Há dias em que andamos pela vida de cabeça baixa, distraídos, achando que tudo é acaso, que nada tem um fio, uma lógica maior. Mas, ainda assim, os milagres encontram-nos. Não importa se acreditamos ou não; eles chegam, silenciosos, na curva inesperada de uma manhã, no sorriso oferecido sem razão, no abraço que vem quando mais precisamos e menos esperamos.
São os pequenos gestos que carregam o inexplicável. A mão que segura a nossa no meio de um dia difícil. A mensagem que chega como se alguém lesse o que está escrito no nosso silêncio. Aquele estranho que segura a porta com um sorriso, como se fosse um anjo disfarçado, lembrando-nos que, no caos, há sempre um espaço para o cuidado.
Há mistérios que se infiltram no quotidiano. O pão que nunca falta, mesmo quando achamos que a mesa está vazia. O alívio que sentimos ao ouvir uma música que parece escrita para nós. O pôr do sol que, sem pedir licença, ilumina até o canto mais escuro da alma. É como se houvesse algo ou alguém, não importa o nome que damos, ajustando as costuras do mundo para que tudo, de alguma forma, faça sentido.
Às vezes, os milagres estão nos encontros. Na palavra dita no momento certo, no gesto que parece pequeno, mas transforma um dia inteiro. É como se Deus estivesse no toque leve de uma criança, no café quente preparado sem ser pedido, na flor que nasce entre as pedras da calçada.
E talvez não seja necessário acreditar para sentir. Porque os milagres não pedem fé, apenas atenção. E quando os vemos, percebemos que, no meio da nossa descrença, há um espaço onde o inexplicável insiste em morar. Um espaço onde o mundo, por breves instantes, faz sentido. E isso, em si, já é um milagre.
Texto adaptado (provável autoria, segundo ChatGPT: Ana Jácomo)
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