Em homenagem à família beneditina, fiz este vídeo com imagens e vídeos meus, tirados em Subiaco (a gruta na Itália onde viveu São Bento) e em Monte Cassino (Itália) onde ele desenvolveu toda a sua experiência mística e também onde ele escreveu a regra.
São Bento, rogai por nós!
PE. BEDE GRIFFITHS SOBRE SÃO BENTO
Publicado às 11h38 em Poesia, Oração e Meditações, Vocação por Ir. Jonathan
Este chamado para ser monge é realmente universal. Falamos do arquétipo do monge. Cada ser humano, em suas profundezas, tem uma abertura para o Transcendente, para o Infinito, para Deus, e além de todos os desejos, felicidades, esperanças e medos humanos, está este chamado para ir além. Está em todos, mas para a maioria das pessoas está submerso – para todos nós, até certo ponto, e apenas ocasionalmente pode irromper e mudar nossas vidas. Para aqueles que passam por essa conversão, suas vidas são transformadas. Pode ser qualquer pessoa, em qualquer lugar; Alguns podem ser levados a um mosteiro ou convento, mas creio que hoje cada vez mais pessoas estão despertando para essa vida interior, essa verdade interior, essa realidade interior, e se sentem chamadas a dedicar suas vidas à busca de maneiras de se dedicarem como leigos, homens e mulheres, onde quer que estejam, casados ou solteiros – a se entregarem totalmente a Deus, e essa é a vocação monástica, não confinada a monges ou freiras. É o chamado universal à contemplação, a ir além do mundo presente ou dos sentidos externos, do mundo externo, da mente externa com todas as suas atividades, e se abrir para o mistério interior do coração da realidade, que é o coração de cada um de nós. Falamos desse olho interior do amor, que é o coração de todos. Todos nós temos esse olho interior, só que ele não está aberto. Mas, uma vez aberto, ele controla todas as nossas vidas.
Assim, vemos São Bento como alguém que teve essa visão quando jovem em Roma. Ele deixou todos os seus estudos para trás e foi viver em uma caverna "para ficar a sós com Deus", como nos conta São Gregório, aquele que escreveu sua vida. E assim ele assumiu esse compromisso total e se tornou o canal através do qual esse chamado monástico chegou plenamente à Igreja Ocidental. Começou inicialmente com Jesus, o grande Sannyasi. Ele foi o grande monge que era totalmente uno com Deus, uno com o Pai. Então, ele desce dele e então se espalha. Esteve na Índia por séculos antes de Cristo. Temos os Videntes dos Upanishads, o Buda, os Bikkhus (monges budistas). Portanto, esse chamado está em todos os lugares, em todos os povos e entre os povos mais antigos – os índios americanos, por exemplo, que tinham o xamã. O xamã é aquele que tem o chamado para ir além do mundo presente, para se abrir ao Transcendente. Em todos os lugares temos esse testemunho, e São Bento foi chamado para mediá-lo, por assim dizer, porque ele pode assumir muitas formas e pode conter muitos abusos, extravagâncias no ascetismo e assim por diante.
São Bento mostrou o caminho para integrar esse chamado de Deus, esse chamado à renúncia, a uma vida humana equilibrada. E é por isso que a sua Ordem perdurou estas centenas de anos – é um apelo à contemplação, a ir além de todos e de tudo, a pertencer somente a Deus, e ainda assim fazê-lo no equilíbrio e na harmonia de uma vida humana normal: o trabalho diário de prover as próprias necessidades, prover a própria alimentação e vestimenta, e depois uma partilha comunitária com outras pessoas, cumprir os deveres da vida diária com cuidado mútuo, e finalmente centrar tudo na oração e oferecer ao Pai todo o nosso trabalho, toda a nossa companhia, a nossa amizade em comunhão uns com os outros em Cristo. Assim, temos na nossa tradição beneditina um exemplo maravilhoso de um modo de vida aberto a todos – casados ou solteiros, homens e mulheres, até crianças. Todos são chamados a abrir-se para esta vida interior e, dentro deste equilíbrio e harmonia de uma vida humana normal, a manter aberto esse olho interior de amor e permitir que ele realize esta transformação.
– Extraído de uma homilia proferida na Festa de São Bento, 1992
São Bento Rogai por nós!
fonte: Marcos Monteiro
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