Este pequeno filme de 3 minutos
pode ensinar-nos tanto sobre a vida 🙏
Os homens embarcam nos trens,
mas já não sabem mais o que procuram.
in O Principezinho de Antoine de Saint-Exupéry
#SSVP #antoinedesaintexupery #principezinho
Este pequeno filme de 3 minutos
pode ensinar-nos tanto sobre a vida 🙏
Os homens embarcam nos trens,
mas já não sabem mais o que procuram.
in O Principezinho de Antoine de Saint-Exupéry
#SSVP #antoinedesaintexupery #principezinho
Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.
Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!
Livro dos Salmos 37(36),3-4.18-19.27-28.39-40.
Confia no Senhor e pratica o bem,
possuirás a Terra e viverás tranquilo.
Põe no Senhor as tuas delícias
e Ele satisfará os anseios do teu coração.
O Senhor conhece os dias dos bons
e a herança deles será eterna.
Não serão confundidos no tempo da adversidade
e nos dias da fome serão saciados.
Afasta-te do mal e pratica o bem
e permanecerás para sempre;
porque o Senhor ama a justiça
e não desampara os que Lhe são fiéis.
A salvação dos justos vem do Senhor,
Ele é o seu refúgio no tempo da tribulação.
O Senhor os ajuda e defende,
porque nele procuraram refúgio.
Evangelho segundo São Mateus 10,16-23.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Envio-vos como ovelhas para o meio de lobos. Portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.
Tende cuidado com os homens: hão de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas sinagogas.
Por minha causa, sereis levados à presença de governadores e reis, para dar testemunho diante deles e das nações.
Quando vos entregarem, não vos preocupeis em saber como falar nem com o que dizer, porque nessa altura vos será sugerido o que deveis dizer;
porque não sereis vós a falar, mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós.
O irmão entregará à morte o irmão e o pai entregará o filho. Os filhos hão de erguer-se contra os pais e causar-lhes a morte.
E sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.
Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo: não acabareis de percorrer as cidades de Israel, antes de vir o Filho do homem».
O 13 de julho foi o dia em que Nossa Senhora assustou as três crianças pastorzinhas, mostrando-lhes o inferno e advertindo-os severamente sobre uma segunda guerra global e uma nova era do martírio.
Mas a surpreendente – e surpreendentemente dura – aparição do 13 de julho de 1917 mudou a fé da Igreja em nosso tempo pelos seguintes motivos.
A pequena Lúcia dos Santos tinha 10 anos quando Nossa Senhora de Fátima começou a aparecer a ela e a seus primos Francisco, 8 anos, e Jacinta Marto, 7 anos. As aparições aconteciam a cada dia 13 do mês, começando em maio de 1917.
Mas em julho, em vez de apenas exortar as crianças a rezar o terço e apontá-las para o céu, ela mostrou-lhes uma visão terrível.
"Era como se fosse um mar de fogo", escreveu Lucia. "Mergulhados no fogo estavam demónios e almas em forma humana entre gritos e gemidos de dor e desespero, o que nos horrorizou e nos fez tremer de medo".
Para dar crédito a Nossa Senhora de Fátima, a visão do inferno aconteceu só depois de um ano de preparação, incluindo visitas de um anjo e muita segurança sobre o céu.
A única coisa que tornaria esta visão acreditável, e não um exemplo de abuso emocional, é se o inferno fosse um lugar real e se estivéssemos em um perigo enorme de acabar lá caso não fizéssemos algo drástico.
O inferno era real. E nós corremos o risco de acabar lá.
As mensagens de Jesus (Marcos 1:15), João Batista (Mateus 3: 1-2) e Pedro (Atos 2:38) eram todas iguais: "Arrependei-vos!" Jesus definiu a missão da Igreja pregando o “arrependimento, pelo perdão dos pecados “(Lucas 24:47).
No entanto, todos os papas – de Pio XII a Francisco – disseram que “o pecado do século é a perda do sentido do pecado”.
A recusa em se arrepender – a crença de que o pecado realmente não importa – é o cerne das maiores catástrofes morais de nosso tempo, do aborto ao tráfico humano, da epidemia de pornografia e da criminalidade urbana. Aqueles que não enxergam o erro fazem coisas terríveis.
A visão de Nossa Senhora de Fátima sobre o inferno é uma correção absolutamente necessária para a expectativa presunçosa de que todos iremos para o céu. É verdade que Deus quer perdoar a todos. Mas uma coisa o impede: o fato de nós não nos arrependermos.
"Essa guerra vai acabar", disse Nossa Senhora de Fátima às crianças em julho, "mas se os homens não se abstiverem de ofender a Deus, começará outra e mais terrível guerra".
O que quer que seja que tenham entendido, o sentido geral dessa mensagem era claro para as crianças: a guerra não é uma ocasião para Deus recompensar os vencedores, mas para punir o pecado.
O paradigma da "recompensa" existia há muito tempo na história cristã: de Carlo Magno a Joana D´Arc, de Notre Dame des Victoires aos Conquistadores. Toda cultura cristã tinha suas figuras de Robin Hood e do rei Arthur: heróis das virtudes não convencionais da violência inteligente. Mas Nossa Senhora de Fátima derramou água fria sobre tudo isso.
Finalmente, o 13 de Julho desromantizou o martírio.
Por essa questão, Nossa Senhora de Fátima também definiu a nossa compreensão do martírio.
Muitos de já assistiram ao filme "Silence", de Martin Scorcese, que mostra a saga de jesuítas no Japão. Com o intuito de encontrar seu antigo mentor, eles passam a enfrentar uma violenta e incessante perseguição religiosa.
Nossa Senhora de Fátima ensinou essa lição há 100 anos.
As crianças tiveram uma visão do papa "meio trêmulo, com andar vacilante, aflito, com dor e tristeza", rezando pelos cadáveres em que ele tropeçou até ele ser baleado. Nossa Senhora sabe que, no céu, o martírio é glorioso – e na Terra, é doloroso e triste.
O significado de tudo isso não ficou apenas relacionado às três crianças pastorzinhas.
Eles aprenderam que era absolutamente urgente a necessidade de consolar Jesus, converter pecadores e se comprometer com Maria.
Só existem dois dias do ano em que nada pode ser feito. Um chama-se ontem e o outro amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver. ~Dalai Lama |
Dalai Lama |
William Shatner |
"No ano passado, tive uma experiência de vida aos 90 anos que mudou radicalmente a minha maneira de pensar. Fui para o espaço, depois de décadas interpretando um personagem icónica da ficção científica que explorava o universo. Achei que o resultado seria uma conexão profunda com a imensidão ao nosso redor, uma evocação profunda para uma exploração sem fim.
"Eu estava absolutamente errado. O sentimento mais forte, que dominou de longe todo o resto, foi a dor mais profunda que já experimentei.
"Entendi, da maneira mais clara possível, que estávamos vivendo em um minúsculo oásis de vida, cercado por uma imensidão de morte. Não via infinitas possibilidades de mundos a explorar, de aventuras a viver, ou criaturas vivas a conectar. Eu vi a escuridão mais profunda que eu poderia ter imaginado, contrastando tão fortemente com o calor do nosso acolhedor planeta nativo.
Foi um despertar imensamente poderoso para mim. Encheu-me de tristeza. Percebi que havíamos passado décadas, senão séculos, obcecados em desviar o olhar, em olhar para fora. Fiz minha parte na popularização da ideia de que o espaço era o fim da fronteira. Mas eu tive que chegar ao espaço para entender que a Terra é e continuará sendo nosso único lar. E que a temos devastado, implacavelmente, tornando-a inabitável."
--William Shatner, actor ♡♡♡
Peço que sigam a página do 370 léguas (Dá que pensar.)
370 léguas |
POSTAL DO DIA
Um novo 25 de Abril derrubará o 25 de Abril
1.
Precisamos do que não temos e raramente nos basta o que damos por garantido. É um lugar comum, dos mais óbvios – se formamos uma família perdemos a paixão por entre as curvas; se vivemos apaixonados sentimos uma sede de família que nos obriga a parar na primeira fonte.
A vida é feita disto.
Das rotinas de que depende uma relação com filhos, árvores de Natal e cabrito ao domingo; da quebra de rotinas de que precisam os apaixonados.
Dois mundos inconciliáveis e sempre presentes no que fomos: nesta batalha, o exército ruidoso, que nos provoca dores de barriga e enxaquecas, é formado pelo que nos falta. Mais tarde ou mais cedo dá de si e nada podemos fazer para o evitar.
2.
Ao mesmo tempo, cada fase que vivemos, cada passo, sabe ao irrepetível – o golo da infância, a entrega dos testes no liceu, o primeiro dia no primeiro emprego, a descoberta de um poeta na juventude, de uma utopia, de um amor impossível, o dia em que nos despimos a alguém.
Quando repetimos o irrepetível, quando o tentamos, sabe-nos a fruta passada, uma embalagem fora do prazo. Mas há dias em que penso: que estupidez de pensamento. Que estupidez pensar em impossíveis no jogo de todos os possíveis, o que jogamos desde que nascemos.
Um dia voltarei a embaciar os vidros do carro. Um dia voltarei a fazer as coisas que já fiz como se fosse a primeira vez que as faço. Um dia serei dono de uma utopia e voltarei a celebrar um golo ajoelhado e fora de mim. E um dia chegarei à conclusão de que existe um tempo para tudo, que quem prova o absoluto, o que é verdadeiramente absoluto, sabe que o caminho a partir dali é sempre a descer.
3.
Pedem-me pelo meu 25 de Abril.
Mas o que sei do 25 de Abril é o que sei da juventude dos meus pais. É da fotografia da minha mãe, mesmo em frente ao lugar onde escrevo, tão bonita que era, olhos vivos, sorriso largo, uma fome de mundo e liberdade fosse isso o que fosse. O meu 25 de Abril não é feito de cravos, mas de promessas de uma paixão proibida. Recordo-a como se fosse hoje, de mão na minha mão, a contar-me o quanto gostou do meu pai, o quanto o amou em Paris durante o seu “exílio”.
O meu 25 de Abril é a avô Alice e o piano onde a família escondia os livros proibidos antes das visitas noturnas da PIDE, são as tias Cristina e Teresa a contarem das reuniões gerais de alunos na Faculdade de Letras ou na maneira como, com a revolução na rua, saíram de casa para construir uma vida com pressupostos inimagináveis. É um tio contar-me das filas intermináveis para ver a Garganta Funda ou de uma noite em que assisti a uma sessão do Homem que Matou Liberty Valence seguida de um debate sobre a liberdade de imprensa. Encontrei o meu 25 de Abril quando no final da década de 1970, um diretor de escola primária entrou na sala de aula e proibiu a velha professora de partir a régua nas nossas mãos. Fomos para o recreio e eu, politizado dos desenhos animados de Vasco Granja, desenhei um bigode revolucionário e cantei o “Se uma Gaivota Voasse”.
4.
O meu 25 de Abril não é mais do que isto. É a memória dos Capitães de Abril em jovens. A viverem a sua revolução sem que antes tenham dito uma única palavra.
Lembro-me deles em jovens, da idade de Salgueiro Maia, mais novos do que eu sou agora, a caminharem para os seus objetivos e dispostos a morrer pelo ideal de pôr fim à guerra colonial e à ditadura. O resto não me interessa.
Porque como escrevi numa crónica por estes dias, os heróis que estiveram na primeira linha puderam viver o Absoluto (que é uma forma de alucinação benigna) e depois dessa ideia de Felicidade que se julga para sempre, veio o choque com a realidade que atropela, deforma e relativiza.
O meu 25 de Abril é uma homenagem à memória. A esse fio de horizonte, feito sem palavras, que nos faz ser o que somos.
Que nos faz ser portugueses.
Arrogantes na ditadura da dúvida permanente. Orgulhosos e temerosos. Umas vezes tudo, outras nada. Temos o Sol, mas inventámos o fado. Falamos de medo, mas partimos à conquista do mundo. Temos inveja e somos generosos. Somos uma coisa e o seu contrário. Gostamos de dar voltas no mesmo sítio como se farejássemos uma cauda imaginária.
5.
Aguardamos por uma outra revolução. Uma revolução de ideias, tecnológica e civilizacional. Talvez com sangue, suor e lágrimas. Uma revolução que colocará em causa a própria ideia de democracia que, no seu interior, traz as sementes da sua própria destruição, como todos os sistemas humanos antes e depois.
Que novo 25 de Abril será esse? Que nova globalização poderá nascer? Que respostas poderão ser dadas para respeitar uma ideia de progresso e de liberdade? Questões para os nossos filhos. Serão eles, ou os filhos deles, a colocar fim aos poderes que, como sempre, se julgam eternos.
Os Capitães de Abril também “morrerão” com essa nova revolução. Porque ao contrário do que pensam são parte do mundo que criticam. Não tem mal nenhum, é o que é. Ainda bem que muitos estão vivos e são testemunhas da história, mas infelizmente a heroicidade não é compatível com o ruído das opiniões e da espuma dos dias. E cada opinião, por mais legítima e respeitável que seja, soa a uma aula de arqueologia sem qualquer ligação à realidade. É como ver os Heróis do Mar ao vivo a cantar o Amor e a Paixão com Pedro Ayres Magalhães a liderar os saltos no palco. Não cola.
6.
E aconteça o que acontecer, tudo continuará enquanto dormirmos. Ainda esta noite, tudo continuou: promessas de amor para sempre, corpos molhados de desejo, suicidas enforcados ou envenenados com comprimidos, punhais nas vielas, o primeiro “chuto” de alguém que se começou a perder, festas de aniversário, insónias de quem soube que um cancro é seu inquilino ou que a pessoa ao lado tem uma vida dupla. Enquanto durmo, pais perderam os seus filhos. Bebés nasceram de cesarianas, fórceps e partos naturais. Homens e mulheres estenderam as suas mãos e pediram pela primeira vez. Casas foram assaltadas, apaixonados despiram-se em luas-de-mel, sonhadores não pregaram olho, dementes fizeram telefonemas anónimos, doentes e feridos entraram nas urgências, outros entraram na lista dos que enlouqueceram. Enquanto dormi esta noite tudo isso aconteceu. E tudo o resto. Tudo o resto que aqui não cabe. Uma ideia de liberdade também. De futuro.
Postal do dia de Luís Osório |