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sábado, 20 de janeiro de 2024

O mundo novo

 

Pergunta: Qual é sua ideia de um mundo novo?


Krishnamurti: Não tenho ideia sobre o mundo novo. O mundo “novo” não poderá ser novo se eu tiver uma ideia sobre ele. Essa não é apenas uma declaração inteligente, é um fato. Se tenho uma ideia sobre isso, a ideia surge de meu estudo e experiência, não é? Nasce do que aprendi, do que li, do que outras pessoas disseram que o novo mundo deveria ser. Então, o mundo “novo” jamais poderá ser novo se for uma criação da mente, porque a mente é o antigo. Você não sabe o que vai acontecer amanhã, sabe? Você pode saber que não vai ter aula amanhã porque é domingo e que na segunda-feira virá para a escola novamente; mas o que vai acontecer fora da escola, que tipo de sentimentos vai ter, que tipo de coisas vai ver — tudo isso você não sabe, não é? Como você não sabe o que vai acontecer amanhã ou depois de amanhã, será algo novo quando acontecer; e ser capaz de encontrar o novo é o que importa.

~Krishnamurti

Jiddu Krishnamurti (1895-1986)



domingo, 9 de maio de 2021

Abarcar a totalidade da existência

Sabemos pouco do amor, 

da sua extraordinária ternura e poder. 

Muito facilmente usamos a palavra “amor”, 

mas sabemos pouco da sua vastidão, 

da sua imortalidade, da sua profundidade. 

Amar é ter consciência da eternidade.

#jiddukrishnamurti

~J. Krishnamurti

quarta-feira, 28 de abril de 2021

quando somos movidos pelo amor...


Criar uma sociedade boa foi o sonho dos antigos hindus, dos antigos gregos e egípcios. E uma sociedade boa só pode existir quando os seres humanos forem bondosos, porque sendo bondosos criam bondade nas suas relações, nas suas atividades, na sua maneira de viver.
O bem também significa beleza, também significa o que é sagrado; está relacionado com Deus, com os mais elevados princípios.
Esta palavra bem precisa de ser claramente compreendida. Quando há bondade em nós, então o que quer que façamos será bom, o nosso relacionamento, as nossas ações, a nossa maneira de pensar.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

... cada um precisa realizá-la por si


Eu não vos posso descrever Deus, ou a vida; se descrevesse essa viva realidade, não seria ela verdadeira. Aquilo que é sempre vivo, sempre movente, que está sempre a renovar-se, que se acha isento do tempo, não pode amoldar-se a palavras. Tem de ser realizado, tem de ser sentido, compreendido, vivido. 

Afirmo que para o homem que descreve o que é a verdade ou Deus, a verdade não existe. Quando é posta na gaiola das palavras, então a verdade já não é uma realidade vivam. Mas se compreenderem os falsos valores em que estão presos, se se libertarem deles, então há uma realidade eterna.



sábado, 28 de novembro de 2020

as ilusões da mente

 


[...]

Pergunta: Acreditar em Deus tem sido um poderoso incentivo para melhorar a vida. O senhor rejeita Deus, porquê? Por que não tenta restabelecer a fé do homem na ideia em Deus?


Krishnamurti – Olhemos para o problema de um modo aberto e inteligente. Eu não rejeito Deus – isso seria demasiado estúpido. Só o homem que não conhece a realidade utiliza palavras sem significado). Aquele que diz que sabe, não sabe; o que experiencia a Realidade a todo o momento não tem os meios para comunicar essa realidade.A crença é a negação da Verdade; a crença impede a Verdade; acreditar em deus é não encontrar Deus. Nem o crente nem o não crente encontram Deus; porque a Verdade é Desconhecido, e acreditar ou não no desconhecido é uma projeção pessoal e portanto não é Real. Sei que você é crente, e sei também que isso tem pouco significado na sua vida. Há muita gente crente; milhões acreditam em Deus e nisso obtêm consolo. Primeiro que tudo, porque é crente? É crente porque isso lhe dá satisfação, conforto, esperança e, como você afirma, dá significado à vida. De fato, o seu acreditar tem muito pouco significado, porque acredita e explora os outros, acredita e mata, acredita num Deus universal e aceita que os homens se matem uns aos outros. O homem rico também acredita em Deus, ele explora sem piedade, acumula riqueza, e depois constrói um templo ou torna-se filantropo. Os homens que largaram a bomba atômica em Hiroshima disseram que Deus estava com eles; aqueles que voaram de Inglaterra para destruir a Alemanha afirmavam que Deus era o seu co piloto. Os ditadores, os primeiros ministros, os generais, os presidentes, todos eles falam de Deus, têm imensa fé em Deus. E estão eles a fazer o que devem fazer, construindo uma vida melhor para os seres humanos? As pessoas que afirmam acreditar em Deus já destruíram metade do mundo, e este planeta está uma completa desgraça. Através da intolerância religiosa criam-se divisões entre os povos, os que acreditam, os que acreditam e os que não acreditam, o que conduz a guerras religiosas. Isso demonstra como as nossas mentes estão extraordinariamente politizadas. Será que acreditar em Deus é «um poderoso incentivo para uma vida melhor»?

[...]

Deus não é uma coisa da mente, não vem através da auto projeção; só acontece quando há virtude, que é liberdade. Virtude é enfrentar o fato de que O QUE É, e enfrentar o FATO gera um estado de BÊNÇÃO. Quando a mente está nesse estado de profunda alegria, em paz, sem qualquer movimento, sem a projeção consciente ou inconsciente do pensamento – só então o ETERNO se manifesta. 


(J. Krishnamurti - AS ILUSÕES DA MENTE (páginas 55 - 56) - 14 de fevereiro de 1954)

fonte: mural de Raposo Mota

quinta-feira, 28 de maio de 2020

understand this thing called joy

I think it is very important to understand this
thing called joy, the enjoyment of things.
When you see something very beautiful, you
want to possess it, you want to hold it, you
want to call it your own - `It is my tree, my
bird, my house, my husband, my wife.' We
want to hold it and in that very process of
holding, the thing that you once enjoyed is
gone; because, in the very holding, there is
dependence, there is fear, there is exclusion;
and so the thing that gave joy, the sense of
inward beauty is lost and life becomes
enclosed.
- J Krishnamurti
fonte imagem: mural JK
fonte texto: Jiddu Krishnamurti

sábado, 2 de fevereiro de 2019

O livre arbítrio é a prova da nossa estupidez?

Jiddu Krishnamurti (1895-1986)
RL-"Tenho conversado com toda espécie de pessoas que já o ouviram", disse-lhe, "e procurei verificar se seus ensinamentos são tão convincentes para eles como o são para mim. Muitos julgam seus ensinos extremamente difíceis, e entristece-me ver como acham tão penoso entender algo que para mim é a própria simplicidade. Por que será que Deus o fez parecer tão complicado?" Suspirei, mas Krishnamurti apenas sorriu:
K-"Não foi Deus, mas nós mesmos. Parece complicado por causa de nosso poder de livre escolha."
  
RL-"Por causa da livre escolha?", interrompi espantado.
K-"Justamente; é apenas o livre arbítrio que cria conflito em nossa vida; e os conflitos são responsáveis pela deterioração. Pela livre escolha começamos a inventar dificuldades, complicações, das quais somos forçados a libertar-nos, uma por uma, para abrir o caminho para a verdade."


 
RL-"Devemos, então, desesperar-nos, segundo você, justamente porque nos foi dada a faculdade da livre escolha? Teria sido melhor se fôssemos como os animais, que seguem sua sorte negra e desconhecem o que significa o livre arbítrio?"

K-"Nada disso. Somente os espíritos sem inteligência exercem escolha na vida. Quando falo de inteligência, refiro-me a ela no seu mais vasto sentido; refiro-me àquela profunda inteligência interior da mente, da emoção e da vontade. Um homem verdadeiramente inteligente não pode ter escolha, porque sua mente só percebe o que é verdadeiro, só podendo, assim, escolher o caminho da verdade. A mente inteligente age e reage naturalmente, dando o máximo da sua capacidade. Identifica-se espontaneamente com a coisa certa. Ela não pode absolutamente ter qualquer escolha. Apenas o homem não inteligente é que exerce o livre arbítrio."

(Entrevista concedida por Krishnamurti ao escritor inglês Rom Landau, na cidade de Carmel, Estados Unidos - 1934)


via
Jauper Melga