quinta-feira, 26 de janeiro de 2023
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
segunda-feira, 23 de janeiro de 2023
domingo, 22 de janeiro de 2023
sábado, 21 de janeiro de 2023
Pare de se lamentar
A gente deixa a condição de vítima, para de se lamentar, de colocar a culpa das nossas decepções na outra pessoa, quando descobre que o único culpado fomos nós por termos apostado todas as nossas fichas numa imagem irreal, numa projeção criada pela nossa carência e o nosso excesso de expectativa em quem, nem de longe é o que a gente queria que fosse.
Edna Frigato |
demasiadas coisas…
A nossa vida está carregada de coisas. Demasiadas coisas.
Obstáculos que se veem e que não se veem, mas que nos fazem caminhar esmagados pelo seu peso. Com o passar do tempo urdimos em torno da vida uma teia quase invisível de pequenas prisões, de círculos sem saída que implodem a nossa liberdade, de ínfimas concessões aparentemente insignificantes, mas que, amontoadas, prendem por muito tempo as nossas asas com cruéis alfinetes. E damos por nós, por exemplo, hipotecados ao materialismo mais primário, com a única preocupação de fazer crescer o aprovisionamento do nosso celeiro. Ou reféns de um vazio crescente que nos dinamita por dentro. Não conseguimos já levantar voo.
Queremos controlar os detalhes da vida, moldá-la à nossa ambição estreita, retê-la, como se isso estivesse na nossa mão. E, com isso, não enxergamos a lição fundamental: que a lei mais profunda da vida se acolhe no paradoxo do amor. Quando entrego a vida como dom é que ela se multiplica. Quando me abandono é que me encontro. Quando digo «a minha vida é tua» é que ela me pertence verdadeiramente.
A vida será uma aventura fecunda se estivermos seguros desse amor.
'O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas'
José Tolentino Mendonça |
entrança o cabelo
“A minha avó dizia-me que quando uma mulher se sentisse triste, o melhor que podia fazer era entrançar o seu cabelo; de modo que a dor ficasse presa no cabelo e não pudesse atingir o resto do corpo. Havia que ter cuidado para que a tristeza não entrasse nos olhos, porque iria fazer com que chorassem, também não era bom deixar entrar a tristeza nos nossos lábios porque iria forçá-los a dizer coisas que não eram verdadeiras, que também não se metesse nas mãos porque se pode deixar tostar demais o café ou queimar a massa. Porque a tristeza gosta do sabor amargo.
Quando te sintas triste menina- dizia a minha avó- entrança o cabelo, prende a dor na madeixa e deixa escapar o cabelo solto quando o vento do norte sopre com força. O nosso cabelo é uma rede capaz de apanhar tudo, é forte como as raízes do cipreste e suave como a espuma do atole.
Que não te apanhe desprevenida a melancolia minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo. Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua tristeza.
E na manhã ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos…”
_ Paola Klug
fonte: Me cative
Me cative |
sexta-feira, 20 de janeiro de 2023
Sorry
O filme intitulado *"Sorry"* que dura apenas 1 minuto e 58 segundos, ganhou o *Oscar* de Melhor Curta-metragem. No entanto, a sua mensagem é Profunda, temos de aprender não só a ter o papel de um ser humano, mas a *«SER HUMANO»*. A palavra *"Overload»* que aparece no elevador significa: *"Acima DA CAPACIDADE "* (de carga), (sobrecarga), e em nós, as pessoas, representa: ATITUDE, COMPROMISSO, DEVER, CONTRIBUIÇÃO e EMPATIA. Ou seja, o elevador não se move, não sobe, pelo individualismo e pelo direito que cada um *acredita ter*. Algo que hoje nos reflete como sociedade. Alguém se acredita com mais direitos do que os outros e prejudica o grupo, fazendo com que a pessoa com mais sentido humano tenha que tomar uma decisão, sem que ninguém reaja ou diga nada. *«NÃO É SÓ O EGOÍSMO É A INACÇÃO DO GRUPO, O QUE MAIS SE DESTACA NESTE CURTA-METRAGEM»*. Faça-o chegar a quantos grupos puder.
fonte: WhatsApp Isabel Homem
quinta-feira, 19 de janeiro de 2023
Na casa de meu Pai há muitas moradas (Jo 14:2)
Não importa se é nos mantras do hinduísmo;
Não importa se é na prática do budismo;
Nem mesmo se é na mesa branca do kardecismo.
Não tem importância se é no contato extraterrestre;
Não tem importância se é na conexão com elementais;
Nem mesmo importa se é no alinhamento com os mestres;
O que importa é a morada do Coração!
Os Filhos buscam muitos caminhos, olham muito pra fora, querem saber demais, mas esquecem do simples, da humildade.
O fascínio pelo saber é inimigo da sabedoria. Conhecimento exacerbado não quer dizer mestria.
Dentro ou fora de religião, somente Amor.
Enquanto o Ser humano não compreender que o caminho espiritual é para torná-lo mais feliz, então, o caminho espiritual continua sendo, não um valor, mas uma doutrina que aprisiona.
Que as pessoas possam saber, finalmente, que a Luz vem de dentro e não de fora.
Que você possa saber, que o Amor é a bênção que aflora
A felicidade nas estradas dessa vida.
Somos Todos Um.
fonte: Adelaide Marques
Adelaide Marques |
quarta-feira, 18 de janeiro de 2023
Original é o poeta
José Carlos Pereira Ary dos Santos
(1936-12-07 / 1984-01-18)
Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutro pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse um abismo
e faz um filho às palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever um sismo.
Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte
faz
devorar um jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.
Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreender
o que é o choro e o riso;
aquele que desce á rua
bebe copos quebra nozes
e ferra em quem tem juízo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta
que é gato de sete vozes.
Original é o poeta
que chegar ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor.
Esse que despe a poesia
como se fosse uma mulher
e nela emprenha a alegria
de ser um homem qualquer.
~José Carlos Ary dos Santos
fonte: António Galopim de Carvalho