Mostrar mensagens com a etiqueta radioactividade. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta radioactividade. Mostrar todas as mensagens

sábado, 28 de junho de 2025

A vida se reinventando

 


Na natureza, sobrevivência e adaptação costumam andar juntas. Mas o que dizer de um organismo que não apenas sobrevive ao caos, como o utiliza para prosperar? Foi o que cientistas encontraram nos arredores de Chernobyl: um fungo negro que se alimenta da própria radiação que devastou a região. Em vez de fugir da ameaça, ele a transforma em energia por meio de um processo chamado radiossíntese — um equivalente biológico à fotossíntese, mas nutrido por radiação ionizante. O pigmento melanina, presente em sua estrutura, atua como escudo e condutor, convertendo o que seria letal em combustível vital.


Esse achado não é apenas fascinante do ponto de vista microbiológico. Ele representa um marco de ruptura em como entendemos os limites da vida. A ciência, ao longo da história, já testemunhou reviravoltas similares: Pasteur e a teoria germinal, a penicilina moldando a medicina, ou mesmo o grafeno mudando as premissas da eletrônica. Agora, temos um organismo capaz de ressignificar ambientes hostis. Isso pode impactar tecnologias de descontaminação, escudos biológicos para missões espaciais e novos tratamentos em radioterapia.


Pensando no futuro, é plausível imaginar habitats em Marte revestidos com biofilmes radiofílicos, ou implantes médicos com revestimentos derivados da melania fúngica, protegendo tecidos expostos à radiação. Há, nesse cenário, uma lição que transcende a ciência: a vida não apenas resiste — ela negocia, adapta e se reinventa. O caos, como um incêndio florestal, pode ser o fertilizante inesperado do progresso.


Referência:  

https://lnkd.in/dqZWyHix


#PauloRPFerreira #smartstarbr #biotecnologia #chernobyl2025


fonte: Paulo Ricardo Ferreira