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sábado, 16 de maio de 2020

Na plateia com o meu avô

Hoje sonhei que estava numa conferência, à qual assistia com o meu avô, sentado do meu lado esquerdo. O conferencista era muito alto, tão alto que até parecia algo extra-terrestre. A sua esposa, também bastante alta, estava sentada ao lado dele. A determinada altura levantaram-se e dançaram juntos. Eu não pude deixar de me levantar e aplaudir o gesto. No final, o conferencista fez questão de vir ter comigo para me agradecer pessoalmente o aplauso. Este gesto emocionou-me brutalmente. Olhei para o meu avô que tinha uma expressão do tipo de quem pergunta: 
- Porque te emocionaste tanto?

Mano
Oeiras, 16 de Maio de 2020


domingo, 3 de julho de 2011

Sonhar

Maria Bethânia declamando Fernando Pessoa
e cantando" Sonhar"

vídeo original removido (actualização em 2022.06.23)

Eu tenho uma espécie de dever
que é dever de sonhar
e sonhar sempre
pois sendo mais do que uma
espectadora de mim mesma
eu tenho que ter o melhor
espectáculo que posso
e assim me construo a
ouro e sedas
em salas supostas
invento palco, cenário
para viver o meu sonho
entre luzes brandas
e músicas invisíveis
Fernando Pessoa
fonte: Pensador

Sonhar

Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer
O inimigo invencível
Negar
Quando a regra é vender
Sofrer
A tortura implacável
Romper
A incabível prisão
Voar
Num limite improvável
Tocar
O inacessível chão
É minha lei
É minha questão
Virar este mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã
Se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim
Seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar
Do impossível chão
Sonho Impossível

Composição: Joe Darion, Mitch Leigh
(versão em português de Chico Buarque)
Fonte: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/86054/

Fonte: Zimbórios

2022.06.23
e a versão Walt Disney



quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Alarga a porta, Pai

in MOSTRA-ME O TEU ROSTO de Ignacio Larrañaga (Paulinas - 6ª edição, pág. 433)

"...
Quando morreu Miguel de Unamuno, entre os manuscritos encontrados sobre a mesa do seu escritório, estavam estes versos:
«Alarga a porta, Pai,
porque não posso passar.
Fizeste-a para as crianças
E eu cresci a meu pesar.

Se não me alargas a porta
diminue-me por piedade.
Volta-me àquela idade
em que viver era sonhar!»
..."