sexta-feira, 19 de março de 2010

Quetiapina

A Quetipina é indicada para o tratamento da esquizofrenia, bem como para as fases maníacas e depressivas associadas ao transtorno de humor bipolarem monoterapia ou como coadjuvante. Por vezes é utilizado off-label, muitas vezes como um acréscimo agente, para tratar essas condições como transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático, síndrome das pernas inquietas, o autismo, o alcoolismo, síndrome de Tourette, e tem sido usado por médicos como um sedativo para as pessoas com distúrbios do sono ou ansiedade.

Em estudos comparativos, a Quetiapina demonstrou ser tão eficaz quanto outros agentes antipsicóticos, tais como clorpromazina e haloperidol.

Em estudos clínicos, a Quetiapina tem demonstrado ser efetiva como monoterapia ou em terapia adjuvante na redução dos sintomas de mania em pacientes com mania bipolar.

Em dois estudos clínicos (BOLDER I e II), os quais incluíram pacientes com transtorno bipolar I, bipolar II e pacientes com ou sem curso com ciclagem rápida, a Quetiapina tem demonstrado ser efetiva em pacientes com depressão bipolar.

A segurança e a eficácia da Quetiapina não foram avaliadas em crianças e adolescentes.
in http://pt.wikipedia.org/wiki/Quetiapina

Divalproato de Sódio

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O divalproato de sódio é um medicamento antiepiléptico que vem sendo usado freqüentemente nos transtornos do humor. Existem fortes evidências de eficácia em mania aguda e algumas evidências de eficácia profilática no transtorno afetivo bipolar. Pode ser uma droga útil no tratamento e profilaxia de episódios depressivos. Tem sido sugerido como primeira escolha para mania disfórica e estados mistos. Parece ter eficácia específica para ciclagem rápida. Doses orais de ataque podem ter eficácia rápida na mania aguda. A tolerância e segurança do divalproato estão bem estabelecidos no tratamento de pacientes epilépticos, e em estudos recentes os pacientes com transtornos do humor apresentaram reações similares aos pacientes epilépticos. O divalproato de sódio parece ser mais bem tolerado que o lítio. Os principais efeitos colaterais são do sistema gastrointestinal e neurológico, enquanto que reações adversas graves como pancreatite e hepatotoxicidade são extremamente raros, geralmente associados a politerapia. O divalproato é uma droga segura em superdosagem. O divalproato pode ser considerado um útil, seguro e bem tolerado tratamento do transtorno afetivo bipolar.
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Superdosagem
O valproato pode ser considerado uma droga segura na superdosagem. Os casos de superdosagem raramente estão associados com evolução fatal (Balfour & Bryson, 1994). A manifestação clínica mais comum nestes casos é depressão do sistema nervoso central, desde sonolência até coma, sendo necessário suporte clínico intensivo, com especial cuidado para a manutenção da diurese adequada. Hemodiálise e hemoperfusão concomitante diminuem rapidamente os níveis séricos, melhorando as condições clínicas (Tank & Palmer, 1993). Administração de naloxone reverte a depressão do sistema nervoso central (Balfour & Bryson, 1994). O uso da formulação de liberação entérica pode postergar os efeitos tóxicos do valproato em várias horas, como foi descrito em um relato de caso (Brubacher et al., 1999).
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Tratamento profilático do transtorno bipolar
Há poucos estudos avaliando a eficácia do divalproato de sódio no tratamento profilático do transtorno afetivo bipolar. Estudos abertos com limitações metodológicas apresentaram resultados promissores com o uso do divalproato de sódio, quando comparado com lítio (Puzynski & Klosiewicz, 1984; Bowden et al., 2000b). Em um estudo que avaliou casos de pacientes em tratamento com lítio que apresentaram prejuízos cognitivos e funcionais, além de perda de criatividade, a troca por divalproato de sódio mostrou-se útil (Stoll et al., 1996). O primeiro estudo controlado com placebo comparando divalproato de sódio e lítio no tratamento de manutenção mostrou que não havia diferenças entre placebo e os dois medicamentos quanto ao número de episódios maníacos. Entretanto, alguns parâmetros de eficácia e tolerabilidade como maior duração da profilaxia bem sucedida e menor deterioração de sintomas depressivos foram significativamente superiores com o divalproato de sódio. Quando comparado ao placebo, o divalproato de sódio apresentou menor taxa de descontinuação do tratamento na presença de episódio afetivo (Bowden et al., 2000a). Alguns aspectos metodológicos deste estudo foram questionados, entre eles o fato que em todos os grupos houve uma redução dos episódios de mania em relação à freqüência estimada inicialmente, o que diminuiria estatisticamente o poder do estudo, sendo sugerido mais estudos sobre o tema (Bowden et al., 2000b). Outro problema apontado neste estudo foi a escolha da amostra, que por conta do uso de placebo, acabou por apresentar possíveis vieses, como selecionar pacientes menos graves e que possivelmente teriam menor taxa de recorrência, ainda mais num período restrito de 12 meses, exemplificado pela inclusão de apenas 12% dos pacientes potenciais para o estudo (Baldessarini et al., 2000). Estes mesmos autores reafirmaram, entretanto, o valor da publicação do estudo em questão, por possibilitar a avaliação das dificuldades de se realizar um estudo sobre manutenção de longo prazo no transtorno afetivo bipolar, e a importância do uso de placebo como controle metodológico, indicando a necessidade de se discutir a validade e viabilidade de novas opções de estudos de longo prazo.
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in http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol29/n1/42.html
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Sem comentários!!!...

Filipe.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Tobacco kiosk / Tabacaria (Fernando Pessoa)

Published on March 17, 2010 in News. 38 Comments
by Fernando Pessoa ( Portuguese poet, 1888-1935 )

in
http://paulocoelhoblog.com/2010/03/17/tobacco-kiosk/

Tobacco Kiosk
I am nothing
I shall always be nothing
I cannot wish to be anything.
Aside from that, I have within me all the dreams of the world.

Windows of my room,
The room of one of the world’s millions nobody knows about
(And if they knew about me, what would they know?)
Open onto the mystery of a street continually crossed by people,
To a street inaccessible to any thought,
Real, impossibly real, certain, unknowingly certain,
With the mystery of things beneath the stones and beings,
With death making the walls damp and men’s hair white,
With the Destiny driving the wagon of everything down the road of nothing.

Today I am defeated, as if I knew the truth.
Today I am clear-minded, as if I were about to die
And had no more kinship with things
Than a goodbye, this building and this side of the street becoming
A long row of train carriages, and a whistle departing
From inside my head,
And a jolt of my nerves and a creak of bones as we go.

Today I am bewildered, as one who wondered and discovered and forgot.
Today I am divided between the loyalty I owe
To the outward reality of the Tobacco Kiosk of the other side of the street
And to the inward real feeling that everything is but a dream.
I have missed everything.
And since I had no aims, maybe everything was indeed nothing.

What I was taught,
I go down from the window at the back of the house.
I went to the countryside with grand plans,
But all I found in it was grass and trees,
And when there were people, they were just like other people
I step back from the window and sit in a chair. What should I think about now?

I have dreamed more than Napoleon did.
I have held against the hypothetical heart more humanities than Christ.
I have secretly created philosophies no Kant has ever written.
But I am, and perhaps always should be, the one from the attic
Although I don’t live in it;
I shall always be someone not born for this;
I shall always be the one who just had qualities;
I shall always be the one who has waited for a gate to open next a wall without a door
And sang the song of the infinite in a poultry-yard,
And heard God’s voice in a blocked-up well.
Believe in myself? No, not in me and not in nothing.
May Nature be dissolved on my feverish head
Her sun, her rain, the wind that ruffles my hair,
And the rest, let it come if it must, it doesn’t matter.
Hearts in thrall to the stars,
We have conquered the whole world before leaving our beds.
But we were awakened and it was opaque,
We rose and he was strange to us
We left the house and it was the whole world,
And also the Solar System, the Milky Way and the Indefinite…

Eat chocolates!
Know there are no metaphysics in the world but chocolates.
Know that all the faiths don’t teach more than confectionery.
Eat, dirty one, eat!
If only I could eat chocolates with the same veracity you do!
But I think, and when I lift the silver paper of a leaf of tin-foil
I let everything fall to the ground, as I have done to my life.)

Musical essence of my useless verses,
If only I could face you as something I had created
Instead of always facing the Tobacco Kiosk across the street,
Forcing underfoot the consciousness of existing,
Like a carpet a drunkard stumbles on
Or a straw mat stolen by gypsies and worth nothing.

But the Tobacco Kiosk owner has come to the door and is standing there.
I look at him with the discomfort of an half-turned head
And the discomfort of an half-grasping soul.
He shall die and I shall die.
He shall leave his signboard and I shall leave my poems.
His sign will die, and so will my poems.
And soon the street where the sign is, will die too,
And so will the language in which my poems are written.
And so will the whirling planet where all of this happened.
On other satellites of other systems something like people
Will go on making something like poems and living under things like signboards,
Always one thing facing the other,
Always one thing as useless as the other,
Always the impossible as stupid as reality,
Always the mystery of the bottom as powerful as the mysterious dream of the top.
Always this or always some other thing, or neither one nor the other.

But a man has entered the Tobacco Shop (to buy tobacco?),
And plausible reality suddenly hits me.
I half rouse myself, energetic, convinced, human,
And I will try to write these verses in which I say the opposite.

I light a cigarette as I think about writing them,
And in that cigarette I savour liberation from all thoughts.
I follow the smoke as if it were my personal itinerary
And enjoy, in a sensitive and capable moment
The liberation of all the speculations
With the conscience that metaphysics is a consequence of not feeling well.

Afterwards I throw myself on the chair
And continue smoking.
As long as Destiny allows, I will keep smoking.

(If I married my washwoman’s daughter
Maybe I should be happy.)
Upon that, I rise. And I go to the window.

The man has come out of the Tobacco Kiosk (putting change in his trousers?).
Ah, I know him: he is Esteves without metaphysics.
(The Tobacco Kiosk owner has come to the door.)
As if by a divine instinct, Esteves turned around and saw me.
He waved hello, I greet him “Hello there, Esteves!”, and the universe
Reconstructed itself for me, without ideal or hope, and the owner of the Tobacco Kiosk smiled.

see also http://www.paulocoelho.com/

TABACARIA
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo
que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa
que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza,
sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo,
ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta
ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates
com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses
nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso
sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto
a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos
e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,

Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo
como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica
é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria
(metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança,
e o Dono da Tabacaria sorriu.
Álvaro de Campos, 15-1-1928
in Poesias de Álvaro de Campos

Os teus versos não morreram
e nunca morrerão.
Obrigado,
Filipe.

Irena Sendler (1910.02.15 - 2008.05.12)



Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia.

Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus.

Irena trazia meninos escondidos no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira, na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho). Também levava na parte de trás da camioneta, um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto.
Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruido que os meninos pudessem fazer.
Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.
Por fim os nazis apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas e os braços e prenderam-na brutalmente.

Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num frasco de vidro enterrado debaixo de uma arvore no seu jardim.
Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a família. A maioria tinha sido levada para as câmaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adoptivos.
No ano passado foi proposta para receber o Prémio Nobel da Paz... mas não foi seleccionada. Quem o recebeu foi Al Gore.

Não permitamos que alguma vez, esta Senhora seja esquecida!!
in received mail from unknown source

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see http://pt.wikipedia.org/wiki/Irena_Sendler
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Quando Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a infame prisão de Pawiak, foi brutalmente torturada. Num colchão de palha encontrou uma pequena estampa de Jesus Misericordioso com a inscrição: “Jesus, em Vós confio”, e conservou-a consigo até 1979, quando a ofereceu ao Papa João Paulo II.
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Movimento ao Serviço da Vida

É no nosso nome, Movimento ao Serviço da Vida, que se tem realizado e concretizado a nossa forma de ser, estar e agir. É dele que surge a nossa singularidade, pelo sem número de perspectivas que podem surgir no seu horizonte.

Não somos apenas uma instituição de solidariedade social, não somos apenas um movimento de aprofundamento da fé, nem um grupo de jovens, adultos ou idosos. Sermos MSV é sermos uma comunidade heterogénea de pessoas que, à semelhança das primitivas comunidades cristãs, querem viver alimentando-se do amor que de Deus provém, na oração, partilha e na formação cristã; querem viver esta fé no dia a dia, dando testemunho no lugar onde cada um vive, junto daqueles que de nós se aproximam; querem viver respondendo aos desafios que vão aparecendo e frente aos quais se sentem interpelados e chamados a agir, num campo de possibilidades tão amplo como aquele que o “serviço à vida” pode conter.

CONTACTOS
Rua da Assunção, 7 - 4º
1100-042 lisboa

tel:+351 213 223 430
tlm:+351 969 196 827
fax:+351 213 223 439

email:geral@msv.pt
in http://www.msv.pt/
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SEJA AMIGO.

As consciências tranquilas

"Como é que se consegue uma consciência tranquila? São curtas as hipóteses: defeito de fabrico, limitações afectivas, uma vida de prática de meditação, vinte anos de psicoterapia."
Há um ror de gente que se afirma de consciência tranquila. Habitualmente, o comentário surge em contextos em que há uma qualquer suspeição grave sobre um dado sujeito. Este, depois de esgrimir dois ou três argumentos, conclui que tem "a consciência tranquila", como se isso significasse o cúmulo da inocência. Alguns, mais populares, vão mais longe e afirmam que podem "dormir tranquilos" porque têm "a consciência tranquila".
Esta ligação directa do bem dormir às consciências tranquilas deve ser muito agressiva para os muitos milhares, quiçá milhões, de maus dormidores. A acreditar nos números dos medicamentos vendidos para ajudar ao sono; às queixas dos conhecidos e amigos que falam de insónias sempre à espreita, de sonos cheios de pesadelos ou povoados de sonhos desconfortáveis e recorrentes; são muitos os que têm a consciência pesada, mesmo que não tenham cometido nenhum delito, não sintam a mais ténue culpa de qualquer maldade recente, nem consigam estabelecer alguma relação entre o seu mau dormir e os seus comportamentos vigis.
Há imensas razões para não se dormir e também há algumas razões para se ter a consciência tranquila. As consciências tranquilas são, entretanto, fenómenos muito mais interessantes do que as más noites de sono. Como é que se consegue uma consciência tranquila?
São curtas as hipóteses: defeito de fabrico, limitações afectivas, uma vida de prática de meditação, vinte anos de psicoterapia.
Fora disto, há sempre qualquer coisa que nos ocupa e preocupa, qualquer coisa que achávamos que deveríamos ter feito e não fizemos, dúvidas bem alicerçadas sobre decisões que tomámos ou temos de tomar. A maioria das pessoas irrita-se, zanga-se, alimenta raivinhas de estimação, desconfianças várias, medos sortidos. Por tudo isso, sofre duplamente. Sofre com os sentimentos que experimenta e sofre com a falta de controlo que tem sobre si mesma.
Para saber isto tudo, tem que ter consciência dos seus estados de espírito e não pode, por isso, afirmar, em rigor, que vive de consciência tranquila. Mesmo que seja um dito de senso comum, não há como ser de bom tom invocar a consciência tranquila.

por Isabel Leal (Professora de Psicologia Psicoterapeuta)
in http://aeiou.caras.pt/psicologia-as-consciencias-tranquilas=f27366
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Verdade, Humildade e Solidariedade - João Ermida



Num momento em que valores como a Verdade, Humildade e Solidariedade se encontram completamente arredados do modo como são, actualmente, governadas as grandes empresas globais, é necessário lançar um alerta sobre a forma pouco clara como muitos dos máximos responsáveis das grandes corporações as têm dirigido. Veja-se como resultado deste tipo de comportamento alguns dos escândalos que têm assolado as páginas dos jornais em todo o mundo: caso Parmalat, Enron, Bolsa de Nova Iorque e mesmo o caso Millennium BCP, mais recentemente. De algum modo, estas organizações importaram os tradicionais jogos de poder dos partidos políticos que, no seu todo, são pouco ou nada produtivos. E é este o «jogo» que está a minar a forma de trabalhar das empresas, que faz com que hoje a mentira pareça mais respeitada do que a verdade; que faz com que os interesses dos seus accionistas e trabalhadores sejam deixados para último plano. Este livro pretende dar a conhecer aos actuais e futuros gestores as ferramentas para lidar com a actual crise de valores que prolifera nas empresas globais. É preciso «humanizar» as empresas para que estas deixem de procurar o êxito rápido a qualquer preço! Criar uma cultura de negócios mais verdadeira, será o grande desafio para todos os futuros gestores deste século.


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João Ermida nasceu no Porto, a 8 de Janeiro de 1965. Em 1987, iniciou o seu percurso profissional como operador de Bolsa, no escritório do corretor Nuno Contreras. No final de 1988, junta-se ao Citibank Portugal para integrar a sua equipa de mercado de capitais. Em 1993, inicia a sua carreira no Grupo Santander: primeiro em Portugal, depois no Brasil e, já em finais de 1998, em Espanha, com a responsabilidade global de Tesouraria e Mercados Financeiros. Em Maio de 2003, demitiu-se da Instituição.
Actualmente dedica-se a projectos de cariz social que visam ajudar jovens e idosos mais carenciados. Desenvolveu o método Verdade, Humildade e Solidariedade, aqui apresentado, sobre o qual dá palestras às empresas e escolas de gestão.
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in http://www.wook.pt/Authors/detail/id/48166
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terça-feira, 16 de março de 2010

Religião também é ciência



Comercial muito bem feito que explica como Deus existe. Feito pelo ministério da educação e ciência da República da Macedônia:
Professor:
- Eu vou provar pra vocês que se Deus existe ele é mal.
- Deus criou tudo que existe? Se Deus criou tudo, então ele criou o mal o que significa que Deus é mal.

O aluno:- Com licença professor, o frio existe?

Professor:- Que tipo de pergunta é essa?
- Claro que ele existe.
- Você nunca ficou com frio?

O aluno:
- Na verdade professor, o frio não existe. De acordo com as leis da física, o que nós consideramos frio é na realidade a ausência de calor.
- Professor, a escuridão existe?

Professor:
- Claro que existe.

O aluno:- Você está errado senhor, a escuridão também não existe. A escuridão é na realidade a ausência da luz.
- A luz nós podemos estudar, mas a escuridão não.
- O mal não existe. É a mesma coisa da escuridão e do frio, Deus não criou o mal. O mal é o resultado do que acontece quando o homem não tem o amor de Deus presente em seu coração.

Este pequeno e humilde aluno que vocês puderam ver no vídeo se trata de Albert Einstein.

see Em busca da verdade - Daniel Neves

domingo, 14 de março de 2010

Assim fica mais fácil entender porque engordamos


We've used regular sugar cubes (4 grams of sugar each) to show how the sugars in your favorite foods literally stack up, gram for gram.
Compare foods, find out where sugar is hiding, and see how much of the sweet stuff you're really eating.

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Visit http://www.sugarstacks.com/
and
http://www.sugarstacks.com/blog/
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Você sabe qual é o seu consumo de açúcar por dia?

Foi exatamente pelo fato da maioria da população não fazer idéia disso que criaram o site Sugar Stacks. Eles pegaram vários alimentos que fazem parte do nosso cotidiano, como energéticos, bebidas, doces, e representaram o açúcar que eles contém com cubinhos brancos.

E aí? Dá para se imaginar comendo 10 cubos de açúcar de uma só vez? Pense bem se você não acabou de fazer isso sem saber. Apenas uma lata de Coca-Cola pode conter toda essa quantidade de açúcar, ou seja, 39 gramas.
in http://mosca-branca.blogspot.com/2009_06_01_archive.html
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Mensagem Especial de António Feio


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Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros.
Apreciem cada momento, agradeçam
e não deixem nada por fazer,
nada por dizer!
António Feio
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in Aproveita a vida, aprecia cada momento
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António Feio:
Muita força e coragem neste momento tão difícil!
Muito obrigado pela grande lição de Vida,
Filipe.
see also Contraluz e/ou http://www.youtube.com/watch?v=dRTqFjflgto
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Mais uma carta...

Hoje, dia 14 de Março de 2010, dois meses depois do teu aniversário, acordei com este texto na mente, que eu, melhor que ninguém, posso e devo colocar no papel. Devo fazer aquilo que tu não consegues. É algo que eu te devo, não apenas por seres quem és, mas também pelo facto de ser teu filho. A carta não me apareceu exactamente com esta forma; essa sou eu que a vou criando, neste momento, como um quadro. A minha fé em Deus diz-me que é, normalmente, assim, qualquer processo de criação. Tal como Deus, também nós, que fomos feitos "à sua imagem e semelhança", podemos criar. Podemos criar todos os dias mas criamos, sobretudo, quando amamos. Criamos quando nos colocamos no lugar do outro e fazemos o exercício simples de nos ocuparmos com ele, como se fossemos nós próprios, por identificação. Não somos separadamente. Nós somos juntos! Nas nossas diferenças, usando mais ou menos a cabeça, mais ou menos o coração e todos somos necessários.
Criamos sempre que orientamos a nossa decisão movidos pela superação do nosso ser e destruímos quando não nos transcendemos. Amar é o acto, por excelência, de criação. Essa é a grande mensagem de Jesus e da Vida. Muitas vezes destruímos quando deveríamos criar mas também, muitas vezes, ligamos, quando deveríamos desligar. A morte também faz parte do processo da Vida. Estamos na Quaresma: por vezes, é necessário morrer para, então, podermos Viver, verdadeiramente. Quando alimentamos em nós sentimentos de ódio, raiva ou inveja estamos a manter ligações que deveríamos, simplesmente, cortar ou então, pelo menos, deveríamos criar caminhos alternativos mais fortes. Há muitos pensamentos e sentimentos que, quando em demasia, não interessam para nada. Sei que nem sempre é fácil, e essa tem sido sempre a minha maior dificuldade na vida: saber o que fazer perante o mal, porque este "malandreco", particularmente em nós próprios, disfarça-se muitas vezes de "Bem". Sei que é também esta a tua maior dificuldade. Sei que acreditas "piamente" que tudo o que fazes (incluo aqui algumas "asneiras") tem muito boa intenção (tal como eu penso). Mas te garanto que há um sítio que (por acaso são exactamente as nossas vidas) está cheio delas: "as boas intenções"!... Para mim, até pode não haver qualquer "mal" em passar uma noite a "jogar um jogo qualquer", mas a realidade não é assim, particularmente se este meu acto sobrecarregar a minha mulher, pois noutra altura, em que ela de mim mais precisar, eu vou estar certamente a dormir. Eu não sou apenas responsável por aquilo que faço! Sou, igualmente (e, muitas vezes, sobretudo) responsável por aquilo que deixo de fazer!
Sei que nem sempre é fácil decidir o que é melhor; se Amar ou repudiar; se Ligar ou Desligar... Mas esse é exactamente o delicioso sentido da Vida e é exactamente por isso que é (ou pode ser, para quem ainda não descobriu) tão bonito viver. Não vou destruir a minha vida por ser pecador mas tenho sempre o dever de (pelo menos me esforçar por) ser cada dia mais santo. Acredito que este é o caminho que Jesus nos mostrou, apesar da minha manifesta preguiça para o percorrer. Um caminho com obstáculos e com dificuldades, mas é exactamente quanto tudo parece mais negro que se vislumbra a mais linda Luz!

Amar não é fácil, pois o Amor Verdadeiro, não esperando retorno, muitas vezes não é correspondido. Mas o Amor Verdadeiro é gratuito e nada cobra. É esse Amor que acredito que me liga a ti, tal como me liga à minha Xanoca, à minha querida mãe e a todos aqueles que me fazem ter gosto em estar vivo e saber que, certamente, hoje vou fazer Melhor! Ainda tinha muito mais para te dizer mas acho que o vou deixar para outra altura. Hoje só te peço que, depois de leres esta "outra carta", que espero mais bem conseguida que algumas anteriores, me faças o favor de me dizer se gostaste, ou não, desta pequena (mas espero que "rica") prenda...

Nota importante:
Entretanto já me disseste que gostaste mas receio que ainda não tenhas compreendido tudo. Aqui fica, com um abraço, para voltares a ler (esta versão mais "blogável") nos teus tempos livres...
Manuel Filipe Santos.
Oeiras, 14 de Março de 2010.

vídeo criado em 2022.12.17



Tudo é do Pai


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Esse vídeo foi feito para todas as pessoas
que chegaram ao fundo do poço,
e sairam dos braço do pai
mas resolveram voltar
e com a cabeça erguida
e ciente que toda a vitória é certa
mas só ao lado do PAI.

(from http://www.youtube.com/watch?v=EOnD7Qc1aD0)
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Eu pensei que podia viver, por mim mesmo
Eu pensei que as coisas do mundo
Não iriam me derrubar
O orgulho tomou conta do meu ser
E o pecado devastou o meu viver

Fui embora, disse: ó pai, da-me o que é meu!
Da-me a parte que me cabe da herança
Fui pro mundo
Gastei tudo
Me restou só o pecado
Hoje sei que nada é meu
Tudo é do pai

Tudo é do pai
Toda honra e toda glória
É dele a vitória
Alcançada em minha vida
Tudo é do pai
Se sou fraco e pecador
Bem mais forte é o meu senhor
Que me cura por amor
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quinta-feira, 4 de março de 2010

Potencia la Vida este 7 de marzo con nosotros!


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http://marchavida.derechoavivir.org/ - Bajo el lema España Vida Sí, la Marcha por la Vida llevará a Europa e Iberoamérica el clamor de los españoles contra la ley del aborto. A esta Marcha por la Vida se le unirán 100 concentraciones en toda España y en varios países del mundo.
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Promote LIFE!
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Promove a VIDA!
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quarta-feira, 3 de março de 2010

Para ser grande (Mateus 20,17-28)


Naquele tempo, enquanto Jesus subia para Jerusalém, ele tomou os doze discípulos à parte e, durante a caminhada, disse-lhes: “Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte, e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, para flagelá-lo e crucificá-lo. Mas no terceiro dia ressuscitará”.
A mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. Jesus perguntou: “Que queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. Jesus, então, respondeu-lhe: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”.
Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. Jesus, porém, chamou-os, e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
in Liturgia - Canção Nova
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Jesus não perde esta ocasião para doutrinar os Doze, futuros guias e pilares da Sua Igreja, sobre a função que terão de desempenhar na comunidade. Uma vez mais o Mestre rasga os esquemas convencionais: “Sabeis que os chefes dos povos os tiranizam e que os grandes os oprimem. Não será assim entre vós; o que quiser ser grande entre vós, que seja o vosso servidor; e o que quiser ser o primeiro entre vós, que seja o vosso servo”.
Na comunidade cristã a autoridade e a responsabilidade, e inclusivamente a fraternidade, devem ser sinônimo de serviço. No grupo dos que seguimos a Cristo não tem cabimento o domínio, o autoritarismo, a ambição e a vontade de poder. Tudo isso rompe a comunhão eclesial; isso fica para os políticos.
Assim condena também Jesus, pelo menos implicitamente, toda a equiparação da Igreja e do reino de Deus às estruturas de poder e aos sistemas de governo.
É evidente que o Senhor contrapõe dois estilos de autoridade e convivência totalmente opostos: mandar dominando ou servir sem retribuição. O primeiro era a ideia inicial dos apóstolos e modelo habitual da sociedade civil, por muito democrática que pareça; o segundo é o estilo que Jesus quer para a Sua Igreja toda, ou seja, hierarquia ou pastores e povo. Cristo recorre uma vez mais à inversão dos critérios humanos e à troca da escala de valores, como o fez na proclamação das bens-aventuranças.
Como motivação e exemplo vivo de tão paradoxal doutrina, Jesus aponta para si mesmo: “Tal como o Filho do homem não veio para que o sirvam, mas para dar a sua vida em resgate de todos”.
Em cada Eucaristia “bebemos do cálice do Senhor”, comungando assim na sua Morte e Ressurreição gloriosa pela redenção do mundo e no serviço dos homens. Mas não realizaremos dignamente essa comunhão se não participarmos do Seu destino. Seremos capazes? Nós não somos mais fortes que Jesus, que conheceu o medo e a morte e gemeu no jardim das Oliveiras.
O que nos toca a nós é mergulharmos na torrente do amor de Cristo, que renova todas as coisas. O resto Deus o fará.
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

in http://blog.cancaonova.com/homilia/2010/03/03/

Cristo, testemunho da verdade


A liberdade religiosa está de acordo com o comportamento de Cristo e dos Apóstolos (DH 11)

11. Deus chama realmente os homens a servi-lo em espírito e verdade; eles ficam, por esse facto, moralmente obrigados, mas não coagidos. Pois Deus tem em conta a dignidade da pessoa humana, por Ele mesmo criada, a qual deve guiar-se pelo próprio juízo e agir como liberdade. Isto apareceu no mais alto grau em Jesus Cristo, no qual Deus Se manifestou perfeitamente, e deu a conhecer os seus desígnios. Com efeito, Cristo, nosso Mestre e Senhor (12), manso e humilde de coração (13), atraiu e convidou com muita paciência os seus discípulos (14). Apoiou e confirmou, sem dúvida, com milagres, a sua pregação; mas para despertar e confirmar a fé dos ouvintes, e não para exercer sobre eles qualquer coacção (15). Censurou, é verdade, a incredulidade dos ouvintes, mas reservando para Deus o castigo, no dia juízo (16). Ao enviar os Apóstolos pelo mundo, disse-lhes: «aquele que acreditar e for baptizado, será salvo; quem não acreditar, será condenado» (Marc. 16,16). Mas Ele próprio, sabendo que a cizânia tinha sido semeada juntamente com o trigo, mandou deixar que ambos crescessem até à ceifa que terá lugar no fim das tempos (17). Não querendo ser um Messias político e dominador pela força (18), preferiu chamar-se Filho do homem, que veio «para servir e dar a sua vida para redenção de muitos» (Marc. 10, 45). Apresentou-se como o perfeito Servo de Deus (19), que «não quebra a cana rachada, nem apaga a mecha fumegante» (Mat. 12, 20). Reconheceu a autoridade civil e seus direitos, mandando dar o tributo a César, mas lembrando claramente que se deviam observar os direitos superiores de Deus: «dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus» (Mat. 22, 21). Finalmente, realizando na cruz a obra da redenção, com a qual alcançava para os homens a salvação e verdadeira liberdade, completou a sua revelação. Pois deu testemunho da verdade (20), mas não a quis impor pela força aos seus contraditores. O seu reino não se defende pela violência (21) mas implanta-se pelo testemunho e pela audição da verdade; e cresce pelo amor com que Cristo, elevado na cruz, a Si atrai todos os homens (22).

Os Apóstolos, ensinados pela palavra e exemplo de Cristo, seguiram o mesmo caminho. Desde os começos da Igreja, os discípulos de Cristo esforçaram-se por converter os homens a Cristo Senhor, não com a coacção ou com artifícios indignos do Evangelho, mas primeiro que tudo com a força da palavra de Deus (23). A todos anunciavam com fortaleza a vontade de Deus Salvador «o qual quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade» (1 Tim. 2, 4); ao mesmo tempo, respeitavam os fracos, mesmo que estivessem no erro, mostrando assim como «cada um de nós dará conta de si a Deus» (Rom. 14, 12) (24) e, nessa medida, tem obrigação de obedecer à própria consciência. Como Cristo, os Apóstolos sempre se dedicaram a dar testemunho da verdade de Deus, ousando proclamar diante do povo e dos chefes «com desassombro, a palavra de Deus» (Act. 4, 31) (25). Pois acreditavam firmemente que o Evangelho é a força de Deus, para salvação de todo o que acredita (26). E assim é que, desprezando todas as «armas carnais» (27), seguindo o exemplo de mansidão e humildade de Cristo, pregaram a palavra de Deus (28) com plena confiança na sua força para destruir os poderes opostos a Deus e para trazer os homens à fé e obediência a Cristo (29). Como o Mestre, também os Apóstolos reconheceram a legítima autoridade civil: «Não há nenhum poder que não venha de Deus», ensina o Apóstolo, que depois manda: «cada um se submeta às autoridades constituídas; ...quem resiste à autoridade, rebela-se contra a ordem estabelecida por Deus» (Rom. 13, 1-2) (30). Ao mesmo tempo, não temeram contradizer o poder público que se opunha à vontade sagrada de Deus: «deve-se obedecer antes a Deus do que aos homens» (Act. 5, 29) (31). Inúmeros mártires e fiéis seguiram, no decorrer dos séculos e por toda a terra, este mesmo caminho.
in DECLARAÇÃO DIGNITATIS HUMANAE
SOBRE A LIBERDADE RELIGIOSA

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12. Cfr. Jo. 13,13.
13. Cfr. Mat. 11,29.
14. Cfr. Mat. 11, 28-30; Jo. 6, 67-68.
15. Cfr. Mat. 9, 28-29; Mc. 9, 23-24; 6, 5-6; Paulo VI, Encíclica Ecclesiam suam, 6 agosto 1964: AAS 56 (1964), 642-643 p. 642-643.
16. Cfr. Mat. 11, 20-24; Rom. 12, 19-24; 2 Tes. 1, 8.
17. Cfr. Mat. 13,30 e 40-42.
18. Cfr. Mat. 11, 8-10; Jo. 6,15.
19. Cfr. Is. 42, 1-4.
20. Cfr. Jo. 18.37.
21. Cfr. Mat. 26, 51-53; Jo. 18,36.
22. Cfr. Jo. 12,32.
23. Cfr. 1 Cor. 2, 3-5; 1 Tes. 2, 3-5.
24. Cfr. Rom. 14, 1-23; 1 Cor. 8, 9-13; 10, 23-33.
25. Cfr. Ef. 6, 19-20.
26. Cfr. Rom. 1,16.
27. Cfr. 2 Cor. 10,4; 1 Tes., 5, 8-9.
28. Cfr. Ef. 6, 11-17.
29. Cfr. 2 Cor. 10, 3-5.
30. Cfr. 1 Ped. 2, 13-17.
31. Cfr. Act. 4, 19-20.

terça-feira, 2 de março de 2010

A Sociedade Mundial da Cegueira

Leonardo Boff
O poeta Affonso Romano de Sant'Ana e o prêmio Nobel de literatura, o portugues José Saramago, fizeram da cegueira tema para críticas severas à sociedade atual, assentada sobre uma visão reducionista da realidade. Mostraram que há muitos presumidos videntes que são cegos e poucos cegos que são videntes.

Hoje propala-se pomposamente que vivemos sob a sociedade do conhecimento, uma espécie de nova era das luzes. Efetivamente assim é. Conhecemos cada vez mais sobre cada vez menos. O conhecimento especializado colonizou todas as áreas do saber. O saber de um ano é maior que todo saber acumulado dos últimos 40 mil anos. Se por um lado isso traz inegáveis benefícios, por outro, nos faz ignorantes sobre tantas dimensões, colocando-nos escamas sobre os olhos e assim impedindo-nos de ver a totalidade.

O que está em jogo hoje é a totalidade do destino humano e o futuro da biosfera. Objetivamente estamos pavimentando uma estrada que nos poderá conduzir ao abismo. Por que este fato brutal não está sendo visto pela maioria dos especialistas nem dos chefes de Estado nem da grande mídia que pretende projetar os cenários possíveis do futuro? Simplesmente porque, majoritariamente, se encontram enclausurados em seus saberes específicos nos quais são muito competentes mas que, por isso mesmo, se fazem cegos para os gritantes problemas globais.

Quais dos grandes centros de análise mundial dos anos 60 previram a mudança climática dos anos 90? Que analistas econômicos com prêmio Nobel, anteviram a crise econômico-financeira que devastou os países centrais em 2008? Todos eram eminentes especialistas no seu campo limitado, mas idiotizados nas questões fundamentais. Geralmente é assim: só vemos o que entendemos. Como os especialistas entendem apenas a mínima parte que estudam, acabam vendo apenas esta mínima parte, ficando cegos para o todo. Mudar este tipo de saber cartesiano desmontaria hábitos científicos consagrados e toda uma visão de mundo.

É ilusória a independência dos territórios da física, da química, da biologia, da mecânica quântica e de outros. Todos os territórios e seus saberes são interdependentes, uma função do todo. Desta percepção nasceu a ciência do sistema Terra. Dela se derivou a teoria Gaia que não é tema da New Age mas resultado de minuciosa observação científica. Ela oferece a base para políticas globais de controle do aquecimento da Terra que, para sobreviver, tende a reduzir a biosfera e até o número dos organismos vivos, não excluidos os seres humanos.

Emblemática foi a COP-15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague. Como a maioria na nossa cultura é refém do vezo da atomização dos saberes, o que predominou nos discursos dos chefes de Estado eram interesses parciais: taxas de carbono, níveis de aquecimento, cotas de investimento e outros dados parciais. A questão central era outra: que destino queremos para a totalidade que é a nossa Casa Comum? Que podemos fazer coletivamente para garantir as condições necessárias para Gaia continuar habitável por nós e por outros seres vivos?

Esses são problemas globais que transcendem nosso paradigma de conhecimento especializado. A vida não cabe numa fórmula, nem o cuidado numa equação de cálculo. Para captar esse todo precisa-se de uma leitura sistêmica junto com a razão cordial e compassiva, pois é esta razão que nos move à ação.

Temos que desenvolver urgentemente a capacidade de somar, de interagir, de religar, de repensar, de refazer o que foi desfeito e de inovar. Esse desafio se dirige a todos os especialistas para que se convençam de que a parte sem o todo não é parte. Da articulação de todos estes cacos de saber, redesenharemos o painel global da realidade a ser comprendida, amada e cuidada. Essa totalidade é o conteúdo principal da consciência planetária, esta sim, a era da luz maior que nos liberta da cegueira que nos aflige.

Leonardo Boff é Teólogo e autor de A nova era: a consciência planetária, Record (2007)
in http://alainet.org/active/36381&lang=es
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Roteiro de Leitura da Bíblia


Frei Fernando Ventura
O leitor não se encontra diante de mais um trabalho bíblico científico, mas sim de uma proposta de percorrer o Antigo e o Novo Testamento à luz de textos-chave contextualizados nas épocas históricas em que os autores dos 73 livros que compõem a Bíblia os escreveram.
Deste percurso ressalta a continuidade e a coerência da Palavra de Deus e do seu sempre reafirmado propósito de relação com os homens, do Génesis ao Apocalipse.
A Bíblia, que é a história de um povo e da sua relação com o seu Deus, contém elementos que a universalizam fazendo de cada homem um potencial destinatário.
O percurso de leitura aqui apresentado demonstra essa vertente, «apenas» exigindo, de quem lê, um grande espírito de liberdade e abertura para poder sentir, em toda a sua amplitude, o convite que lhe é feito a descobrir a sua própria relação com Deus, no aqui e agora da Vida.
O Roteiro de Leitura da Bíblia destina-se a crentes e não crentes e tem uma pujança própria que de algum modo desafia o leitor a questionar-se em muitos sentidos.
No «ROTEIRO DE LEITURA DA BÍBLIA», encontra o leitor os seguintes capítulos:

01. A Bíblia nasceu da vida...
02. A religião: ópio do povo ou neurose colectiva?
03. O código «secreto»
04. Como ler um texto bíblico
05. O Deus da Bíblia é o Deus da liberdade
06. O Génesis nas origens...
ou as saudades do paraíso futuro
07. A eco-espiritualidade de Génesis e Apocalipse 21
08. Israel no Egipto. Jehovah ou Javeh?
09. No meio da desgraça levanta-se
a voz dos profetas
10. Um Natal no deserto
11. As catequeses do Novo Testamento
O processo de composição dos Evangelhos
Lucas, o evangelho dos que ninguém quer
Quem se converte de facto, Paulo ou Pedro?
12. A família de Jesus...
Maria Madalena e os irmãos...
13. Mateus e Lucas,
dois mundos à procura de ser de Deus
O diabo do demónio ou um demónio dos diabos...
14. Maria, «deusa» ou modelo e exemplo de fé?
Um possível itinerário de fé, ou um itinerário de fé possível
A esperança que se faz certeza de fé e na fé
A fé que procura, na esperança, a sua certeza
A certeza da esperança realizada que canta a sua fé
A fé que se faz memória da relação que se constrói
A fé do discípulo que aponta o Mestre
A fé que vacila na caminhada e no seguimento.
O receio dos familiares de Jesus
O seguimento. Mesmo vacilando, vai até ao fim, de pé!
A certeza que de novo se faz esperança de fé
e gera novas experiências de fé

Conclusão
Apêndices
1. Evangelhos e Actos dos Apóstolos
2. A «Lectio Divina»
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see Deus é tudo menos tirano
and also Zimbórios
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segunda-feira, 1 de março de 2010

Bíblia mais antiga do mundo está online

O Codex Sinaiticus foi escrito em grego há mais de 1600 anos. Este livro foi totalmente digitalizado e está agora disponível online.

O projecto envolveu equipas britânicas, russas, alemãs, egípcias e dos EUA. O manuscrito estava disperso por quatro instituições (Biblioteca Britânica, Universidade de Leipzig, Mosteiro de Santa Catarina e a Biblioteca Nacional da Rússia) que colaboraram na digitalização, juntamente com outras entidades.

Todo o livro pode ser consultado num website. Além de transcrições e imagens de alta resolução, vai ser possível consultar traduções das passagens.

fonte: exame informatica

Pode ser consultada em:
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in Biovolts
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Anjos de Deus


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Não estaremos a complicar?
(ainda a propósito das diversas religiões e seitas)
Se todos acreditamos que Deus efectivamente nos ama,
Não nos tentará falar de diferentes formas?
E Jesus?
E Maria?
E os Anjos de Deus?

Manuel Filipe Santos
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Os Anjos de DeusPadre Marcelo Rossi
Composição: Eliseu Gomes
Se acontecer um barulho perto de você
é um anjo chegando para receber
suas orações e levá-las à Deus.
Então abra o coração e comece a louvar,
sinta o gozo do céu, se derrama no altar,
que um anjo já vem com a benção nas mãos.
Tem anjos voando neste lugar,
no meio do povo, em cima do altar,
subindo e descendo em todas as direções.
Não sei se a Igreja subiu ou se o céu desceu,
só sei que está cheio de anjos de Deus,
porque o próprio Deus está aqui.
(bis)
Quando os anjos passeiam a Igreja se alegra,
ela canta, ela chora, ela ri e congrega,
abala o inferno e dissipa o mal.
Sinta o vento das asas dos anjos agora,
confia irmão, pois é a tua hora,
a benção chegou e você vai levar.
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in http://letras.terra.com.br/padre-marcelo-rossi/47901/
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Coração Partido

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Minha Querida Xanoca,
AMO-TE!
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Meus queridos pais,
Amo-vos!
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Meu Deus,
ADORO-TE!
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Jesus,
Ajuda-me!
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São quase 4 da manhã e acordei sonhando que, num placard electrónico em Lisboa,
tinha publicado esta mensagem. Acabei de confirmar, com um especialista em publicidade, que foi mesmo um sonho. Está explicada esta publicação !?
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Manuel Filipe Santos,
Lisboa, 1 de Março de 2010.

Major Religions of the World

1. Christianity: 2.1 billion
2. Islam: 1.5 billion
3. Secular/Nonreligious/Agnostic/Atheist: 1.1 billion
4. Hinduism: 900 million
5. Chinese traditional religion: 394 million
6. Buddhism: 376 million
7. primal-indigenous: 300 million
8. African Traditional & Diasporic: 100 million
9. Sikhism: 23 million
10.Juche: 19 million
11.Spiritism: 15 million
12.Judaism: 14 million
13.Baha'i: 7 million
14.Jainism: 4.2 million
15.Shinto: 4 million
16.Cao Dai: 4 million
17.Zoroastrianism: 2.6 million
18.Tenrikyo: 2 million
19.Neo-Paganism: 1 million
20.Unitarian-Universalism: 800 thousand
21.Rastafarianism: 600 thousand
22.Scientology: 500 thousand
in http://www.adherents.com/Religions_By_Adherents.html
see http://www.religion-cults.com/

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Uma Flor para a Madeira


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É sobretudo em dias como o de hoje
que sinto verdadeiramente orgulho
em ser Português.

Magnífico espectáculo!

Força, Madeira!
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Pordata

O sociólogo António Barreto aponta ao Executivo "fortíssimas" tentativas de controlo da opinião pública através de uma agenda política organizada "à volta do Governo", sustentando que esta é uma realidade da última década e meia. A análise surge numa entrevista à Agência Lusa, a propósito da apresentação da Pordata, base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
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Bem-vindo à Pordata,
a Base de Dados sobre Portugal Contemporâneo.

A PORDATA é um serviço público de informação estatística criado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e à disposição de todos os interessados.
Aqui encontrará milhares de estatísticas e indicadores sobre os mais diversos aspectos da realidade portuguesa.
Existem várias maneiras de procurar a informação desejada. É possível fazer uma busca por palavra-chave, como no Google, no Yahoo, no Bing e noutras ferramentas similares.
Pode-se aceder por etapas, o que permite visualizar várias possibilidades e ir seleccionando o que se pretende.
O portal permite ainda executar consultas avançadas, incluindo através da selecção de intervalos de tempo ou de anos específicos.
Poderá finalmente efectuar os cálculos que quiser e criar os seus próprios indicadores.
Convidamo-lo a explorar este portal e experimentar todas as suas possibilidades: poderá assim compreender melhor um país que nem todos conhecem, o dos factos.
A Fundação Francisco Manuel dos Santos agradece todos os comentários, sugestões e críticas.

António Barreto
Presidente do Conselho de Administração
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Visit http://www.pordata.pt/
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Angelus


Papa convida cristãos a meditarem
Palavra de Deus nesta quaresma
Da Redação, com Rádio Vaticano

Com a conclusão neste sábado, 27, dos exercícios espirituais de Quaresma, junto a seus colaboradores, o Papa Bento XVI retornou neste domingo, 28, às suas atividades públicas, comparecendo à Praça São Pedro para rezar o Angelus com os fiéis.

Neste segundo domingo de Quaresma, o Papa discorreu sobre o episódio da Transfiguração, inspirando-se na liturgia de hoje, que reflete sobre o convite do Mestre, assim como consta no Evangelho de São Lucas: "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me!" (Lc 9,23). "Este foi um evento extraordinário; um encorajamento na sequela de Jesus", disse Bento XVI.

Neste período de Quaresma, o Papa convidou todos a meditar assiduamente sobre o Evangelho. "Jesus é a única voz que devemos ouvir, a única que devemos seguir. A sua Palavra, seja o critério que guia a nossa existência", destacou Bento XVI.

O Santo Padre pediu ainda aos pastores que neste Ano Sacerdotal, "sejam realmente permeados pela Palavra de Deus, a conheçam profundamente e amem-na ao ponto que lhes dê vida e forme seu pensamento".

Iraque

Após a reflexão litúrgica e a oração mariana, o Papa dirigiu palavras de apelo às autoridades iraquianas e à comunidade internacional, em relação à delicada fase política que o Iraque está atravessando.

Aos políticos, o Pontífice pediu que façam todo esforço possível para que a população se sinta segura, de modo especial as minorias religiosas, mais vulneráveis.

Representantes e religiosos da Igreja iraquiana e de outras Igrejas do Oriente Médio encontraram-se esta manhã na Praça São Pedro para se manifestar em favor dos cristãos perseguidos, antes da oração do Angelus.

Dirigindo-se a eles, o Papa exortou também a comunidade internacional a esforçar-se em prol de um futuro de reconciliação e de justiça para os iraquianos, e invocou de Deus, todo-poderoso, o dom precioso da paz.

Bento XVI disse ter recebido com profunda tristeza as trágicas notícias de assassinatos de cristãos na cidade de Mossul e ter acompanhado com muita preocupação outros episódios de violência perpetrados contra pessoas indefesas, de diversas pertenças religiosas, no Iraque.

O Pontífice esclareceu que sua preocupação é por todas as pessoas injustamente perseguidas, não apenas pelos católicos. Bento XVI, que passou a última semana em retiro com a Cúria, revelou ter rezado bastante por todas as vítimas daqueles atentados. Neste sentido, disse unir-se à oração pela paz e pelo retorno da segurança, promovida pelo Conselho de Bispos de Nínive; e animou as comunidades cristãs do Iraque a “não se cansarem de ser fermento de bem pela pátria à qual, há séculos, pertencem plenamente”.

Enfim, Bento XVI alertou os políticos do país para que não cedam à tentação de priorizar interesses temporários e parciais em detrimento da incolumidade e dos direitos fundamentais da cidadania.

Chile

Em seguida, Bento XVI manifestou seu pesar pelas vítimas do terremoto de 8,8 graus na escala Richter que abalou o Chile no sábado, 27, e afirmou sentir-se próximo das pessoas atingidas pela grave calamidade. O Papa pediu orações e solidariedade, garantindo o apoio das organizações eclesiásticas às vítimas.
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Domingo, 28 de fevereiro de 2010, 10h33
Bento XVI manifesta pesar por terremoto no Chile
e pede orações
Da Redação, com Rádio Vaticano

O Papa Bento XVI manifestou neste domingo, 28, seu pesar às vítimas do terremoto de 8,8 graus na escala Richter que abalou o Chile no sábado, 27. O país conta com mais de 300 mortos até o momento.

O Santo Padre disse sentir-se próximo das pessoas atingidas pela grave calamidade; e implorou a Deus que lhes alivie o sofrimento e os encoraje, neste momento tão adverso. “Me sinto particularmente próximo à amada população chilena afetada por um grande terremoto em seu país. Em um momento como este, brota naturalmente uma oração ao Senhor para as vítimas de uma mensagem de encorajamento a todos para superar esta grande prova", ressaltou.

O Papa pediu orações e solidariedade, garantindo o apoio das organizações eclesiásticas às vítimas.
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Citizen of the Universe or Deceived by Satan?

Many people from across the world appreciate, respect and understand my work, but recently quite a few contacted my gallery with a complaint that I painted ’’Enlightenment’’, a story about a Hindu swami. Their irate comments are mostly coming from fundamentalist Christians who do not accept any themes apart from their own approved biblical characters. Their concern is that I got deceived by the Devil who allegedly sent a Hindu swami across the whole world as counterfeit to Jesus’s model. Ironically, both models for Jesus and the monk paintings came through my very front door almost miraculously. They are saddened, because they are convinced that I had lost my discernment between good and evil. Other groups of Christians accused me of the same in the past when I chose to paint even Jesus. A few even suggested that I should burn all my paintings and writings. These people fail to comprehend that I am a journalist visionary artist who paints diverse cultures, faiths and realities from both the visible and non visible realms. I am still learning and discovering new cultures, but I can assure you that the monk is no different from all of us who are seeking god and the truth. In fact, he is one of the most humble, friendly, accepting and giving individuals I have ever met in my life, and during the four days he stayed with us, I found out that he was an answer to my prayer; for the past year I had been seeking to learn about different traditions and indigenous cultures from around the world. I have been growing as an individual, and my understanding on life has significantly widened in ways I cannot describe, and only through my art can I fully reveal my new perspectives. I am a citizen not only of this whole, but of the whole universe, and I will continue expressing all of its faces, personalities and emotions. As someone said: ‘’Even the stopped clock can show the correct time twice a day’’, I choose to be outside the time and robotic limitations of this finite world’s alarm clock.

in http://akiane.com/blog/?p=93


A Vida de um Santo (João Paulo II)


O Papa polaco é uma das figuras mais marcantes da história recente, na Igreja e no mundo, e tem atrás de si a herança de um longo Pontificado de 26 anos e meio.
Karol Wojtyla nasceu no dia 18 de Maio de 1920 em Wadowice, no sul da Polónia, filho de Karol Wojtyla, um militar do exército austro-húngaro, e Emília Kaczorowsky, uma jovem de origem lituana.
Aos 9 anos de idade recebeu um duro golpe, o falecimento de sua mãe ao dar à luz a uma menina que morreu antes de nascer. Três anos mais tarde faleceu o seu irmão Edmund, com 26 anos, e em 1941 morre o seu pai.
Em 1938 foi admitido na Universidade Jagieloniana, onde estudou poesia e drama.
Durante a II Guerra Mundial (1939- 1945) esteve numa mina em Zakrzowek, trabalhou na fábrica Solvay e manteve uma intensa actividade ligada ao teatro, antes de começar clandestinamente o curso de seminarista. Durante estes anos teve que viver oculto, junto com outros seminaristas, que foram acolhidos pelo Cardeal de Cracóvia.
Segundo relata o actual Pontífice, estas experiências ajudaram-no a conhecer de perto o cansaço físico, assim como a simplicidade, a sensatez e o fervor religioso dos trabalhadores e pobres.
As marcas no seu corpo começam a aparecer quando em Fevereiro de 1944 é atropelado por um camião alemão e é hospitalizado.
Ordenado sacerdote em 1946, vai completar o curso universitário no Instituto Angelicum de Roma e doutora- se em teologia na Universidade Católica de Lublin, onde foi professor de ética.
A forma filosófica, que integrava os métodos e perspectivas de fenomenologia na filosofia Tomistica, de gerir as questões que se lhe apresentavam no dia a dia, estão relacionadas com a sua "devoção" ao pensador Alemão Mas Scheler.
No dia 23 de Setembro de 1958 foi consagrado Bispo Auxiliar do administrador apostólico de Cracóvia, D. Baziak, convertendo-se no membro mais jovem do episcopado polaco. Participou no Concílio Vaticano II, onde colaborou activamente, de maneira especial, nas comissões responsáveis na elaboração da Constituição Dogmática Lumen Gentium e a Constituição conciliar Gaudium et Spes. Durante estes anos o então Bispo Wojtyla combinava a produção teológica com um intenso labor apostólico, especialmente com os jovens, com os quais compartilhava tantos momentos de reflexão e oração como espaços de distracção e aventura ao ar livre.
No dia 13 de Janeiro de 1964 faleceu D. Baziak e Wojtyla sucedeu-lhe na sede de Cracóvia como titular. Dois anos depois, o Papa Paulo VI converte Cracóvia em Arquidiocese.
Durante este período como Arcebispo, o futuro Papa caracterizou-se pela integração dos leigos nas tarefas pastorais, pela promoção do apostolado juvenil e vocacional, pela construção de templos apesar da forte oposição do regime comunista, pela promoção humana e formação religiosa dos operários e também pelo estímulo ao pensamento e publicações católicas. Representou igualmente a Polónia em cinco sínodos internacionais de bispos entre 1967 e 1977.
Em Maio de 1967, aos 47 anos, o Arcebispo Wojtyla foi criado Cardeal pelo Papa Paulo VI.
Em 1978 morre o Papa Paulo VI, e é eleito como novo Papa o Cardeal Albino Luciani de 65 anos que tomou o nome de João Paulo I.
O "Papa do Sorriso", entretanto, falece 33 dias após a sua nomeação e no dia 15 de Outubro de 1978, o Cardeal Karol Wojtyla é eleito como novo Papa, o primeiro papa não-italiano desde 1522, ano da eleição do holandês Adriano VI.
Tendo-se formado num contexto diferente dos Papas anteriores, João Paulo II viria a imprimir na Igreja um novo dinamismo, impondo ao mesmo tempo um maior rigor teológico e disciplinar.

Homem de luta num mundo em mudança
O Papa que veio do Leste recebeu uma Igreja cujo governo atravessava uma certa crise, presa na tensão entre os avanços do Concílio e a perda de identidade perante a modernidade. Desde o início, João Paulo II pediu “não tenhais medo” e fala na primeira pessoa do singular em vez do plural: esta afirmação de identidade vem acompanhada de uma experiência histórica notável, atravessando guerras mundiais e a vivência sob um regime comunista, que fala ao coração de milhões de pessoas.
A enorme produção doutrinal do Papa (ver números) deve, pois, ser lida à luz da necessidade de dar respostas pastorais a um mundo em mudança. João Paulo II sempre foi capaz de definir etapas mobilizadoras da Igreja e do mundo, na busca de uma identidade forte – visível na devoção mariana e na formulação de um todo doutrinal – que fosse capaz de sustentar o diálogo com outras confissões religiões.
A sensibilidade para as implicações na sociedade da acção da Igreja não inviabilizou que o Pontificado tivesse dado prioridade à acção pastoral, mesmo sem secundarizar a política. A ideia, explícita logo desde a primeira encíclica, é recentrar a mensagem cristã em Jesus, que revela ao homem o seu destino e a sua dignidade.
A “Redemptor Hominis” de João Paulo II revela-o atento à necessidade não só do diálogo ecuménico com todas as Igrejas cristãs, mas também com todas as religiões. Neste Pontificado há uma grande novidade: o Papa sabe que o mundo não se tornará completamente cristão ou católico, sabe que é necessário viver com os demais, sejam judeus, muçulmanos ou ateus, e isto é radicalmente novo na concepção da Igreja.
Esta novidade representa um ponto fundamental deste Pontificado, a consciência de que a experiência católica tem de conviver com outras, e é pela qualidade desse convívio que ela pode evangelizar.
Muitos falam de um “Papa político”, alguém que lutou abertamente contra os regimes comunistas de Leste desde a sua primeira viagem à Polónia em 1979 e contra o capitalismo reinante na sociedade ocidental. A Igreja é desafiada a resistir, anunciar e mudar: os apelos do Papa em favor do Terceiro Mundo percebem melhor à luz destas premissas.
As profundas transformações ocorridas na Europa no final do segundo milénio e no início do terceiro têm em João Paulo II um dos principais protagonistas. No começo do pontificado de João Paulo II, a Europa, pelo Tratado de IALTA, continuava dividida em dois blocos por motivos ideológicos e geopolíticos. Começava a surgir, à época, o Sindicado Solidariedade, que ameaçava provocar instabilidade não só no interior da Polónia mas também em outros países do Leste Europeu.
O Papa apoiou e estimulou a chamada “Ostpolitik”, conduzida pelo seu Secretário de Estado, o Cardeal Agostinho Casaroli, e continuada pelo seu sucessor, o Cardeal Angelo Sodano. O processo culminou, no período do Presidente Gorbachev, em marco de 1990, com o restabelecimento das relações oficiais entre o Vaticano e a ex-União Soviética.
João Paulo II é um ardoroso defensor da “Grande Europa”, que se estende do Atlântico aos Urais. A “Grande Europa”, segundo ele, deve respirar com os dois pulmões, alimentar-se com a riqueza das duas tradições: a cristã-ocidental e a eslavo-ortodoxa.
Com o final da guerra fria, os medos da humanidade viram-se hoje para a guerra das civilizações, confrontos com motivações religiosas entre o mundo árabe e o Ocidente. O papel de João Paulo II, mesmo aos 83 anos, voltou a ser fundamental. A campanha contra a guerra no Iraque é o acto que simbolicamente congrega as iniciativas e apelos de paz de João Paulo II ao longo dos últimos 26 anos, nascidos da convicção de que o respeito pelos direitos humanos é o único caminho para os povos.
Menos unânimes, mas igualmente firmes, foram as posições do Papa sobre os temas do matrimónio, da família, da defesa da vida desde a sua concepção até ao momento da morte natural ou da moral sexual. Essa acção, mesmo se contestada, apresenta João Paulo II como uma consciência crítica, em referência constante ao Evangelho.
2 de Abril, o último gigante do nosso tempo morreu no Vaticano.
in http://cflamego.home.sapo.pt/jp2.htm

Exercícios Espirituais na Quaresma



Papa conclui Exercícios Espirituais:
homem não é perfeito sozinho
Leonardo Meira
Da Redação

Os Exercícios Espirituais do Papa e da Cúria Romana foram concluídos na manhã deste sábado, 27, às 9 horas (em Roma - 5 horas em Brasília), com o canto das Laudes e a meditação final.

Leia o Discurso do Papa ao concluir os Exercícios Espirituais da Quaresma

O Papa destacou que toda a visão cristã do homem pode ser resumida em que ele não é perfeito apenas em si mesmo.

"O homem necessita da relação, é um ser em relação. [...] Há necessidade da escuta, de escuta do outro, sobretudo do Outro com 'o' maiúsculo, de Deus. Somente assim ele pode conhecer a si próprio, somente então torna-se 'si' mesmo".

Bento XVI agradeceu pelo "modo apaixonado e muito pessoal" com que o padre salesiano Enrico Dal Covolo conduziu as meditações, que iniciaram no último domingo, 21.

Os Exercícios aconteceram na Capela Redemptoris Mater, do Palácio Apostólico Vaticano, e tiveram como tema Lições de Deus e da Igreja sobre a vocação sacerdotal.

O Santo Padre também ressaltou o papel de Maria como a mulher que escuta, bem como a realidade de que é apenas no 'nós' da Igreja que se pode realmente ouvir a Palavra de Deus.

"Vós também enfatizastes que a consagração se destina à missão, é destinado a se tornar uma missão. Nesses dias, aprofundamos, com a ajuda Deus, a nossa consagração. Assim, com nova coragem, desejamos afrontar a nossa missão. O Senhor nos ajude. Obrigado a vós pela ajuda, padre Enrico", finalizou Bento XVI.
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Sábado, 27 de fevereiro de 2010, 11h47
Discurso do Papa ao concluir os Exercícios Espirituais da Quaresma
Vatican Information Service, com tradução de CN Notícias

Queridos Irmãos,
querido padre Enrico,

em nome de todos aqui presentes, desejo agradecer, de todo o coração, a vós, padre Enrico, por estes Exercícios, pelo modo apaixonado e muito pessoal com que nos guiou no caminho rumo a Cristo, no caminho da renovação de nosso sacerdócio.

Vós escolhestes como ponto de partida, como pano de fundo sempre presente, como ponto de chegada - o vemos agora - a oração de Salomão por "um coração que escuta". Na realidade, parece-me que aqui esteja resumida toda a visão cristã do homem. O homem não é perfeito em si mesmo, o homem necessita da relação, é um ser em relação. Não é o seu 'cogito' que pode 'cogitar' toda a realidade. Há necessidade da escuta, de escuta do outro, sobretudo do Outro com 'o' maiúsculo, de Deus. Somente assim ele pode conhecer a si próprio, somente então torna-se 'si' mesmo.

Do meu assento, eu sempre vi a Mãe do Redentor, a Sedes Sapientiae, o trono vivente da sabedoria, com a Sabedoria encarnada em seu colo. E, como vimos, São Lucas apresenta Maria exatamente como a mulher do coração em escuta, que está imersa na Palavra de Deus, que ouve a Palavra, a medita (synballein), a compõe e a conserva, a mantém em seu coração. Os Padres da Igreja dizem que, no momento da concepção do Verbo eterno no ventre da Virgem Maria, o Espírito Santo entrou em Maria através do ouvido. Na escuta, concebeu o Verbo eterno, deu a sua carne a esta Palavra. E, assim, nos diz o que é ter um coração que escuta.

Maria é aqui circundada pelos pais e mães da Igreja, pela comunhão dos santos. E foi isso que vimos e percebemos exatamente neste dia, que não é isoladamente que podemos realmente ouvir a Palavra: apenas no 'nós' da Igreja, no 'nós' da comunhão dos santos.

E vós, querido padre Enrico, nos mostrou, deu voz a cinco figuras exemplares do sacerdócio, começando com Inácio de Antioquia até o querido e Venerável Papa João Paulo II. Então, percebemos realmente de novo o que significa ser sacerdote, tornar-se sempre mais sacerdote.

Vós também enfatizastes que a consagração se destina à missão, é destinado a se tornar uma missão. Nesses dias, aprofundamos, com a ajuda Deus, a nossa consagração. Assim, com nova coragem, desejamos afrontar a nossa missão. O Senhor nos ajude. Obrigado a vós pela ajuda, padre Enrico.

2º Domingo da Quaresma (Lucas 9,28b-36)


Naquele tempo, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante.
Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém.
Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele.
E, quando estes dois homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro não sabia o que estava dizendo.
Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem.
Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”
Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
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in Liturgia Diária (Canção Nova)
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Para que foi inventada uma Quaresma?


O diálogo surgiu pouco depois da missa, à saída da Igreja, num a propósito destas coisas da quaresma. Estávamos umas cinco pessoas a falar do que era antigamente e do que era hoje. No que eram os hábitos antigos do não comer carne ou do não comer verduras no dia de ramos, no que era a bula e as amentações das almas. Uma série de coisas que a Igreja sempre nos propôs, senhor padre. Que sentido têm essas coisas? Para que foi inventada uma quaresma? Expliquei primeiro o significado dos quarenta dias de deserto antes da Páscoa. Falei depois no maior acontecimento para o sentido da vida de quem tem fé. A Ressurreição. Que não era coisa para banalizar, ou para ter como mais uma tradição bonita da nossa Igreja. Que a Quaresma era uma ocasião para tornarmos especial esse acontecimento. Que era uma ocasião para nos encontrarmos com o sentido da nossa vida. Aproveitando a situação que se vive da famosa crise que vai entrando nos bolsos de todos, falei na oportunidade que esta quaresma de 2009 pode ser para todos. Porque aquilo que nos é aconselhado nesta época litúrgica, tal como o Jejum e abstinência, esmola, sacrifícios, oração, penitência, leitura da Palavra de Deus, austeridade nas igrejas e cerimónias com ausência de flores, Glória, Aleluia, entre outros, minhas amigas, servem um propósito apenas: encontrarmo-nos connosco próprios em confronto com um Cristo ressuscitado, um encontro com o essencial da vida desprendido de embrulhos, um reencontrarmo-nos com os valores essenciais para vivermos rumo à felicidade e ao sentido da vida. Se repararem bem, disse, tudo o que nos é aconselhado ajuda a rebuscarmos alguns valores que dão mais sentido à vida. O desprendimento, a partilha, a solidariedade, a austeridade, o poder do sacrifício entre outros. Tudo o que envolve a Quaresma pode ajudar-nos a redescobrir as coisas essenciais que são deveras importantes e imprescindíveis para se viver com sentido. Serve ainda para prepararmos a nossa libertação, aquilo que chamamos de Páscoa. Por isso, amigas, usem e abusem da Quaresma para encontrar a vossa verdadeira vida, aquilo que lhe dá sabor. E que esta Quaresma de 2009 seja uma oportunidade para fazermos Páscoa na nossa vida e nesta época histórica.
Não sei se elas entenderam. Mas pelo menos não me fizeram mais perguntas. Talvez as tenham feitas a elas próprias depois.
Tu és Jesus
Como entregar minha vida por ti
Como tu fizeste por mim
Como agradecer o sacrifício na cruz
Como expressar minha gratidão
Tu és o amante da minha vida
Tu és a beleza que me conquistou
Tu és minha força na minha fraqueza
E teu é o sangue que escorreu por mim
Como poderei esquecer-me de ti.

Tu És Jesus, Tu És Jesus
E Tua é a mão que acolheu meu coração
Tão grato estou, tão grato estou
Tão grato estou por terer me dado a salvação
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