Mostrar mensagens com a etiqueta Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 29 de abril de 2021

A todos quero servir

 

Texto escrito em complemento ao
Postal do dia de Luís Osório de dia 18 de Abril.

Adicionado como comentário no post:

Caro Luís Osório, com muita gratidão pelo seu "postal" permita-me acrescentar esta minha publicação, sob a forma de complemento e com toda a estima deste seu seguidor 🙏

A todos quero servir
Nesta sociedade em que todos vivemos, 
que é a melhor que até hoje conseguimos construir, 
existem ainda muitas armadilhas 
de que todos acabamos por ser vítimas. 
Tanto "Cristina" como "Marcelo", 
acabam por cair nos mesmos "pântanos", 
em que quase todos se afundam 
e dos quais muito poucos se livram. 
Ao contrário do Luís, 
o meu modelo actual é mais próximo 
da teoria do bom selvagem. 
Em coerência com este mesmo modelo, 
ao invés de julgar, 
importa analisar o que pode estar por trás,
ou na origem,
de uma determinado comportamento ou atitude, 
dando prioridade a uma 
observação estrita dos factos,
analisando emoções 
e necessidades envolvidas. 
Nem sempre é fácil fazer isso 
pois muitas vezes os novelos 
são demasiadamente intrincados, 
os fios de esparguete demasiadamente longos 
e os "nós" estão muitas vezes 
exageradamente apertados. 
É por esse motivo que os bloqueios à cura são, 
tantas vezes, 
tão difíceis de ultrapassar.
Estou hoje convicto que o Amor,
alicerçado numa ausência de julgamento
com foco em cada "nó" concreto e
complementado por uma enorme tolerância
perante cada situação,
se apresenta como o único caminho que nos permitirá
Despertar e desenrolar toda esta enorme ilusão
que criamos ao longo de tantos milhares de anos.
A minha esperança de Cura para toda a Humanidade,
é apoiada em obras como Fratelli Tutti que apontam
para caminhos de uma construção fraterna 
de uma sociedade melhor.

Sem mais, 
apresento os meus mui respeitosos cumprimentos,
man@
Oeiras, 29 de Abril de 2021.
💖💚💙




sexta-feira, 19 de junho de 2020

As dez lições da pandemia por Marcelo


1. A coisa mais importante da vida é a vida e a saúde.
O divertimento e o desporto nada significam sem a saúde.
E devemos agradecer ao nosso Sistema Nacional de Saúde (SNS).
Aos médicos, aos enfermeiros, aos auxiliares...
Todos foram e são excecionais.
2. Em muitos momentos cada um foi para seu lado.
É bom que quando chegarem as vacinas cheguem para todos
porque não há cidadãos de primeiro e de segunda.
3. A Europa andou distraída no início.
Percebeu tarde, mas percebeu. Foi menos egoísta.
4. Epidemia pega-se com muita facilidade.
Ficamos em casa semanas ou meses
porque houve quem fosse trabalhar.
Os médicos, os homens de lixo, os polícias, os seguranças...
5. O vírus ataca toda a gente,
mas sobretudo os mais idosos como eu que tenho 71 anos,
os mais doentes do coração e dos pulmões.
E a vossa obrigação é pensar que não são eternos.
Usar a máscara quando necessária,
a distância social quando imposta e a limpeza.
6. O vírus ataca todos,
mas sobretudo os mais pobres, os sem tetos,
os que vivem em camaratas ou em casas sem condições.
Um em cada cinco pessoas que vivem em Portugal
estão abaixo do limiar da pobreza.
7. Milhares de emigrantes que quiseram vir a Portugal
nas férias da Páscoa e nós tivemos de lhes pedir
para não virem para não haver o risco de contágio
e eles sacrificaram-se.
E agora pedimos aos milhares que se preparam
para vir de férias de verão
que tenham cuidado com os avós.
8. Vocês passaram largas semanas em casa fechados,
com os irmãos, pais e avós
e estiveram distante de outros familiares e amigos.
Foi mesmo uma irritação, uma guerra.
Nunca nos últimos anos estiveram tanto tempo juntos
como agora.
Isso é uma sensação única,
mesmo nos momentos em que não corre bem e se irritam...
isso é inesquecível.
É o melhor que temos na vida.
9. Eu já vivi algumas epidemias, mas nada comparado com isto.
Olhemos para a China, onde já se fala na segunda vaga.
Nunca se estudou tanto pela Internet,
nunca se trabalhou tanto de casa com o computador,
nunca se falou tanto com colegas, amigos,
parentes através da Internet
como nos últimos meses.
Eu descobri o valor das pequenas coisas.
Não poder viajar, sair de casa,
jogar à bola, pequenos gestos,
um encontro ou conversa com um amigo ganha importância.
Eu passeei quilómetros no Palácio de Belém.
O que parece pequeno torna-se enorme.
Por vezes chamamos a isso saudade,
mas se não for saudade é vontade de encontrar.
Agora pensem em quem não sai de casa.
Ponham-se na posição deles.
Imaginem o que é estar preso em casa.
Vocês estiveram
e agora deem valor a quem está preso em casa.
Devem encontram-se com bom senso.
Outro dia fui a um concerto
e de repente entra no palco a banda que ia tocar
e os dois artistas que iam cantar e houve um aplauso louco.
Era um aplauso de até que enfim.
Eu como sabem nado duas ou três vezes por semana.
E durante o período que não se podia nadar
eu passeava à noite,
um passeio higiénico à noite
e evitava olhar para praia,
não sabia quanto tempo tinha de ficar sem nadar.
Quando pude dei um passeio no paredão da praia
e no primeiro dia que pude nadar
soube-me como se tivesse cinco ou seis anos
que foi quando comecei a mergulhar.
Aos 13-14 anos pensava que ia viver eternamente.
O esforço teve de ser de todos.
E agora o que me apetece é abraçar e beijar as pessoas.
Eu tenho fama de beijoqueiro. É verdade sou beijoqueiro.
Os pais educaram-me assim.
O meu filho que vive em São Paulo,
epicentro da pandemia no Brasil e no Mundo,
neste momento, veio visitar-me e esteve cá 15 dias
e mantivemos o distanciamento social,
mas no momento de se despedir,
o meu filho não resistiu e abraçou-me e beijou-me.
Ainda bem que não havia câmaras a filmar.
10. Para vocês para quem o ano não correu assim tão bem,
não fiquem desanimados que não é o fim do mundo.
A grande aula da vossa vida foi viver o que viveram.