— Infelizmente não vou poder ir.
— Porquê?
— Porque não quero.
Vamos normalizar isto.
Vamos normalizar o “não quero”, o “não estou para aí virado”, o “não me apetece”.
Não vamos ficar magoados, revoltados, só porque aquela pessoa, que amamos e que queremos ter sempre connosco, não quer, naquele momento, estar junto a nós.
Ou porque não quer falar connosco ao telefone.
O telefonema é invasivo, é impositivo.
Quem telefona está a dizer: agora, neste instante, quero falar contigo.
Está a impor o seu timing, o seu tempo. Não atender não é prova de nada, apenas de que não quero falar nesse momento que a outra pessoa definiu. Não é por isso que amo menos, que quero menos, que preciso menos. Apenas preciso de espaço para mim, apenas quero fazer outras coisas, estar noutros lugares. Está tudo bem assim. Porque não haveria de estar?
Empatia é isso: perceber que o outro não é Eu.
Não tem de querer o que quero quando eu quero; o outro quer o que quer quando quer, é essa a sua magia também.
Vamos normalizar.
Não vamos impor companhias, decisões, escolhas.
Não vamos obrigar o outro a mentir, a enganar, a esconder o que sente, o que quer, só para não ser malvisto, mal-encarado, mal interpretado.
O amor é liberdade, jamais prisão.
O amor é alegria, jamais constrangimento.
Vamos normalizar isto.
Vamos normalizar o que é normal, o que é humano.
Somos todos diferentes, em momentos diferentes, em estádios diferentes das nossas vidas.
Entender isso é amor.
Amemo-nos assim.
A RARIDADE DAS COISAS BANAIS
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