António Lobo Antunes |
sábado, 9 de março de 2024
Zé Tolentino
quarta-feira, 6 de março de 2024
Muita Luz!
Ilumina, Senhor, o que resta em nós da noite.
O escuro fixa-se à vida, propaga-se uma treva pelos corredores da casa, a esperança que tanto queríamos tem as luzes apagadas há tanto tempo! Tropeçamos dentro de nós, e por toda parte, em fios que não vemos. Assistimos ao nascer do teu dia, mas nem sempre renascemos para ele, já que nos aprisionam os laços de seda desta e daquela escuridão, que bem conheces. lumina, por isso, Senhor, os pátios da tristeza pequenina que contamina tudo. Entreabre-nos à tua verdade, que é o cotidiano vigor dos nossos recomeços. Faz-nos olhar a maré alta, o oceano vasto, as coisas simples e plenas como sinais do que somos chamados a ser. Alimenta-nos do pão claro da alegria. Dá-nos a vida intacta.
— Cardeal D. José Tolentino Mendonça.
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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024
terça-feira, 26 de dezembro de 2023
Notícia Universal
Tolentino Mendonça |
Queridos irmãs e irmãos, nós não estamos a celebrar o Natal do Senhor apenas como um fato que interessa aos cristãos. Não é apenas uma coisa nossa, uma coisa para nós. Esta boa notícia é uma notícia universal, é uma notícia para chegar a todos.
“Hoje nasceu-vos um Salvador.” Poder dizer isto, poder primeiro aceitar esta verdade no fundo do meu coração: hoje nasceu para mim um Salvador. E poder contagiar, poder contaminar, poder alargar o horizonte da história com esta verdade que é a verdade transformadora, a verdade que salva. Porque aquele Menino, aquele Filho que nos foi
dado transporta para nós a salvação.
É belo pensarmos como é que esta salvação se manifesta, “Encarnou no seio da Virgem Maria e Se fez homem”. E se fez um de nós. Então, nós não estamos sós. E a nossa humanidade é o lugar da habitação de Deus – a nossa vida frágil, a nossa vida pequenina, a nossa vida impreparada, a nossa vida incompleta. A nossa vida que porventura até não nos satisfaz, a nossa vida esgotada, a nossa vida cansada, a nossa vida inconclusa, a nossa vida é o lugar de Deus, é a tenda de Deus, é a morada de Deus e de toda a Humanidade. Por isso, nós cristãos somos servos da humanidade, temos de cantar a beleza da humanidade, a inteireza da humanidade. De todo o Homem. E sobretudo das humanidades feridas. Da humanidade dos últimos, da humanidade daqueles que ficam para trás, daqueles que não têm voz nem vez, da humanidade sofrida, da humanidade subtraída, dos excluídos, dos descartados. Nós só temos a humanidade para poder tatear o rosto de Deus, é na humanidade que nós encontramos o divino. Por isso, a humanidade é o bem mais precioso, a humanidade para nós é o lugar de Deus, o rosto de Deus. Esse espaço onde Ele resplende.
~Cardeal D. José Tolentino Mendonça (homilia).
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
domingo, 15 de outubro de 2023
Em última análise, só o Amor conta
Francisco pede que doutora da Igreja inspire comunidades e responsáveis, para superar «lógica legalista e moralista» |
Vaticano: Papa publica novo documento sobre Santa Teresinha, evocando «genialidade» do seu legado espiritual
terça-feira, 26 de setembro de 2023
O Senhor que cuida das estrelas
Amigos, fiquei muito tocado pelo Salmo 146, e sobretudo por esta estrofe, a estrofe segunda, que diz isto: “O Senhor sarou os corações dilacerados e ligou as suas feridas. Fixou o número das estrelas e deu a cada uma o seu nome.”
Sensibilizou-me muito esta coisa, um bocado espantosa, que o poeta do salmo faz aqui, que é: está a falar de feridas e de repente começa a falar de estrelas.
E diz: O Senhor cura o nosso coração dilacerado, liga, ata as nossas feridas, mas também é o Senhor que cuida das estrelas. Então a prece, a oração, liga a dor, a nossa pequena dor, a dor vivida nesta escala íntima, só nossa, que nos parece (quando olhamos para o universo sentimo-nos como um grãozinho de poeira) como um nada, um quase nada.
O Senhor liga este quase nada que cada um de nós é às estrelas, à imensidão, ao infinito, ao incontável, àquilo que nos deslumbra, àquilo que está tão alto desta terra onde às vezes nos sentimos prostrados, o Senhor faz essa ligação.
E como é que Ele faz essa ligação? Tocando-nos, chamando-nos pelo nome, colocando-nos em pé.
~Cardeal D. José Tolentino Mendonça (homilia)
Mural do Cardeal Tolentino |
terça-feira, 12 de setembro de 2023
segunda-feira, 29 de maio de 2023
Todos precisamos de perdão
Nosso desígnio, inconfessado, mas claríssimo, passa a ser atravessar a vida (e o que nos resta dela) com o estatuto de vítima.
A nossa cabeça de pessoas crescidas é complicada.
Descobrimos que há um prazer em listar achaques e traições, e se a minha chaga puder ser maior do que a tua tanto melhor, isso reforça o meu estatuto. A verdade é que se não tomarmos atenção, a desgraça íntima torna-se um escanzelado pódio onde nos blindamos. Penso que uma viragem se opera quando aceitamos perceber que somos todos vulneráveis. É fácil reproduzir um esquema dialéctico em que somos a vítima e o outro agressor e esquecer que ele também é atravessado pelo sofrimento. De fato, não raro, a agressão é uma linguagem desviada para exprimir ou para dissimular a condição de vítima.
Um necessário caminho é reconhecer que naqueles que nos ferem (ou feriram) há também bloqueios, mazelas e opacos novelos. Se não nos amaram, não foi necessariamente por um ato deliberado, mas por uma história porventura ainda mais sufocada do que a nossa. Não se trata de desculpabilização, mas de reconhecer que naquele que não me fez justiça ou não me devolveu a cordialidade que investi existe alguém provado pelo limite. E que a ferida agora acesa não se destinava a mim especificamente: era um magma de violência à deriva, à beira de estalar.
Todos precisamos de perdão.
Perdoar é crer na possibilidade de transformação, a começar pela minha.
Muitas vezes a aproveitamos, a dor, para nos instalarmos nela. Preferimos ficar a esgravatar na ferida, a comer diariamente o pão velho da própria maldade, em vez de termos sede de beleza, desejo de outra coisa. Parece que aquilo que aconteceu (e de mal, ainda por cima) saciou-nos completamente. As ofensas recebidas revelam-nos um duro e irônico retrato de nós. Ora, para perdoar é preciso ter uma furiosa e paciente sede do que (ainda) não há. O perdão começa por ser uma luzinha. E é bom insistir e esperar. O sol não brota de repente. Essa demora é uma condição da sua verdade.
Tolentino |
sexta-feira, 28 de abril de 2023
segunda-feira, 3 de abril de 2023
Até ao fim
Cardeal José Tolentino de Mendonça |
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023
REZAR O ALARGAR DA VIDA
quinta-feira, 26 de janeiro de 2023
sábado, 21 de janeiro de 2023
demasiadas coisas…
A nossa vida está carregada de coisas. Demasiadas coisas.
Obstáculos que se veem e que não se veem, mas que nos fazem caminhar esmagados pelo seu peso. Com o passar do tempo urdimos em torno da vida uma teia quase invisível de pequenas prisões, de círculos sem saída que implodem a nossa liberdade, de ínfimas concessões aparentemente insignificantes, mas que, amontoadas, prendem por muito tempo as nossas asas com cruéis alfinetes. E damos por nós, por exemplo, hipotecados ao materialismo mais primário, com a única preocupação de fazer crescer o aprovisionamento do nosso celeiro. Ou reféns de um vazio crescente que nos dinamita por dentro. Não conseguimos já levantar voo.
Queremos controlar os detalhes da vida, moldá-la à nossa ambição estreita, retê-la, como se isso estivesse na nossa mão. E, com isso, não enxergamos a lição fundamental: que a lei mais profunda da vida se acolhe no paradoxo do amor. Quando entrego a vida como dom é que ela se multiplica. Quando me abandono é que me encontro. Quando digo «a minha vida é tua» é que ela me pertence verdadeiramente.
A vida será uma aventura fecunda se estivermos seguros desse amor.
'O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas'
José Tolentino Mendonça |
domingo, 8 de janeiro de 2023
somos nós
Queridos irmãs e irmãos, no final da celebração do mistério do Natal, temos a Festa da Epifania. O nascimento de Jesus, o Deus connosco, tem de resplandecer e cada um de nós é testemunha, cada um de nós que está aqui é um implicado nesse nascimento, e é chamado a transportar essa boa nova, essa alegria, essa possibilidade de encontro a todas as mulheres e a todos os homens. Nós não vivemos o mistério em função de nós próprios, da nossa auto referencialidade, da nossa auto preservação, mas nós vivemos este mistério em Deus que é amor, que tem um coração onde todos cabem. E por isso, na nossa maneira de olhar, na nossa maneira de estar, nas escolhas que fazemos, na construção do mundo que efectivamos, temos de ter isso em conta – a universalidade. Porque este Menino que nasceu ensina-nos a nascer.
Nós, dentro de dias, começamos a arrumar os presépios dentro dos sacos, dentro das caixas, mas é importante que não arrumemos o espírito do presépio porque Jesus já nasceu há dois mil anos. Quem precisa de nascer hoje somos nós. Somos nós.
Tolentino Mendonça |
sábado, 24 de dezembro de 2022
Encontrar Jesus
Queridos irmãs e irmãos, o Natal fica incompleto se cada um de nós não puder ver com os seus próprios olhos e não puder tocar o mistério de Deus. O Natal é a anti abstração.
O Natal possui a concreta objetividade de um acontecimento que se dá diante de nós e em nós. Cada um com as perguntas que traz, com as experiências que transporta, com a situação real que vive é chamado a ver Deus. A ver Deus naquele Menino de carne e osso, naquela criança, naquele Filho que nos foi dado. Ao mesmo tempo, que somos igualmente chamados a nos deixarmos ver por Ele.
A esse propósito escreveu Santo John Henry Newman: "Quem quer que tu sejas, Deus olha-te de um modo único e particular; Ele chama-te pelo nome; Ele te vê e compreende porque é Ele que te criou. Ele conhece tudo aquilo que existe em ti, cada uma das tuas emoções e dos teus pensamentos, a tua força e a tua fraqueza". Jesus não vem apenas ao encontro da Humanidade, vem ao encontro de mim, de ti, de cada um de nós. E o verdadeiro ver aplicado a Jesus implica a compreensão profunda de quanto somos vistos, quer dizer, de quanto somos olhados, amados e conhecidos.
José Tolentino Mendonça |
segunda-feira, 14 de novembro de 2022
domingo, 9 de outubro de 2022
Travessia da Infância
Quietos fazemos as grandes viagens
só a alma convive com as paragens
estranhas
lembro-me de uma janela
na Travessa da Infância
onde seguindo o rumor dos autocarros
olhei pela primeira vez
o mundo
não sei se poderás adivinhar
a secreta glória que senti
por esses dias
só mais tarde descobri que
o último apeadeiro de todos
os autocarros
era ainda antes
do mundo
mas isso foi depois
muito depois
repito
~Tolentino de Mendonça
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
E vós, quem dizeis que Eu sou?
Queridos irmãs e irmãos,
“E vós, quem dizeis que Eu sou?”. Cada cristão é colocado perante esta pergunta porque cada um de nós é um intérprete de Jesus. Nós interpretamos a vida de Jesus e, no nosso coração e na nossa vida, temos de responder a esta pergunta: E para vós, quem sou Eu?
Primeiro Jesus pergunta o que é que se ouve dizer acerca dele. É interessante que uns dizem que ele é João Baptista, outros que é Elias, Jeremias ou um dos profetas. Interpretam Jesus a partir daqueles modelos que conhecem, a partir da tipologia profética, identificando Jesus mais com um ou com outro. Interpretam Jesus a partir do conhecido, do familiar, da tradição, do próximo.
Quando Jesus interroga os seus, Jesus está à espera de mais. E, de facto, esse mais surge na boca de Pedro: «Senhor, tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Isto é, para Te compreender não basta aquilo que já conhecemos, aquilo que já vimos noutros. Para Te dizer, para Te nomear não basta o saber acumulado de séculos e de tradição. Para Te dizer nós precisamos de escutar uma voz nova, a voz do espirito, e ser capazes de dizer uma palavra que rompe, que faz ruptura, que é nova, uma voz que é inédita.
Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo. Quando Pedro diz isto ele está a dizer uma coisa absolutamente temerária, absolutamente nova. É uma proclamação destemida aquela que Pedro faz, porque não é assegurada por nenhuma maioria, por nenhum consenso. Porque não havia consenso nenhum em torno de Jesus.
Não era nada confortável o que Pedro estava a dizer. Mas o que ele diz coloca-o sozinho no seu tempo. Torna-o uma voz solitária, uma voz em risco, uma voz que tem de sofrer por esta enormidade que diz : “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”.
Quando hoje nós temos de responder à pergunta «E vós quem dizeis que eu sou?», podemo-nos encostar ao que está dito. Podemos repetir como se repete um refrão, um bocadinho sonolento, aquilo que já ouvimos dizer acerca de Jesus Cristo. Podemo-nos acomodar à voz de uma maioria que, de certa maneira, nos inocenta, nos conforta e nos poupa ao risco de dizer uma palavra destemida acerca de Jesus.
Mas cada um de nós, no seu coração, é chamado a esta palavra temerária, é chamado a dizer o inédito, a dizer de Jesus o que ainda não está dito, a proclamar Jesus de uma maneira que ponha em risco, que ponha em causa a nossa própria existência.
Pedro diz “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo” e Paulo será na história do Cristianismo alguém que vai dizer o mesmo e vai tirar as consequências.
Pedro diz isto no caminho da Galileia, numa aldeiazinha, num sítio onde ninguém escuta.
Paulo vai gritar isto nos areópagos do mundo, nas cidades gregas importantes, vai escrever isto na Carta aos Romanos. A primeira frase da Carta aos Romanos, que é uma frase espantosa, “Eu, Paulo, escravo de Jesus Messias”. Por esta frase Paulo pode ir bater à prisão. E foi muitas vezes.
Uma das coisas que nós enterramos, de forma prática, é o messianismo. Achamos, no fundo, que a nossa vida já está resolvida. A nova vida não é vivida em tensão. Quanto muito tememos a morte. Mas outras expectativas decisivas em relação à nossa vida nós vamos atenuando, deixando, deixando e hoje o Cristianismo, de certa forma, esvaziou-se de uma dimensão fundamental à própria experiência cristã que é o messianismo, que é a esperança messiânica.
Nós esperamos num Jesus que é Messias. Nós até traduzimos Messias por Cristo e dizemos Jesus Cristo como se Cristo fosse o apelido de Jesus, e esquecemo-nos que dizer Jesus Cristo é dizer Jesus é o Cristo, Jesus é o Messias – que é como se diz em hebraico. Jesus é o Messias. Mas dizer isto faz tremer. Porquê? Porque todos os judeus sabiam e tinham-se encarregado de espalhar a sua fé no helenismo do tempo. Estavam presentes nas várias cidades, nas várias metrópoles da época. Quando vier o Messias o que é que cai? Cai a Lei. A Lei deixa de valer. Todas as constituições, todos os códigos deixam de valer. Cai o poder. Todos os poderes caem porque só há um poder, o do Messias, e cai o templo, e cai a forma religiosa e cai a classe sacerdotal. Porque só a há um sacerdote, que é o Messias.
Se a gente diz que ele é o Messias, o mundo tem que mudar na sua configuração. Nada da forma atual do mundo serve, é válido – é no fundo isso que Paulo vai dizer com todas as palavras. Cristo é o fim da Lei. Quer dizer, com Cristo já não há lei, a lei que serve para regulamentar a forma atual do mundo já não tem legitimidade, não tem validade porque surge o Messias. E, quando surge o Messias, começa um estado de exceção, começa um momento histórico novo, começa uma coisa que nós nunca vimos.
O cristianismo de Pedro e de Paulo, que são as duas colunas que se complementam na sua diferença, testemunham-nos um cristianismo messiânico, isto é, um cristianismo de ruptura, que é o inédito na história, um cristianismo que é um patamar novo na história – quer dizer, até aqui fizemos de uma maneira, um certo número de realidades tinha a sua validade, agora deixa de ter. Porque agora o que precisamos é de escutar o Messias. O Messias é a medida do mundo, é a medida do mundo.
Que um pregador que vem desclassificado lá de Jerusalém, de uma formação em Jerusalém, tenha a lata de dizer isso no areópago de Atenas, ou em Éfeso, ou em Filipos, e depois escreva isso com as letras todas aos Romanos, era mais do que razão para ele estar preso. E Paulo esteve grande parte da sua vida preso. Como Pedro esteve preso, como os Apóstolos estiveram presos. Estiveram presos não por delito comum. Por delito de opinião, porque muitas vezes a gente esquece-se que o cristianismo é um delito. É um delito de pensamento. Porque nós temos que pensar as coisas a partir de Jesus, de uma forma que vai contra, que está para lá de todas as formas. No fundo, todas a regras que dão a forma ao mundo, estremecem, estão aquém daquilo que pode começar em Jesus Cristo.
Queridos irmãs e Irmãos, nós somos os intérpretes de Jesus. Nós dizemos quem é Jesus. E quem é que nós dizemos que é Jesus? Quem é que nós dizemos, hoje, que é Jesus? Nas nossas vidas, nesta cidade, na comunidade, na família, no trabalho, no mundo da economia, da política, dos meios da comunicação…
Quem é que nós dizemos que é Ele? Ficamos a repetir consensualmente aquilo que está dito acerca de Jesus? Tentamos esvaziar Jesus do perigo que é Jesus, do risco que Jesus representa? Ou, pelo contrário, sentimos que a fé em Jesus é um motor de desassossego?
A fé em Jesus torna-nos a todos uns dissidentes, torna-nos a todos uns párias. Porque nada nos basta. Nós não pertencemos a nenhuma família, nós não pertencemos verdadeiramente a nenhum Estado, a nenhuma ideologia, a nenhum partido, a nenhum clube. Verdadeiramente não pertencemos, não pertencemos. Estamos nas coisas.
Sentimos que tem que ser algo mais, não num espirito de seita mas neste espirito de transformação da história, a partir do modelo radical do amor que Jesus nos veio mostrar.
E, nesse sentido, esta pergunta que Jesus faz: “Quem dizem os homens que Eu sou? E vós, quem dizeis que Eu sou?”
É um dividir das águas. É aqui que as águas se dividem.
É a minha resposta a esta pergunta.
Pe. José Tolentino Mendonça,
Homilia da Solenidade de São Pedro e São Paulo
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