 

JLR

fonte: Mural de Pe José Luís Rodrigues 



segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Talvez…

Talvez, neste momento, a tua viagem não se trate de amar alguém… talvez, a tua viagem se trate de amar a todos e, sobretudo de amar a ti mesma. Talvez, este seja o momento em que a vida te desafia a seres tu própria. Não estejas triste. Eu sei que há momentos em que parece que tudo desaba e, nada parece fazer sentido. Mas, talvez, esses momentos te estejam a mostrar, que as pessoas que se afastaram de ti, só te levaram de volta a ti mesma. E, aqui estás bem. Estás a reconstruir-te, estás a adaptar-te e a concertar-te. Aqui estás a ser mais amável com a tua alma e estás a dar-te o mesmo tipo de amor que sempre deste aos outros. Não apresses o teu coração, até porque não dependes de outro ser humano para te ofereceres amor. Mas com Deus, o teu coração cicatriza das dores e enche-se de amor, perdão e cuidados. Com Deus, o teu coração sara das dores e, lembra-te que, afinal, a felicidade e a paz, sempre dependem de estares bem contigo mesma. Dizer que a vida é bela na tua fase mais escura não vai mudar nada. Porque dizê-lo é mais fácil do que crer. Mas se crês, talvez, entendas o verdadeiro sentido desta vida. A vida é bela não pelo que tens, mas pelo que tu dás. A felicidade podes encontrá-la nos pequenos gestos diários, nos silêncios que se escutam e até nos vazios cheios. Sabes, a vida é realmente bela se tratas de viver a felicidade e não de a perseguir. Um dia muito feliz para todos com Deus no coração🙏🍀❤️

~Pe Ricardo Esteves

Padre Ricardo Esteves



sábado, 10 de setembro de 2022

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Perdão de Assis


Todos os fiéis que visitarem qualquer igreja franciscana, em qualquer lugar do mundo, desde o meio-dia de 1º de agosto até a meia-noite de 2 de agosto, poderão obter a assim chamada Indulgência Plenária da Porciúncula. 

MAS ATENÇÃO: 

Não basta, obviamente, fazer a vista. É também necessário cumprir as condições habituais para se ganhar qualquer indulgência plenária, ou seja: 

1. A confissão sacramental, feita desde alguns dias antes até alguns dias depois de realizado o ato enriquecido de indulgência, e acompanhada pela firme rejeição de todo pecado e afeto ao pecado, inclusive venial; 

2. A comunhão eucarística; 

3. A oração pelas intenções do Papa, podendo ser, por exemplo, um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória.

fonte: Aleteia

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Perdão

Eu Acredito

[Breve contemplação antes de adormecer] O Papa Francisco chegou ao Canadá numa peregrinação penitencial, para pedir perdão por todo o mal feito pela Igreja Católica aos Indígenas nas casas de correcção. À chegada, houve um cântico indígena. Ao som de tambores, ecoava o lamento de tantos. O Papa emocionou-se. Não houve discursos, mas gestos. Vi em directo. Este tocou-me particularmente. Imaginei um título: o Lava-Pés num beijo de encontro.

Paulo Duarte 

quinta-feira, 14 de julho de 2022

A Cabana

O meu filme preferido para o tema do perdão 

(trailer do filme)
Li o livro de que gostei e acho que o filme lhe fez justiça.
Aqui partilho o link para o YouTube...

2022.07.19 03h03 Acabei agora mesmo de ver outra vez o filme. Deve ter sido a quarta vez que o vi e julgo que foi a vez que mais me emocionou. É uma verdadeira obra de arte. A primeira vez que o vi foi no cinema, em 2017, e estava ansioso por assistir pois tinha adorado o livro. Não percam porque é uma preciosidade, sobretudo na abordagem do tema do Perdão. Amém.  

domingo, 10 de abril de 2022

Boa noite Putin

 
Decidi não divulgar este post, com gratidão a PB.
A personalização deve ser sempre evitada.
Todos erramos e todos merecemos Perdão.
Qualquer situação tem sempre muitos pontos de vista.
Personalizar dificulta a resolução de um conflito…
( 2022.04.11 )

Boa noite Putin,

Peço a Deus que te perdoe,
pois tenho de confessar
que a cada dia que passa
mais isto custa aguentar.
Erraste tremendamente,
mas persistes na tua "operação",
insistindo na pretensão
de resgatar quem te não quer.
Comecei por ter pena de ti
mas hoje já não sei bem que sentir,
pois me é ainda muito difícil amar
quem na bestialidade insiste ficar.
Só posso terminar esta prece
acreditando que um dia terás
perante a tua consciência de estar,
lamentando que esse dia não traga de volta
as vidas perdidas sem par… 

Adenda 2022.04.11:

Boa tarde Putin,

Peço-te, pelo Amor que possas ter a Deus,
Que faças tudo o que esteja ao teu alcance 
Para reverter esta situação 
Em que o mundo se encontra
Obrigado 🙏 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

sobre mágoa e ódio

Pode haver muitos motivos para a mágoa. Mas não há nenhuma justificação para o ódio. A mágoa nem sempre depende da vontade; mesmo que se tente evitá-la, ela surge. Já o ódio acaba por constituir uma opção. Bernard Shaw avisa: «O ódio é a vingança do cobarde». O ódio configura uma cedência ao negativo. É querer devolver o que se sofreu. Nada como seguir em frente!

fonte: JAPT