Meus queridos,
O nosso Papa Francisco regressou esta madrugada a casa.
Chegou frágil e cansado. Levei-o ao colo e embalei-o devagar até adormecer, acho que reconheceu o bater do meu coração, bate ao mesmo compasso.
Estava sereno e tranquilo, um sorriso suave desenhado no rosto… a experiência da missão cumprida.
Ontem, adivinho que lhe deve ter sabido bem a presença na varanda de São Pedro, para abençoar o Mundo… acredito que saboreou de forma especial (e que só ele intuía) o último passeio pela praça, para mergulhar entre as ovelhas de que cuidou com tanto carinho, entrega e amor.
Dormiu profundamente. Um sono curto, reparador.
Já acordou e respira a pulmões cheios o perfume deste jardim que habitamos aqui em cima.
A voz voltou a soar clara, o humor nunca o abandona: já perguntou o que era o almoço e pediu-me, com cara travessa, uma banana e uma tacinha de marmelada: estava com saudades destas doçuras, nos últimos tempos tinha de seguir uma dieta muito condicionada.
Anda por todo o lado, espreita, mexe, prova, faz perguntas, ri-se, pediu para ouvir um tango e desconfio que ainda vamos ter uma sessão de dança; está a recuperar dos últimos tempos em que perdeu a voz e o movimento.
Já abraçou os pais, a avó Rosa, os amigos que vieram primeiro, os outros Papas, e, com uma alegria contagiante, abraçou Francisco de Assis, Inácio de Loyola e o seu muito querido Pedro Fabro(*).
Pediu-me para rezarmos juntos pela Paz no mundo. Partilho este pedido convosco. Não deixemos de rezar. Cuidemos uns dos outros, como ele sempre procurou cuidar, pedindo para sermos “tecelões da unidade”.
Francisco voltou a Casa.
Meus queridos, é tempo de Festa – aqui e aí!
Festa por tanto Bem recebido, por tanto Dom partilhado, por tantas vidas tecidas, fio a fio, com a sua.
Tudo está luminoso e florido.
É verdadeiramente Primavera, Páscoa cheia de cor e de luz.
Para tudo há um tempo debaixo do Céu: este é hoje o tempo da Esperança, o tempo dos abraços, do reencontro, da paz partilhada, da luz sem sombras, da vida plena.
É o tempo sem tempo.
O Senhor do Universo chamou-o a este poema que é a Eternidade. Agora será outra a sua missão.
Francisco é uma bênção que tiveram o privilégio de conhecer.
É matéria sagrada que hoje preenche, em pleno, o seu lugar na história que o Senhor desenhou para cada um de nós.
Está vivo e habita o coração de Deus.
E o Seu coração estará sempre convosco até ao fim dos tempos.
Um beijo enorme
MÃE MARIA
via João Pedro Tavares (autor anónimo)
Nota(*):
Pedro Fabro (ou Pierre Favre, no original francês) é uma figura muito querida e inspiradora para o Papa Francisco. Ele foi um dos cofundadores da Companhia de Jesus (os jesuítas), junto com Inácio de Loyola e Francisco Xavier. Nascido em 1506 na Savóia (hoje França), foi o primeiro jesuíta ordenado sacerdote e teve um papel essencial nos primórdios da ordem.
Para o Papa Francisco, que também é jesuíta, Pedro Fabro representa um modelo de espiritualidade profundamente interior, mas também prática e missionária. Em várias entrevistas e escritos, Francisco mencionou a admiração que sente por Fabro, destacando especialmente três qualidades:
O seu espírito de diálogo – Fabro era conhecido por saber conversar com todos, inclusive com aqueles com quem discordava, o que o tornava um verdadeiro homem de reconciliação.
A sua obediência e sensibilidade interior – Ele era profundamente atento às moções do Espírito Santo, algo que está no coração da espiritualidade inaciana.
A sua humildade e ternura – Francisco valoriza muito a delicadeza espiritual de Fabro, alguém que se aproximava dos outros com compaixão e sem rigidez.
Em 2013, no seu primeiro ano de pontificado, o Papa Francisco canonizou Pedro Fabro através do processo conhecido como "canonização equipolente", que dispensa o milagre formal quando há veneração contínua e reputação de santidade. Isso mostra o quanto ele considera Fabro não só um exemplo pessoal, mas também um modelo para a Igreja de hoje.
~ChatGPT