quinta-feira, 13 de julho de 2023

13 de Juho de 1917

O 13 de julho foi o dia em que Nossa Senhora assustou as três crianças pastorzinhas, mostrando-lhes o inferno e advertindo-os severamente sobre uma segunda guerra global e uma nova era do martírio.

Mas a surpreendente – e surpreendentemente dura – aparição do 13 de julho de 1917 mudou a fé da Igreja em nosso tempo pelos seguintes motivos.

Primeiro:
o 13 de julho recolocou o inferno no centro da consciência católica.

A pequena Lúcia dos Santos tinha 10 anos quando Nossa Senhora de Fátima começou a aparecer a ela e a seus primos Francisco, 8 anos, e Jacinta Marto, 7 anos. As aparições aconteciam a cada dia 13 do mês, começando em maio de 1917.

Mas em julho, em vez de apenas exortar as crianças a rezar o terço e apontá-las para o céu, ela mostrou-lhes uma visão terrível.

"Era como se fosse um mar de fogo", escreveu Lucia. "Mergulhados no fogo estavam demónios e almas em forma humana entre gritos e gemidos de dor e desespero, o que nos horrorizou e nos fez tremer de medo".

Para dar crédito a Nossa Senhora de Fátima, a visão do inferno aconteceu só depois de um ano de preparação, incluindo visitas de um anjo e muita segurança sobre o céu.

A única coisa que tornaria esta visão acreditável, e não um exemplo de abuso emocional, é se o inferno fosse um lugar real e se estivéssemos em um perigo enorme de acabar lá caso não fizéssemos algo drástico.

O inferno era real. E nós corremos o risco de acabar lá.

Segundo:
Ela reiterou a mensagem mais impopular – e mais importante – do cristianismo.

As mensagens de Jesus (Marcos 1:15), João Batista (Mateus 3: 1-2) e Pedro (Atos 2:38) eram todas iguais: "Arrependei-vos!" Jesus definiu a missão da Igreja pregando o “arrependimento, pelo perdão dos pecados “(Lucas 24:47).

No entanto, todos os papas – de Pio XII a Francisco – disseram que “o pecado do século é a perda do sentido do pecado”.

A recusa em se arrepender – a crença de que o pecado realmente não importa – é o cerne das maiores catástrofes morais de nosso tempo, do aborto ao tráfico humano, da epidemia de pornografia e da criminalidade urbana. Aqueles que não enxergam o erro fazem coisas terríveis.

A visão de Nossa Senhora de Fátima sobre o inferno é uma correção absolutamente necessária para a expectativa presunçosa de que todos iremos para o céu. É verdade que Deus quer perdoar a todos. Mas uma coisa o impede: o fato de nós não nos arrependermos.

Terceiro:
Nossa Senhora de Fátima desromantizou a guerra

"Essa guerra vai acabar", disse Nossa Senhora de Fátima às crianças em julho, "mas se os homens não se abstiverem de ofender a Deus, começará outra e mais terrível guerra".

O que quer que seja que tenham entendido, o sentido geral dessa mensagem era claro para as crianças: a guerra não é uma ocasião para Deus recompensar os vencedores, mas para punir o pecado.

O paradigma da "recompensa" existia há muito tempo na história cristã: de Carlo Magno a Joana D´Arc, de Notre Dame des Victoires aos Conquistadores. Toda cultura cristã tinha suas figuras de Robin Hood e do rei Arthur: heróis das virtudes não convencionais da violência inteligente. Mas Nossa Senhora de Fátima derramou água fria sobre tudo isso.

Finalmente, o 13 de Julho desromantizou o martírio.

Por essa questão, Nossa Senhora de Fátima também definiu a nossa compreensão do martírio.

Muitos de já assistiram ao filme "Silence", de Martin Scorcese, que mostra a saga de jesuítas no Japão. Com o intuito de encontrar seu antigo mentor, eles passam a enfrentar uma violenta e incessante perseguição religiosa.

Nossa Senhora de Fátima ensinou essa lição há 100 anos.

As crianças tiveram uma visão do papa "meio trêmulo, com andar vacilante, aflito, com dor e tristeza", rezando pelos cadáveres em que ele tropeçou até ele ser baleado. Nossa Senhora sabe que, no céu, o martírio é glorioso – e na Terra, é doloroso e triste.

O significado de tudo isso não ficou apenas relacionado às três crianças pastorzinhas.

Eles aprenderam que era absolutamente urgente a necessidade de consolar Jesus, converter pecadores e se comprometer com Maria.

13 de julho é apenas parte da história dessas crianças – uma história que inclui muito mais consolação do que condenação e foi concebida para todas as gerações, inclusive a nossa.

fonte: Aleteia



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