Passou ainda pelo México antes de regressar a Portugal, tomando então a decisão de assumir uma paróquia. Desligando-se dos Combonianos entrou na diocese do Porto. Pouco tempo depois D. Armindo pediu-lhe para ficar no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia como capelão. Um trabalho, garante, que não é para todos.
“É um trabalho muito exigente. Não é para todos os sacerdotes, nem para toda a gente. Na paróquia encontramos eventualmente um ou outro doente que visitamos esporadicamente, mas no Hospital estamos todos os dias em contacto com uma população muito grande de doentes, com necessidades de acompanhamento também ao nível da assistência espiritual ou religiosa, portanto é um trabalho de compromisso e de entrega, que tem de ser feito com muita dedicação e com muito amor. Eu penso que tenho vocação para este trabalho.”
A sua primeira responsabilidade, considera, é garantir que os doentes não percam a sua dignidade, num ambiente onde frequentemente se vêem reduzidos a um número, ou ao estatuto de utentes. Mas nem sempre é fácil: “Já me aconteceu ser impedido de entrar. Já me aconteceu, uma vez apenas, um médico que achou que o trabalho dele era mais importante que o meu e que me pôs fora da enfermaria. É claro que a gente vai ganhando, ao longo dos anos, amizade, confiança, vai-se aproximando dos profissionais de saúde, dos auxiliares, e vai havendo entendimento. Mas no início eu pessoalmente senti muito essa dificuldade, e era muito difícil fazer ver que os doentes têm direitos, as famílias dos doentes têm direitos”.
Hoje, aliás, os próprios funcionários chegam a procurar os seus serviços. “Há um trabalho junto dos doentes, que é a razão de estarmos aqui. Mas depois no contacto com os profissionais de saúde, médicos, auxiliares, pessoas ligadas aos vários serviços do hospital, encontramos pessoas que aproveitam para uma conversa, um pedido de ajuda, um desabafo, um pedido de acompanhamento, para vir à capela, para rezar. Esta capela é bastante frequentada pelos profissionais e pelos familiares, que é outro grupo que acompanhamos muito.”
Padre, não cangalheiro
Quanto aos doentes, nunca reagem mal à sua presença. “Não há episódios nem histórias da parte dos doentes de rejeição, de revolta. Há doentes que têm outras convicções religiosas, há outros que não têm qualquer religião, e que manifestam alguma indiferença, muito educadamente, mas que dispensam a nossa presença e o nosso serviço. Mas também há histórias interessantes e muito bonitas de doentes que apesar de serem de outra religião, ou de não acreditarem, acabam por querer conversar, até de assuntos religiosos”.
A única excepção a esta atitude por parte dos doentes acontece quando vai administrar a unção dos doentes, a pedido de um familiar: “há ainda a ideia de que se trata dos últimos sacramentos, um bilhete de viagem sem regresso, para outro mundo. Costumo dizer, a brincar, que sou o padre e não sou o cangalheiro. Estou aqui para pedir a Deus que lhe dê saúde, que lhe ajude, que lhe dê forças, e é isso que estou a fazer, não estou aqui para o despachar.”
Veja aqui uma fotogaleria dos anos que o Pe. Albino passou em missão:“É um trabalho muito exigente. Não é para todos os sacerdotes, nem para toda a gente. Na paróquia encontramos eventualmente um ou outro doente que visitamos esporadicamente, mas no Hospital estamos todos os dias em contacto com uma população muito grande de doentes, com necessidades de acompanhamento também ao nível da assistência espiritual ou religiosa, portanto é um trabalho de compromisso e de entrega, que tem de ser feito com muita dedicação e com muito amor. Eu penso que tenho vocação para este trabalho.”
A sua primeira responsabilidade, considera, é garantir que os doentes não percam a sua dignidade, num ambiente onde frequentemente se vêem reduzidos a um número, ou ao estatuto de utentes. Mas nem sempre é fácil: “Já me aconteceu ser impedido de entrar. Já me aconteceu, uma vez apenas, um médico que achou que o trabalho dele era mais importante que o meu e que me pôs fora da enfermaria. É claro que a gente vai ganhando, ao longo dos anos, amizade, confiança, vai-se aproximando dos profissionais de saúde, dos auxiliares, e vai havendo entendimento. Mas no início eu pessoalmente senti muito essa dificuldade, e era muito difícil fazer ver que os doentes têm direitos, as famílias dos doentes têm direitos”.
Hoje, aliás, os próprios funcionários chegam a procurar os seus serviços. “Há um trabalho junto dos doentes, que é a razão de estarmos aqui. Mas depois no contacto com os profissionais de saúde, médicos, auxiliares, pessoas ligadas aos vários serviços do hospital, encontramos pessoas que aproveitam para uma conversa, um pedido de ajuda, um desabafo, um pedido de acompanhamento, para vir à capela, para rezar. Esta capela é bastante frequentada pelos profissionais e pelos familiares, que é outro grupo que acompanhamos muito.”
Padre, não cangalheiro
Quanto aos doentes, nunca reagem mal à sua presença. “Não há episódios nem histórias da parte dos doentes de rejeição, de revolta. Há doentes que têm outras convicções religiosas, há outros que não têm qualquer religião, e que manifestam alguma indiferença, muito educadamente, mas que dispensam a nossa presença e o nosso serviço. Mas também há histórias interessantes e muito bonitas de doentes que apesar de serem de outra religião, ou de não acreditarem, acabam por querer conversar, até de assuntos religiosos”.
A única excepção a esta atitude por parte dos doentes acontece quando vai administrar a unção dos doentes, a pedido de um familiar: “há ainda a ideia de que se trata dos últimos sacramentos, um bilhete de viagem sem regresso, para outro mundo. Costumo dizer, a brincar, que sou o padre e não sou o cangalheiro. Estou aqui para pedir a Deus que lhe dê saúde, que lhe ajude, que lhe dê forças, e é isso que estou a fazer, não estou aqui para o despachar.”
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