Na Espanha se venera um crucifixo que tem o braço direito desprendido da cruz e abaixado. Aos pés desta imagem de Jesus um dia um pecador confessou as suas culpas, mas o confessor hesitava em absolvê-lo.
Ele o perdoou mas disse:
— Procura não cair mais.
O penitente prometeu, mas era fraco e recaiu. Tornou então ao sacerdote que o acolheu com muita severidade:
— Desta vez não te absolvo!
O penitente replicou:
— Quando eu prometi fui sincero, mas também sou fraco. Padre me dê o perdão do Senhor.
Também desta vez o confessor o perdoou mas disse:
— É a última vez!
Algum tempo depois o penitente voltou, mas, o sacerdote disse asperamente:
— Você recai sempre e o seu propósito não é sincero.
O penitente respondeu:
— É verdade, padre, eu recaio sempre mas é porque sou fraco, sou um doente. Mas o meu arrependimento é sincero.
E o padre responde:
— Não, não tem perdão para você!
Do crucifixo se ouviu um movimento. O Cristo desprendeu a mão direita da cruz e levantando-a traçou sobre a cabeça daquele pecador o sinal da absolvição.
Contemporaneamente uma voz saía do Crucificado que o disse ao sacerdote:
— Não, tu não derramastes o teu sangue por ele!...Eu sim!
No confessionário o sacerdote não perdoa em nome dele, mas de Deus. Portanto, o confessionário é o único tribunal em que o réu reconhece-se culpado e sempre sai absolvido.
Deus nunca se cansa de perdoar, nós que nos cansamos de pedir e de dar perdão.
via Cibelle Chagas
Sem comentários:
Enviar um comentário