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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Não me lembro muito bem…

 

Não me lembro exactamente da primeira vez que fui a uma biblioteca mas devo ser dos sócios mais antigos da biblioteca de Oeiras que comecei a frequentar bem cedo quando ainda se localizava perto do centro da Vila. Frequentemente ia para lá estudar e muitas vezes requisitava livros que levava para casa pelo período permitido. Nunca me esqueci de uma vez em que as senhoras não me permitiram requisitar um livro por acharem que a minha idade não o permitia. Lembro-me que fiquei bastante incomodado com a atitude das senhoras porque sempre fui muito bom aluno e bem comportado. O título do livro era “Viagem ao mundo da droga” de Charles Duchaussois. Nunca me esqueci deste episódio por achar que a situação era muito injusta e porque a capa era bastante sugestiva. Aqui fica para recordação futura. 


Nota: 

Confesso que acabei por nunca ler o livro… Quem sabe se não devo estar muito agradecido às senhoras?!…

Ventos Sábios 


quinta-feira, 18 de maio de 2023

Sustenta-me! (Ruth Collaço)

 


Diz-me Senhor porque é que a vida cansa
Que os dias se arrastam, lentos
Porque me doem as horas que faltam
E como gotas me caem os segundos na pele?
Diz-me porque é que se turvam os olhos
No orvalho do medo da espera, da queda
Por onde me passeiam as palavras
Estas que guardo amarradas num nó 
No indigesto silêncio do estômago empedrado
Onde escondo a verdade do meu sorriso?
Para onde me acenam as mãos do destino
Que traço, caminho ou rasto devo seguir
Se me prendem as pernas, na hora de andar?
Ajuda-me oh Pai!
Sustenta-me Pai!
Não me leves ao colo
Que eu quero andar
Mas devolve-me a força 
A fé e a coragem
Amén. 

Ruth Collaço / Ventos Sábios ®️
fonte: Mural de Ruth Collaço

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Em tudo, abraço-te! (Ruth Collaço)

 

Nas distâncias que nos unem, abraço-te

Nas horas que não passam, abraço-te

Nas noites sem dormir, abraço-te

Nas manhãs frescas primavera, abraço-te


Nas minhas mãos abertas, abraço-te

Nas pálpebras cansadas, abraço-te

Nas saudades que te tenho, abraço-te

Nas forças que me escapam, abraço-te


Nas gotas límpidas de chuva, abraço-te

Nas vagas fortes do vento, abraço-te

Nas ondas bravas do mar, abraço-te

Nas palavras que não digo, abraço-te


Zé Maria – O marinheiro perdido

14-04-2022

Imagem: Tempo de São Vieira.


fonte:
Grupo Literário - Wise Winds-Ventos Sábios / Ruth Collaço

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

O Amor É

M_eu 
A_mor
N_ão 
U_ltraja 
E_sse 
L_ugar

F_eliz,
I_nfinitamente
L_onge,
I_ntimamente
P_erto,
E

S_empre
A_bençoado,
N_algum
T_erreno
O_nírico
S_agrado.

este era o desafio: Desafio dos Afectos - Grupo Literário Wise Winds-Ventos Sábios.
Faz um Acróstico dos Afectos com o teu nome. Aqui vai o meu com alguns pontos que acho importantes:
R_eceber e dar
U_nir corações
T_ er empatia
H_abito de comunicar para entender
E tu?
Vá... este é facil, de escrever, e de fazer?
Que faço eu para dar o que recebo?
Caminhemos!





 

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Caravelas

 
Ventos Sábios

Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar! Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou neste mundo imenso a exilada.

Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!

Se eu sempre fui assim este Mar-Morto,
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram.

Caravelas doiradas a bailar...
Ai, quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram!...

Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"

fonte: Ventos Sábios


Poeta Sem Nome

 
Ruth Collaço


segunda-feira, 11 de julho de 2022

POEMA PRA LINDOMAR

 
CORDEIRO de ITIÚBA
vídeo criado para passatempo 
promovido por Ventos Sábios

Lindo, o mar Visto assim, pela primeira vez Mas quando nos apegamos a ele Ele derruba nossos castelos de areia E inevitavelmente, entra areia Nos nossos sonhos Lindo mar Amar no mar, é lindo Com luar e rindo Rindo do castelo destruído Do sonho destruído Sonhando com outro castelo Pois, como mar Amor e sonho Não morrem Jamais!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

O marinheiro e monge que não fui


Morrer dormir dormir sonhar

pode não ser mais nada senão verso

ou destino a querer até inverso

quando por minha vez eu lá chegar


poeirinha do céu gota de mar

em constante mudar me vejo imerso 

na própria vida em sonho me disperso 

e livre no que seja vou entrar 


talvez nunca me lembre ter vivido 

talvez nunca me pense renascido 

mas alma em rio eterno que flui 


diferente de todas me afirmando 

e num golpe de luz recuperando 

o marinheiro e monge que não fui.


Agostinho da Silva, UNS POEMAS DE AGOSTINHO, Ulmeiro, Lisboa, 1997, p. 58.

fonte: Ventos Sábios   



segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Assim chorou o homem

 
Ventos Sábios ( ver segunda versão em baixo )

Virou-se para dentro
não era assim que se queria,
muito menos assim que se via.
Os seus sonhos, os mais secretos
eram feitos de cores e contrastes,
de camadas de sentimento,
sem pontos de fuga de tristeza.
Mesmo assim virou-se para dentro,
olhou para dentro, no peito.
Guardava em si palavras soltas
umas bonitas, outras feridas,
escolhendo ficar ali,
fechado dentro de si
e chorou, sangrou, gemeu, espremeu.
Cada lágrima que vertia
uma dor expelia
e assim foi purgando sua dor,
devagar, virado para si.
O escuro foi clareando
e a luz foi entrando.
É assim que chora um homem
quando se dá e nada recebe.
É assim que chora um ser
que prefere dar, que receber.
Na noite escura abre a janela
respira fundo e vê a lua
que de longe o beija,
sente no rosto a brisa
que de perto seca as lágrimas.
Fecha os olhos, eleva a alma
porque sabe e confia
que amanhã bem cedinho
raiará um novo dia.

Ruth Collaço
Wise Winds - Ventus Sapientes
Direitos de autor reservados.

(Para ti, que choras sozinho)