trauma |
domingo, 1 de maio de 2022
Segue-Me
Cardeal D. José Tolentino de Mendonça |
Temos aqui um jogo entre duas palavras gregas, o verbo agapao que quer dizer “amar” e o verbo phileo que também quer dizer “amar” mas quer dizer mais “gostar”.
Ágape é aquele amor incondicional, aquele amor fusional, aquele amor absolutamente radical. E o phileo é o amor dos amigos, que também é um amor radical, que também é um grande amor, mas é mais um gostar. É um amor que não dá aquele passo para a radicalidade última.
Então, o jogo de palavras é este: Jesus pergunta a primeira vez “Simão, tu amas-Me?” e pergunta com este “Tu amas-Me com este amor incondicional, com este agape, amas-Me?”. E pela segunda vez o Senhor pergunta: “Simão, tu amas-Me, com este amor incondicional, com este agapao?” . E depois, a grande surpresa é na terceira pergunta de Jesus. Porque na terceira pergunta é como se Jesus desistisse de perguntar a Pedro “Pedro, tu amas-Me com este amor incondicional, com este amor radical?” e adapta-Se ao verbo que Pedro estava a usar e pergunta-lhe: “Pedro, tu amas-Me? Tu gostas de Mim?“ E usa mesmo o verbo, phileo. Então nós percebemos a tristeza de Pedro. Pedro, conhece a fragilidade. Ele escolhido para ser o primeiro de entre os apóstolos, ele sabe que é capaz de trair, que é capaz de negar.
Se calhar o amor com que nós amamos é um amor imperfeito, é um amor inacabado, é um amor pouco esclarecido, é um amor exíguo, é um amor insuficiente. Não é um amor isento, não é um amor completamente purificado, mas Jesus não deixa de dizer: “Com o amor com que Me podes amar, segue-Me, segue-Me. “ (…)
Jesus vem ao encontro da fragilidade do amor com que Pedro o pode amar mas não desiste de lhe dizer: “Segue-Me, segue-Me.”
~Cardeal D. José Tolentino Mendonça.
sexta-feira, 29 de abril de 2022
quinta-feira, 28 de abril de 2022
aprender a pensar…
Somos seres emocionais que aprendem a pensar, não máquinas pensantes que aprendem a sentir
~Stanisla Bachrach
fonte: Revista Pazes
sobre a Trindade
Marcos Monteiro |
Uma solução cristã para o enigma hindu
Abhishiktananda acreditava que a Trindade resolve o problema do Um e dos Muitos. Na perspectiva da Trindade, podia ser compreendida a antinomia do an-eka e do Advaita, o não-um e o não-dois, que obcecou os videntes indianos por milênios. A doutrina da Trindade nos ajuda a evitar tanto o dualismo quanto o monismo. A Palavra está tanto com Deus como sendo Deus mesmo. Se o Verbo é Deus, não podemos dizer dois (num sentido numérico) do Verbo e do Pai; não há lugar para qualquer divisão ou dualidade (Dvaita) de qualquer tipo. Mas se a Palavra está com Deus, então Deus também não é uma mera mônada. Da mesma forma, a falta de distinção entre Brahman e o mundo não significa necessariamente sua identidade.
Abhishiktananda afirma:
“Entre Deus e a pessoa humana não há nada que possa ser contado. Não digo que o ser humano seja Deus ou que Deus seja o ser humano, mas nego que o ser humano mais Deus sejam dois.”
(Abhishiktananda, citado por Panikkar 1998:151)
fonte: Marcos Monteiro
E eu acrescentei:
"Para que eles sejam um; assim como Tu, oh Pai, és em Mim, e Eu em ti, que eles também sejam um em Nós: para que o mundo creia que Tu Me enviaste. E a glória que Tu me deste, Eu tenho dado a eles; para que eles sejam um, assim como Nós somos um".
João 17:21,22
sábado, 23 de abril de 2022
Santo Sábado
São Jorge |
Sábado, Senhor,
Seja Sorriso,
Sabedoria,
Satisfação!
Sem Si,
só sentimos
sofrimento,
solidão.
Sua Salvação surja
sem surpresas,
Sol Sublime
sobre seus seguidores.
mano
Oeiras, 23 de abril de 2022