Que m* de fim de ano!
Acabar este ano com a notícia da tua partida, ainda por cima depois de anos de sofrimento que eu desconhecia, foi como que levar literalmente um estalo do universo. Fomos companheiros de ciclo até ao final de Liceu e entrámos juntos na mesma Faculdade, apesar de serem cursos diferentes, entre 1974 e 1983. Praticámos judo juntos na ADO, estudámos juntos e nunca esquecerei as tuas “famosas” festas de garagem… Apesar de te ver como um amigo, representavas para mim uma figura de pai talvez por seres muito mais alto do que eu, mas sempre admirei a tua calma, a tua serenidade, a tua paixão pelos Beatles e adorava ouvir-te tocar viola, o teu sorriso… Há muitos anos tentei reatar o contacto contigo mas sem sucesso, liguei para o telefone que seria o teu, queria convidar-te para ires a minha casa, reconstruir essa amizade que tanto apreciei e que nunca esquecerei… mas não fui bem sucedido. Depois acabei por me esquecer… Hoje censuro-me por não ter tentado mais. Sei que podia ter feito mais. Gostaria de ter estado contigo na tua dor. Dar-te um abraço. Estar lá contigo. Soube hoje que sofreste muito nestes últimos anos. Perdoa a minha ausência. Hoje quando abracei a tua mãe, cumprimentei o teu pai e reencontrei tantos amigos comuns, foi a ti que abracei. Quero que saibas isso. Tinha tantas saudades tuas…!
Um abraço do tamanho do mundo,
Filipe.
o funeral é hoje dia 31 de dezembro, nas capelas mortuárias da igreja de Nova Oeiras, pelas 15h, seguindo depois para o crematório de Cascais (16h). |