a necessidade premente
e permanente do fantástico,
das coisas que,
podendo nem ser verdade,
enchem o olho,
talvez por isso,
se goste de magia
e da ilusão que ela proporciona,
contudo, a verdadeira magia,
existe nas coisas
mais simples e gratuitas e por vezes,
despertamos através delas.
Apercebo-me agora
do quanto andei adormecida,
do quanto ainda me falta percorrer
do imensurável
mas possível caminho espiritual
através do estreito contacto
com as maravilhas da natureza
que me tenho vindo a descobrir.
Não somos o centro do Mundo
mas parte dele
e uma das coisas
que nos diferencia
dos restantes habitantes do planeta,
é a nossa capacidade
de podermos servir
como elo de ligação
entre o céu e a terra.
Para muitos, Deus, a existir,
encontra-se muito longe,
talvez naquele sitio,
para onde a soberba,
o egoismo e a maldade o mandaram,
quando num processo progressivo mas sistemático,
homens e mulheres,
o afastaram das suas vidas
porque acreditavam que a morte
era apenas e somente uma probabilidade
e não uma certeza.
Atravessamos tempos conturbados,
criados por essa premissa falsa
em que a humanidade se julgou imortal,
capaz de bastar-se com o
reflexo de comportamentos mesquinhos
e medíocres dos seus iguais, e agora,
plantada que foi a semente da desfé,
perante o desmoronar do materialismo desmesurado,
alguns, poucos ainda, em vão procuram,
sem saber onde,
encontrar algo que lhes preencha o vazio.
Mas Deus não é fácil de encontrar.
Não basta procurarmos sinais inequívocos
da Sua mão.
Deus encontra-se num lugar chamado coração.
A proposta que Deus nos faz,
é tão simplesmente esta viagem.
Mergulharmos no mais fundo da nossa alma,
enfrentar os nossos medos,
os nossos fantasmas,
despirmo-nos das mágoas e,
sermos capazes de transfigurar
a nossa dor em ternura.
Deus há muito que não está confinado em Igrejas,
Deus está impresso em todo o lado,
em todas as coisas,
em todos e cada um de nós.
Isabel Do Valle
fonte: mural de Isabel Do Valle
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