Francisco diz que 2025, com celebração conjunta, é oportunidade histórica
Cidade do Vaticano, 19 set 2024 (Ecclesia)
O Papa reforçou hoje o seu convite às Igrejas cristãs para definir uma data comum da Páscoa, na qual coincidem em 2025, 1700 anos depois do Concílio de Niceia.
“No próximo ano – que para a Igreja Católica será um Jubileu ordinário – a celebração da Páscoa, devido à coincidência dos calendários, será comum a todos os cristãos. Este é um sinal importante, ao qual se junta o 1700.º aniversário da celebração do primeiro Concílio Ecuménico, o Concílio de Niceia, que, para além de promulgar o Símbolo da Fé, tratou também da questão da data da Páscoa, devido às diferentes tradições que já existiam na altura”, referiu, no Vaticano, ao receber uma delegação do grupo “Pasqua Together 2025” (Páscoa Juntos 2025).
No século XVI, com a introdução por Gregório XIII do novo calendário, os católicos começaram a calcular a data da Páscoa a partir do agora chamado calendário gregoriano, enquanto as Igrejas do Oriente continuam a celebrar a Páscoa de acordo com o calendário juliano, que era usado em toda a Igreja, antes dessa reforma, e no qual o Concílio de Nicéia também se baseou.
Francisco recorda que, em várias ocasiões, tem procurado solução para esta questão, de modo que “a celebração comum do Dia da Ressurreição deixasse de ser uma exceção e se tornasse a norma”.
“Encorajo aqueles que estão a empreender este caminho a perseverar e a fazer todos os esforços na procura de uma comunhão possível, evitando tudo o que possa, pelo contrário, levar a novas divisões entre os irmãos”, acrescentou.
Não esqueçamos a primazia de Deus, o seu primado, o facto de ter dado o primeiro passo. Não nos fechemos nos nossos esquemas, nos nossos projetos, nos nossos calendários, na ‘nossa’ Páscoa. A Páscoa é a de Cristo!”
Em 2024, as Igrejas Ortodoxas celebraram a Páscoa cinco semanas mais tarde do que os católicos e protestantes; em 2025, no entanto, a data coincide, no dia 20 de abril.
“Precisamos de caminhar juntos e, para isso, será útil partirmos, como os Apóstolos, de Jerusalém, lugar a partir do qual o anúncio da Ressurreição se difundiu pelo mundo. E ali voltemos também para rezar ao Príncipe da Paz, para que nos dê hoje a sua paz”, apontou Francisco.
OC
fonte: Ecclesia