VIDEO 
Pai Nosso 
Mano,Paulo Bastos  pela inspiração 
divulgado no mural de Manuel Filipe Santos  
VIDEO 
Os Espinhos da Rosa 
A fome é a vida dos pobres e foi inventada 
Por gente que nunca a roubou só porque a fome 
É nada  
mas nós, que somos cientistas 
Da nossa ignorância, lembramos os males do mundo 
Esquecendo a ganância. 
A fome é a raiva dos pobres e foi desenhada 
Com lápis de sangue sugado aos de vida parada. 
Mas nós, que somos heróis da nossa fraqueza, 
Dizemos que o melhor ataque é sempre a defesa. 
Se alguém pergunta quem foi 
Que deixou tanta fome espalhada, 
Aparece logo outro alguém a dizer que... afinal 
Não foi nada!... 
- e oferecemos cantigas, remorso a quanto obrigas... 
Mais nada! 
A fome tem só uma cor é negra de morte 
À volta ninguém lhe resiste porque ela é mais forte. 
Mas nós, piamente sentados na nossa indiferença, 
Marcamos à última hora a nossa presença. 
Se alguém pergunta quem foi 
Que deixou tanta fome espalhada, 
Aparece logo outro alguém a dizer que... afinal 
Não foi nada!... 
- e oferecemos cantigas, remorso a quanto obrigas... 
Mais nada! 
A fome tem gente por dentro para a manobrar. 
Tem séculos e séculos de vida passada a matar. 
Se hoje a medalha é fraterna cantando-lhe o verso, 
Só queria ver o que se esconde no próprio reverso. 
Se alguém pergunta quem foi 
Que explorou tanta gente humilhada, 
Aparece logo outro alguém a dizer: 
"não sabia de nada..." 
- e oferecemos cantigas, cantar a quanto obrigas... 
Mais nada! 
A fome precisa de ter o final que merece, 
Porque ela é aquilo que é, não é o que parece. 
Julgando que a culpa se tapa com tapa-buraco, 
Mandamos somente impotência metida num saco. 
Se alguém pergunta quem foi 
Que explorou tanta gente humilhada, 
Aparece logo outro alguém a dizer: 
"não sabia de nada..." 
- e oferecemos cantigas, cantar a quanto obrigas... 
Mais nada!