Papa promove unificação da data da Páscoa entre os cristãos a partir de 2025
A actual diversidade de datas da Páscoa entre os cristãos se deve ao uso do calendário gregoriano por alguns e do calendário juliano por outros. O Papa Francisco está promovendo a unificação da data da Páscoa entre os cristãos a partir de 2025, um ano emblemático por recordar os 1700 anos do primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia.
No dia 19 de novembro de 2022, Francisco recebeu no Vaticano o Patriarca Mar Awa III, da Igreja Assíria do Oriente, a quem manifestou o desejo de “uma data comum para os cristãos celebrarem juntos a Páscoa”.
O Papa enfatizou a relevância dessa unificação fazendo um comentário bem-humorado:
-Tenhamos a coragem de acabar com esta divisão, que às vezes nos faz rir…
“O seu Cristo ressuscita quando? E o seu Cristo, quando ressuscita?”
Não. O sinal é um só Cristo para todos nós.
Calendários diferentes
Em parte, a atual diversidade de datas da Páscoa entre os cristãos se deve ao uso do calendário gregoriano por alguns e do calendário juliano por outros.
Em 325, o Primeiro Concílio de Nicéia determinou que a Páscoa seria celebrada no primeiro domingo após a lua cheia do início da primavera. Por este critério, a data sempre cairá entre 22 de março e 25 de abril.
Em 1582, o Papa Gregório reformou o calendário para corrigir imprecisões, dando origem ao modelo que até hoje é o mais usado em todo o mundo. Os cristãos ortodoxos, porém, não aderiram à reforma gregoriana e mantêm o calendário juliano até o presente.
Como o ano calculado pelo calendário juliano é um pouco mais longo e acumula 13 dias de atraso em relação ao gregoriano, as datas da Páscoa raramente coincidem entre os dois calendários.
No tocante à data da Páscoa, o líder dos cristãos ortodoxos orientais, patriarca Bartolomeu de Constantinopla, também se declarou favorável a fixar a data comum a partir de 2025, o que também é compartilhado pelo arcebispo ortodoxo Job Getcha de Telmessos.
Reunificação dos cristãos
O Papa Francisco declarou ao Patriarca Mar Awa III, além do mais, que deseja a reunificação também das Igrejas:
“Atrevo-me a expressar um sonho: que a separação com a amada Igreja Assíria do Oriente, a primeira duradoura na história da Igreja, possa também ser, se Deus quiser, a primeira a ser resolvida”.
Para isso, ele exortou “o clero e os fiéis das nossas Igrejas” a “oferecerem um testemunho comum do Evangelho de Cristo” mesmo em condições difíceis. O Papa observou ainda que as duas Igrejas “já experimentam uma comunhão quase completa em muitos lugares”.
“Rezemos e trabalhemos intensamente para preparar o tão esperado dia em que poderemos celebrar juntos a Eucaristia, a Santa Qurbana, no mesmo altar”.
Francisco Vêneto - publicado em 25/11/2022
fonte: Aleteia