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segunda-feira, 4 de março de 2024

Exactamente como as mães!!

 

Porque a solidão é uma espécie de fim, Deus — tal como as mães — corre os dias inteiros à janela e escuta. Qualquer bulício Lhe acelera o coração


EXACTAMENTE COMO AS MÃES!!


1. Em «Deus na escuridão» — a sua última e talvez mais prodigiosa obra — Valter Hugo Mãe não tem dúvidas.

«Deus é exactamente como as mães. Liberta Seus filhos e haverá de buscá-los eternamente».


2. Deus é como as mães, «que criam e depois vão ficando para trás, à distância, numa distância que parece significar que não são mais precisas».

Também Deus vai criando memórias, «para que os filhos se lembrem d’Ele mesmo em lugares onde nunca haviam estado antes».


3. Até Deus jornadeará pelas estradas da escuridão. 

«E tacteia por toda a parte na vontade intensa de um toque, do aconchego do corpo dos filhos, um gentil toque ou um abraço».


4. E os filhos? Esses «distraem-se e são incautos ou tornam-se impuros e fogem, atarefados com as suas paixões e incertezas».

Pensam menos «no quanto Deus pode sofrer do que no sofrimento que haverão eles de sentir pela mais pequena contrariedade».


5. Efectivamente, «os filhos partem sem saberem que o sentido da vida é chegar à origem». Por vezes, lembram que o amor «lhes foi colocado no peito com generosidade».

Contudo, equivocando-se, «julgam que o amor é o consumo da vida, o imediato que observam, a evidência de se verem acompanhados».


6. Esquecem-se de que «a verdadeira companhia encontra sempre um modo de chegar a casa». Os filhos «partem para mais longe buscando o que, afinal, ficara lá trás».

Mesmo assim, «Deus nunca culpa os filhos, mesmo que toda a gente o fizesse». E quer apenas «entregar alegrias».


7. Porque «a solidão é uma espécie de fim», Deus — tal como as mães — «corre os dias inteiros à janela e escuta. Qualquer bulício Lhe acelera o coração».

Se existem passos em redor, «se alguma voz O chama, palpita […] de alegria na esperança de ter um filho em visita».


8. Por isso, «Deus quer tudo em sossego, sem sobressalto, porque sabe apenas estar à espera de ser correspondido no amor».

Como as mães, «Deus arruma a Sua casa, tem sempre as camas prontas, alguma fruta na mesa […] para oferecer à boca de um filho. A fome de um filho é prioritária, contra leões e tempestades».


9. Daí que «a casa de Deus tenha a chave do lado de fora».

Também este é «um tique das mães que dormem lá dentro, vulneráveis a qualquer ladrão em troca da oportunidade de, ao menos uma vez, um filho voltar, pegar na chave e entrar».


10. Há um tempo em que encontramos Deus na casa da nossa Mãe. 

Até que chega o tempo de reencontrar a nossa Mãe na casa de Deus. Que será a nossa também. Para sempre!

~Pe João António Pinheiro Teixeira



quinta-feira, 21 de setembro de 2023

O mais difícil é encobri-Lo

Só entrei verdadeiramente em contacto com Xavier Zubiri após a sua morte, ocorrida faz hoje 40 anos.

Foi o título de um dos seus livros que me aproximou dele. Sobretudo aquele «y» de «El hombre y Dios».


Para ele, acerca de Deus, «o mais difícil não é descobri-Lo; é encobri-Lo».


Tudo fala de Deus. Até a Sua alegada ausência.


Porque Deus, quanto mais Se esconde, mais Se revela.


Uma das frases que Zubiri mais citava era um pensamento de Santo Agostinho: «Procuremos. Procuremos como quem há-de encontrar e encontremos como quem há-de voltar a procurar. Pois é quando parece que tudo acaba que tudo verdadeiramente começa».

fonte: mural de João António Pinheiro Teixeira

Xavier Zubiri (1898-1983)


sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Peço-Te

 

Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio

E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,

Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que não quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.

Peço-Te que inundes tudo.

E que o Teu reino antes do tempo venha

E se derrame sobre a Terra

Em Primavera feroz precipitado.


Sophia de Mello Breyner Andresen

mural JAPT


quinta-feira, 15 de junho de 2023

Até Camões cantou Maria

Para se namorar do que criou,
Te fez Deus, sacra Fénix, Virgem pura.
Vede que tal seria esta feitura
Que para si o seu Feitor guardou!

No seu alto conceito Te formou
Primeiro que a primeira criatura,
Para que única fosse a compostura
Que de tão longo tempo se estudou.

Não sei se digo em tudo quanto baste
Para exprimir as raras qualidades
Que quis criar em Ti quem Tu criaste.

És Filha, és Mãe e Esposa: e se alcançaste,
Uma só, três tão altas qualidades,
Foi porque a Três de Um só tanto agradaste.

~Luís Vaz de Camões 

Mural de Pe João António Pinheiro Teixeira


domingo, 16 de outubro de 2022

São João Paulo II

Antes de 1974, sabíamos que o ano lectivo começava, invariavelmente, a 7 de Outubro. Depois de 1974,dificilmente conseguíamos saber quando começava. Podia começar a qualquer altura. Recordo que éramos avisados quase em cima da data e lá íamos para a escola. E nunca esqueci que, em 1978, o ano lectivo abriu precisamente a 16 de Outubro. Porquê esta recordação? Porque estava eu a chegar ao Seminário e ouvi um colega mais velho dizer que já tinha sido eleito o Papa. Quando lhe perguntei quem era, ele disse que se chamava Karol... Bem tentou dizer o resto do nome, mas era complicado. Levou tempo a habituarmo-nos a soletrar «Wojtyla». Mas a empatia com João Paulo II foi instantânea e sempre crescente. Daquele dia ficou o convite: «Não tenhais medo» e «abri,escancarai, as portas a Cristo»!

fonte: João António Pinheiro Teixeira



sexta-feira, 26 de agosto de 2022

sobre a humildade…

humildade

Uma pessoa humilde convence-me mais do que uma pessoa convencidamente sábia. Porque o humilde está mais perto do essencial, do verdadeiro, do autêntico, do definitivo.

terça-feira, 5 de abril de 2022

O poder da humildade


Pode levar tempo (e, de facto, às vezes leva demasiado tempo), mas a humildade acaba sempre por triunfar. A natureza assim nos ensina. E Lao Tzé reparou nessa lição: «Todos os ribeiros e rios do mundo vão dar ao mar, porque o mar é mais baixo. É esta humildade que dá poder ao mar»!