Desenrolem as ondas na areia
devolvam as conchas ao mar
devolvam as conchas ao mar
os anzóis tirem da boca dos peixes.
façam subir as gotas de chuva
e se juntem as mesmas de novo às nuvens
para que se desfaçam na promessa azul do céu.
que o vento seja engolido nos montes
e folhas caídas se elevem no seu bailar
juntando-se aos galhos de novo revigorados.
que não desabrochem as flores do vale
aquelas que sarapintam a paisagem de esperança
parem os vulcões de ferver e cuspir lava
que a trovoada se cale e saiba esperar
Parem, parem tudo! dêmos fim ao desassossego
que deixem de bater os corações contritos
que lágrimas não me sequem os olhos
nem minhas mãos me apertem a dor
que sinto ao longe a chegar
que a terra se cale e a estrada se estenda
em tapete desenrolado se vá estendendo
eu tenha na concha das minhas mãos
de novo a coragem de me renovar
evocar do passado os meus passados
e atirar para o futuro os meus futuros
quais flechas certeiras eu saiba encontrar
o meu destino, enfim o meu lar.
se por destino eu não o encontrar
seja eu então digna de ser para ti
um abrigo, nas ondas revoltas do mar
Pois que mais terei eu da vida
senão te querer e amar?
~Ruth Collaço
fonte: Ventos Sábios/Ruth Collaço
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