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Estamos a viver a primeira semana do tempo de Advento rumo à celebração do Natal de Deus. Para os cristãos, este tempo evoca o que de mais puro, de mais luminoso, de mais terno, de mais extraordinário, de mais genial, dá sentido ao cosmos e à vida no cosmos e a cada vida: Deus que, perdido de amor pelas suas criaturas, amando fiel e apaixonadamente o mundo, decide vir ao mundo, para o mundo, viver a vida do mundo, mostrando, trazendo, realizando a salvação. Alguém escreveu, um dia, que: “a genialidade do cristianismo está em ter transformado o mundo em teofania”, ou seja, em manifestação de Deus.
O Natal é este marco singular que une a terra e o céu, a transcendência e a imanência, o Criador e as criaturas “num laço de indissolúvel amizade”. O Natal é a revelação de um segredo de transcendência escondido no cosmos: para além dos dinamismos físicos e biológicos; para além do visível e quantificável, o ser humano é capaz de Deus. Não só o ser humano, todo o cosmos é capaz de Deus.
Este ano começou a ouvir-se falar em Natal, associando ao contexto de grave perturbação que marca negativamente o país e o mundo. O clima de austeridade não parece poupar o Natal, diz-se. Decide-se aqui e ali reduzir as iluminações de Natal. Não será por isso que o Natal de 2010 terá menos luz; não será por isso que a luz de Deus deixará de brilhar ou enfraquecerá nos nossos corações e na nossa vida.
Feliz Advento.
Bom-dia!
Isabel Varandain Oração da Manhã - Rádio Renascença
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