— Jesus não está mais na Cruz — dizem muitos protestantes. — Por que seguir usando o símbolo no qual Ele foi torturado e morreu de forma tão atroz?
Respondamos com São Paulo, que, escrevendo aos coríntios, por volta do ano 55, disse:
“Entre vós, não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este crucificado.”
— Mas como, Apóstolo? — poderiam perguntar os mesmos evangélicos. — Jesus já não ressuscitou? E não lhe apareceu glorioso no caminho de Damasco?
Sim, é verdade. Cristo venceu a morte. Mas a Cruz continuará a ser sempre — como demonstram séculos de tradição e iconografia cristã — o símbolo de seu triunfo e de nossa salvação. Depois daquela Sexta-feira Santa, não é mais possível separar Jesus e o madeiro, a Cruz e o crucificado.
São Pedro também o aprendeu, a duras penas. Primeiro, quando quis livrar o Mestre do suplício aparentemente maldito: “Deus te livre, Senhor!”, disse ele. — “Retira-te, Satanás”, retorquiu Jesus. Foi para a Cruz que Cristo veio. Quem foge da Cruz é o diabo.
Depois, tendo já o Senhor subido aos céus, reza a tradição que, instado pelos próprios fiéis, o príncipe dos Apóstolos começou a deixar a cidade de Roma, assim que estourou a perseguição aos cristãos. Parecia o mais prudente a ser feito: não se expor à morte, não comprometer o apostolado, poupar-se. Até que veio Nosso Senhor na contramão, Cruz às costas, e Pedro assustado perguntou-lhe: “Aonde vais, Senhor?”
Jesus lhe teria dito algo assim:
“Já que foges, ó Pedro, da cruz,
vou a Roma eu mesmo, Jesus,
receber nova morte na Cruz.”
O Apóstolo entendeu o recado, voltou a Roma e foi ao encontro do martírio.
E nós, entenderemos também o recado?
“Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me.”
Se Cristo abraçou a Cruz, não fujamos dela. Se Ele aceitou a Cruz, não o tiremos dela. Se temos crucifixos, e eles já trazem Jesus, adoremos a Ele… nela! Mas, se estão vazios nossos crucifixos, não nos enganemos: chegou a nossa vez; esta cruz é sua; abrace-a e, por amor a Cristo, deixe-se pregar a ela.
Dia 08/04, às 21h, prepare-se para uma aula especial sobre a Paixão de Cristo.
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fonte: Padre Paulo Ricardo