sábado, 4 de setembro de 2021

Uma leitura (im)provável do nome de Deus


A proposta de “tradução” que aqui trazemos tem a tendenciosidade inerente a quem busca traduzir o intraduzível, “numa língua” que as pessoas entendam... Esta é uma tarefa que atravessa os tempos e que continua a ser uma tarefa ineludível e irrecusável, porque o Pentecostes se prolonga no tempo intemporal.


Esta tarefa torna-se tanto mais irrecusável quanto vivemos num tempo solteiro de afectos e viúvo de emoções, que vive a nível relacional essencialmente uma dimensão de utilitarismo.

 

Terminada a utilidade, termina a relação qual “pastilha elástica” miseravelmente cuspida no chão onde vagabundeia a nossa indiferença, indigentemente espezinhada quem sabe até pelos pés dos que continuam a passar a correr pela estrada de Jericó a caminho do Templo.


Outros tempos, outras culturas e outras civilizações inventaram, criaram e aperfeiçoaram formas de matar e mataram...! O nosso tempo, a nossa “cultura” e a nossa “civilização”, ou a falta dela, conseguiram matar o que nenhuma outra tinha sido capaz de matar. Nós, matámos as palavras! E porque matámos as palavras, matámos os afectos e porque matámos os afectos, suicidámo-nos!


De repente, deixou de ser possível “fazer amor”, porque quando nos demos conta, esta era já uma das palavras mais assassinadas... e ficámos sem saber o que fazer. Daqui, a partir daqui, tudo se complicou, tudo “nos complicámos”. E sobrámos nós, sozinhos, com afectos mortos, com solidões à espera de redenção.


E aqui estamos nós, convidados, desafiados, e incentivados pelo próprio Deus a perceber a nossa missão, a única que nos toca realmente levar a cabo! Ressuscitar as palavras mortas, os afectos mortos! Um dia perceberemos que este é o tempo de nos entendermos como agentes de transformação da História. 


A nós, a todos nós, cabe-nos a tarefa de “fazer amor com toda a gente, todos os dias, e sem preservativos!”


 Pois é, isso mesmo, assim na crueza das palavras mortas à espera de ressurreição, à espera da ressurreição do amor, à espera de gente que deixe de viver “preservada” dentro dos penachos e preconceitos que toldam o entendimento, a capacidade de “ver”, a tal capacidade de “ver como se víssemos o invisível”, a própria capacidade de “ver a Deus”, porque não vemos o outro, porque começámos por não nos vermos a nós mesmos, escondidos numa castidade bacoca que nunca será capaz de, “serenamente” entender o corpo com o “lugar” por onde passam também os enlevos da alma... mais um ou dois milénios e lá chegaremos...  


Mas Ele ali está, onde sempre esteve, no Horeb dos nossos medos e dos nossos desafios, nas rugas da montanha a conquistar, nos socalcos da vida a percorrer desafiada a deixar-se “incomodar” pelo que não conhece... porque é Ele está ali na sarça que arde mas não se queima, na realidade que escapa aos meus sentidos mas da qual não fujo, tal como Moisés não fugiu, mas vou à procura, à procura do sentido, à procura do sentido do(s) meu(s) sem sentido(s)... até encontrar Deus... até encontrar Aquele que me diz que É para que Eu seja.


E Ele ali está, e Ele ali me responde אֶהְיֶה אֲשֶׁר אֶהְיֶה. “Eu sou aquele que é sendo!” “Eu sou aquele que é sendo contigo!” “Preciso de ti para ser!”


Heresia! Gritarão os puristas. Como é que Deus se pode atrever a uma coisa destas?


Mas pode! Pode e deve. E diz. Vamos ver.


Na confusão da loquacidade com que nos vamos desentendendo, confundimos facilmente dois conceitos que não dominamos: gostar e amar. Quando percebermos a diferença, teremos entendido tudo, ou pelo menos, muita coisa...


Quando eu digo a alguém: “Eu gosto de ti”, estou a dizer “Eu preciso de ti para ser feliz”. Mas quando digo a alguém: “Eu amo-te”, estou a dizer “Eu não posso ser feliz sem ti”. 


Aqui muda tudo. Aqui, acima de tudo mudo eu, na minha relação de intimidade comigo e com o outro, na minha relação de “ser sendo” e “sendo com”, na medida em que empurra o meu “eu” sozinho e solitário, para o “nós”, de uma relação que a dois se vive, se constrói e se celebra.


Voltemos à “heresia” de Deus. Diante daquele Moisés espantado mas corajoso, que vai à procura dos seus “comos” e dos seus “porquês”, Deus revela-se, Deus “diz” o Seu nome.


E diz de si próprio a essência do seu próprio ser: Porque Ele é, para que Eu seja e para que eu “seja sendo”, porque a relação com Ele só existe na medida em que, e se existir uma relação com o “outro” e com os “outros”. 


Em última análise Deus diz a Moisés, Deus diz a cada um de nós, “eu amo-te”. Isso mesmo! Não posso ser sem ti!


Está aqui a heresia. Deus precisa de mim para ser! Escandalizado? Espero que sim.


Que falta que faz este escândalo. Que falta que faz perceber até e sobretudo a partir da nossa experiência humana que Eu não “sou” para alguém que não me “conhece”, que alguém que eu não “conheço” não existe para mim.


Preciso de ti para ser. Preciso de ti para ser contigo.


Frei Fernando Ventura

domingo, 22 de agosto de 2021

You Are The One

 

That's a human name. Those are human concepts. It is the Self, that imperishable Self, which is all-pervading, omnipresence, that creates God. If you only knew what was inside of you, what you really were, you would laugh hysterically. You would be full of bliss, full of joy, full of happiness, full of harmony. There is that within you which is unspeakable, which cannot be explained. It's such beauty, such joy. When you know who you are, and you call upon that, you'll have ever-lasting happiness. This is the reason I always say to you at the end of the lesson, "Worship your Self, bow to your Self, pray to your Self." After all, to whom shall you pray? To the sky? To the moon? To the stars? Yet they also come out of you. You are the one. 
~Robert Adams

comece a amar

via Dulce Ferraz

 

Pai, hoje volto a ser teu filho


“The reason it hurts so much to separate is because our souls are connected. Maybe they always have been and will be.

Maybe we've lived a thousand lives before this one and in each of them, we've found each other. And maybe each time, we've been forced apart for the same reasons.

That means that this goodbye is both a goodbye for the past ten thousand years and a prelude to what will come... ” 

~ Nicholas Sparks

via Michelle Alter

respond less…

via Eternal Wisdom ( Michelle Alter )

Miracle Choice



No passado dia 12 de Agosto tive o privilégio de ser desafiado para participar num jogo facilitado por Fabiana Milanez, na Casa do Ser. Fomos quatro a jogar, sob a sublime orientação da Fabiana que nos ajudou a interpretar as mensagens ao longo do jogo e em função das intenções de cada um. Para quem quiser ter um contacto com a Mensagem de Um Curso Em Milagres este é um dos melhores formatos que já conheci. No caso da minha intenção, não poderia ter recebido uma melhor validação do que esta…🙏




sobre liderança…


 

sobre a instrumentalização…

Frei Ventura

 

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Até já, José Manuel

Boa noite José Manuel,

O Paulo deu-me há poucos minutos a triste notícia da tua partida. Estou chocado. Tantos minutos que partilhámos juntos, viagens e conversas. Admirava a tua inteligência, o teu espírito irreverente e critico, o teu sentido de humor, pragmatismo, a tua energia vibrante e a tua resistência perante as adversidades que as partidas da vida tantas vezes te pregaram. Tu sempre reagias com um grande sorriso. É assim que te recordo, com um grande sorriso. Fiquei a dever-te uma visita à casa que terá sido a tua última morada. A casa em cuja construção tanto amor puseste e que connosco partilhaste, cada pormenor, cada detalhe, cada sonho… Rezo neste momento pela tua Alma, para que te recordes das nossas conversas e que confies no Amor do Pai que irás finalmente encontrar. Esta vida foi apenas aprendizagem e tu deste-me tanto. Por tudo aquilo que me deste eu te agradeço e por isso agora te envio este grande abraço, que não deixa de ser sentido por não ser físico. É bem real na mesma! Um abraço de gratidão e saudade. Até já!🙏

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O Caminho do Aperfeiçoamento


Na Antiguidade, aquele que desejava aperfeiçoar o mundo ordenava primeiro o próprio país; para ordenar o próprio país, regulava antes a própria família; para regular a família, cultivava antes a sua personalidade.

Este é o caminho que qualquer homem de aspiração política deve seguir, e a inversão disso é nada exceto fuga de si.

~Charles Hartman


Um homem no campo de batalha conquista um exército de mil homens… Um outro conquista a si mesmo, e este é o maior.

~Buda.

fonte: WhatsApp diálogo inter-religioso