quarta-feira, 10 de julho de 2024

Coração Universal

 


Você pode explicar o conceito de ter um coração universal?


O coração universal é como um tronco que contém todos os galhos e folhas e os nutre com a força vital recebida das raízes. Um coração universal não tem fronteiras coletivas. Está unido com toda a criação e com toda a humanidade e vive a sua vida para o bem-estar de toda a criação. 


Um coração Universal é como uma folha que realiza sua unidade com toda a árvore e vive sua vida individual para o bem-estar de toda a árvore.


Na tradição católica é chamado de Sagrado Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria. 


Brother Martin (discípulo de D Bede Griffiths)

via Marcos Monteiro (WhatsApp)




Borderline

 


segunda-feira, 8 de julho de 2024

Uma data comum para a Páscoa

Cidade do Vaticano, 09 mai 2024 (Ecclesia)

O Papa convidou as Igrejas cristãs a definir uma data comum para a Páscoa, na qual coincidem em 2025, 1700 anos depois do Concílio de Niceia.

"Seja isto um apelo a todos os cristãos do Oriente e do Ocidente para darem resolutamente um passo rumo à unidade em torno duma data comum para a Páscoa. Vale a pena recordar que muitos desconhecem as diatribes do passado e não entendem como possam subsistir divisões a tal propósito", escreve Francisco, na bula de convocação do próximo Jubileu.

fonte: Ecclesia



domingo, 7 de julho de 2024

Presságio (Fernando Pessoa)

 



Datado de 24 de abril de 1928, o poema "Presságio", popularizado como "O amor, quando se revela", é uma composição de Fernando Pessoa. Escrito na fase final da vida do autor, é assinado com o seu nome (ortônimo), ilustrando várias características da sua lírica.

Embora trate um tema tão universal como o amor, Pessoa não faz o elogio do sentimento, algo muito comum na poesia. Pelo contrário, é um desabafo do sujeito lírico acerca da sua dificuldade em estabelecer relações amorosas.

fonte: Cultura Genial


segunda-feira, 1 de julho de 2024

Preciosíssimo Sangue de N. S. J. C.

 


A liturgia, esse admirável resumo da história da Igreja, recorda anualmente que nesta data, em 1849, foi vencida, graças ao concurso dos exércitos franceses, a Revolução, que havia expulsado o Papa de Roma. Para perpetuar a lembrança da vitória e mostrar que foi devida aos méritos do Salvador, Pio IX, refugiado em Gaeta, instituiu a festa do Precioso Sangue, recordando todas as circunstâncias em que foi derramado. O Coração de Jesus fez circular esse sangue adorável nos seus membros; por isso, como na festa do Sagrado Coração, o Evangelho nos faz assistir ao golpe de lança traspassando o Lado do Divino Crucificado, e fazendo dele correr sangue e água. É a união dos dois testemunhos prestados pelo Espírito Santo ao Messias, por ocasião do seu baptismo nas águas do Jordão e do baptismo do seu sangue na Cruz (Grad.). Veneremos o Sangue precioso de nosso Redentor, oferecido pelo sacerdote a Deus, sobre o altar. 

fonte: WhatsApp/Leonor Castro

Imagem: PlinioCorrea

sobre a dopamina

 

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

 


27 de junho


Hoje, fazemos memória de Maria, mãe de Jesus, com o nome de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Este título chega entre nós através de um ícone, uma pintura de caráter religioso-místico, que data do período bizantino.


Não sabemos quem foi o autor da pintura.

A história do ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro ficou conhecida a partir do século XV, quando esta pintura foi levada da ilha de Creta para Roma e colocada na igreja de São Mateus, onde foi venerada por três séculos.


Destruída a igreja de São Mateus, a célebre imagem permaneceu escondida até que, pela providência de Deus, foi descoberta e devolvida ao culto popular.


Em 1866, por ordem do Papa Pio IX, o ícone foi confiado aos cuidados dos Missionários Redentoristas.


Atualmente, o ícone missionário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro se encontra na Igreja de Santo Afonso, em Roma.


O centro da pintura não é Nossa Senhora e sim Jesus. Para se chegar a essa conclusão, basta traçar duas linhas imaginárias, uma ao longo do braço da Madona que forma um ângulo que aponta para o Menino. O mesmo indica os dois dedos da Madona, isto é, apontam para a cabeça do Menino Jesus. Isto mostra que o centro é Jesus Cristo, portanto é um ícone cristocêntrico.


Maria é, assim, "aquela que indica o caminho", ou como é mais conhecida: "a via de Cristo".


Nota-se também o olhar significante de Maria, isto é, o seu olhar está direcionado a quem olha o quadro e, ao mesmo tempo, a sua cabeça indica seu Filho Jesus.


Deve-se observar a sandália do Menino que está desatada e mostra seu pé. Conforme a tradição oriental, mostrar a planta do pé é dizer que se é homem. Assim, esta cena indica que Jesus mostra a planta do seu pé para dizer que ele é verdadeiramente homem.


Outro ponto importante a se observar, se refere às cores das vestes e seus significados. No quadro a Madona se veste com túnica vermelha e manto azul. E o Menino se veste de túnica verde com faixa vermelha e manto ocre.


Na simbologia oriental, verde e vermelho significam divindade. O azul e o ocre significam humanidade.


Oração:


Ó Virgem do Perpétuo Socorro, Santa Mãe do Redentor, socorre o teu povo que ressurgir. Concede a todos a alegria de caminhar para o futuro numa consciente e ativa solidariedade com os mais pobres, anunciando de modo novo e corajoso o Evangelho de teu Filho, fundamento e cume de toda a convivência humana que aspira a uma paz justa e duradoura.


Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR


quarta-feira, 26 de junho de 2024

sobre a história de Portugal


«Eu, Afonso, Rei de Portugal, filho do Conde Henrique e neto do grande rei D. Afonso, diante de vós, Bispo de Braga e Bispo de Coimbra e Teotónio, e de todos os mais vassalos de meu reino, juro em esta Cruz de metal e neste livro dos Santos Evangelhos, em que eu ponho minhas mãos, que eu, miserável pecador, vi com estes olhos indignos a Nosso Senhor Jesus Cristo estendido na Cruz, no modo seguinte:

«Eu estava com o meu exército nas terras do Alentejo, no Campo de Ourique, para dar batalha a Ismael e outros quatro reis mouros que tinham consigo infinitos milhares de homens.

«E a minha gente temerosa da sua multidão, estava atribulada e triste, sobremaneira.

«Em tanto que publicamente, diziam alguns ser temeridade acometer tal jornada. E eu, enfadado do que ouvia, comecei a cuidar comigo que faria.

«E como estivesse na minha tenda um livro em que estava escrito o Testamento Velho e o de Jesus Cristo, abri-o e li nele a vitória de Gedeão, e disse entre mim mesmo.

«Muito bem sabeis vós, Senhor Jesus Cristo, que por amor vosso tomei sobre mim esta guerra contra vossos adversários.

«Em vossa mão está dar a mim e aos meus, fortaleza para vencer estes blasfemadores de Vosso nome.

«Ditas estas palavras, adormeci sobre o livro e comecei a sonhar que via um homem velho vir para onde eu estava e que me dizia: Afonso, tem confiança, porque vencerás e destruirás estes reis infiéis e desfarás a sua potência e o Senhor se te mostrará.

«Estando nesta visão, chegou João Fernandes de Souza, meu camareiro, dizendo-me: Acordai, senhor meu, porque está aqui um homem velho que vos quer falar. Entre –  respondi-lhe – se é católico.

«E tanto que entrou, conheci ser aquele que no sonho vira, o qual mo disse:

«Senhor, tende bom coração, vencereis e não sereis vencido. Sois amado do Senhor porque sem dúvida pôs sobre vós e sobre vossa geração depois de vossos dias, os olhos de sua misericórdia, até à décima sexta descendência, na qual se diminuirá a sucessão, mas nela assim diminuída, Ele tornará a pôr os olhos e verá.

«Ele me manda dizer-vos que quando na seguinte noite ouvirdes a campainha de minha ermida, na qual vivo há sessenta e seis anos guardando no meio dos infiéis com o favor do mui Alto, saiais fora do real, sem nenhum criado, porque vos quer mostrar a Sua grande piedade.

«Obedeci, e prostrado em terra, com muita reverência, venerei o embaixador e Quem o mandava. E como, posto em oração, aguardava o som, na segunda vela da noite ouvi a campainha, e armado com espada e rodela, saí fora dos reais e subitamente vi à parte direita, contra o nascente, um raio resplandecente e indo-se pouco a pouco clarificando, cada hora se fazia maior. E pondo de propósito os olhos para aquela parte, vi de repente, no próprio raio o sinal da Cruz, mais resplandecente que o Sol, e um grupo grande de mancebos resplandecentes, os quais creio que seriam os santos anjos.

«Vendo pois esta visão, pondo à parte o escudo e a espada, (…) me lancei de bruços e desfeito em lágrimas comecei a rogar pela consolação de meus vassalos, e disse sem nenhum temor:

«A que fim me apareceis, Senhor? Quereis porventura acrescentar fé, a quem tem tanta?

«Melhor é, por certo, que Vos vejam os inimigos e creiam em Vós, que eu que desde a fonte do batismo Vos conheci por Deus verdadeiro, Filho da Virgem e do Padre Eterno e assim Vos conheço agora.

«A Cruz era de maravilhosa grandeza, levantada da terra quase dez côvados. O Senhor. com um tom de voz suave, que minhas orelhas indignas ouviram, me disse:

«Não te apareci deste modo para acrescentar a tua fé, mas para fortalecer o teu coração neste conflito e fundar os princípios de teu reino sobre pedra firme. Confia, Afonso, porque não só vencerás esta batalha, mas todas as outras em que pelejares contra os inimigos da minha Cruz.

«Acharás a tua gente alegre e esforçada para a peleja e te pedirá que entre na batalha com o título de Rei. Não ponhas dúvida, mas tudo quanto te pedirem, lhes concede facilmente.

«Eu sou fundador e destruidor dos reinos e impérios e quero em ti e em teus descendentes fundar para mim um império, por cujo meio seja meu nome publicado entre as nações mais estranhas.

«E para que os teus descendentes conheçam Quem lhes dá o reino, comporás o escudo de tuas armas do preço com que Eu Remi o género humano e daquele por que fui comprado pelos judeus, ser-me-á reino santificado, puro na fé e amado na minha piedade.

«Eu, tanto que ouvi estas coisas, prostrado em terra, O adorei dizendo: Por que méritos, Senhor, me mostrais tão grande misericórdia?

«Ponde, pois, Vossos benignos olhos nos sucessores que me prometeis, e guardai salva a gente portuguesa. E se acontecer que tenhais contra ela algum castigo aparelhado, executai-o antes em mim (…) e livrai este povo que amo como o único filho.

«Consentindo nisso, o Senhor me disse: Não se apartará deles nem de ti, nunca, nunca minha misericórdia, porque por sua via tenho aparelhadas grandes searas e a eles escolhidos por meus seguidores em terras muito remotas.

«Ditas estas palavras desapareceu e eu, cheio de confiança e suavidade me tornei para o real. E (para) que isto passasse na verdade, juro, eu, D. Afonso, pelos Santos Evangelhos de Jesus Cristo, tocados com estas mãos.

«E, portanto, mando a meus descendentes que para sempre sucederem, que em honra da Cruz e cinco chagas de Jesus Cristo, tragam em seu escudo, os cinco escudos partidos em cruz, e em cada um deles os trinta dinheiros e por timbre a serpente de Moisés, por ser figura de Cristo e este seja o troféu da nossa geração.

«E se alguém intentar o contrário, seja maldito do Senhor e atormentado no inferno com Judas, o traidor.

«Foi feita a presente carta em Coimbra aos vinte e nove de outubro, era de 1152,

«eu, el-rei D. Afonso»

(Fonte: Crônica de Dom Afonso Henriques)

fonte: IPEC