Deus É Amor
A morte não é o oposto da vida, mas a sua parte essencial. É justamente porque sabemos que tudo tem um fim que cada momento tem valor. O medo de perder o que amamos ensina-nos a amar de verdade, a viver de verdade. E no fim, a única coisa que podemos deixar para trás é o amor que demos e as memórias que criámos.
~ Haruki Murakami, Norwegian Wood
via Paula Duarte
Ilumina, Senhor, o que resta em nós da noite.
O escuro fixa-se à vida, propaga-se uma treva pelos corredores da casa, a esperança que tanto queríamos tem as luzes apagadas há tanto tempo! Tropeçamos dentro de nós, e por toda parte, em fios que não vemos. Assistimos ao nascer do teu dia, mas nem sempre renascemos para ele, já que nos aprisionam os laços de seda desta e daquela escuridão, que bem conheces. lumina, por isso, Senhor, os pátios da tristeza pequenina que contamina tudo. Entreabre-nos à tua verdade, que é o cotidiano vigor dos nossos recomeços. Faz-nos olhar a maré alta, o oceano vasto, as coisas simples e plenas como sinais do que somos chamados a ser. Alimenta-nos do pão claro da alegria. Dá-nos a vida intacta.
— Cardeal D. José Tolentino Mendonça.
#tolentinomendonca #josetolentinomendonca #cardealjosétolentinomendonça
Uma amiga publicou a seguinte imagem no facebook:
Isabel Lechner |
Qualquer uma das quatro pode gritar “Eu encontrei” e esse poderá ser o problema, se deixar de procurar… 🙏
O hinduísmo é a verdadeira religião ou é o cristianismo?
Não podemos dizer que o hinduísmo é a verdadeira religião e também não podemos dizer que o cristianismo é a verdadeira religião. A verdade une. As verdades religiosas dividem. A verdade vai além de todos os rótulos religiosos. Contribui para a unidade e a paz no mundo.
O hinduísmo não é uma religião, mas uma congregação de muitas religiões ou muitos sistemas de crenças. Existem muitos sistemas de crenças sob o rótulo de hinduísmo. Todos se autodenominam hinduísmo. As diferenças são basicamente sobre a natureza da criação, a natureza da alma humana, a natureza da liberação e a natureza dos meios de liberação ou Moksha.
O cristianismo também não é uma religião, mas uma congregação de muitos sistemas de crenças. Existem muitos sistemas de crenças dentro do guarda-chuva do Cristianismo. As diferenças são basicamente sobre a pessoa de Jesus Cristo, a natureza da salvação e os meios de salvação.
Desejo fazer uma distinção entre Sanathana dharma e hinduísmo. Normalmente, o hinduísmo é chamado de Sanathana dharma. Sanathana dharma é maior que o hinduísmo. Sanathana dharma é a base ou fonte de todos os sistemas hindus. É como a nascente de um rio de onde vêm diferentes correntes hindus ou sistemas de crença.
Da mesma forma, desejo fazer uma distinção entre Cristo e o cristianismo. Eles não são idênticos. Cristo é a fonte e todos os sistemas de crença cristã são rios diferentes dessa fonte.
Jesus Cristo disse a Pilatos que vim para dar testemunho da Verdade. Pilatos perguntou-lhe: o que é a Verdade. Cristo não respondeu.
Podemos dizer que a Verdade de Jesus Cristo é o reino de Deus. O reino de Deus é a transformação da vida. É transformar a própria vida na vida de Deus, as próprias ações nas ações de Deus. No reino de Deus uma pessoa diz: as ações que eu faço não são minhas mas Deus que habita em mim faz as suas obras. O reino de Deus é a plenitude do amor de Deus que se manifesta na plenitude do amor ao próximo.
É como uma folha que realiza sua unidade com toda a árvore e vive sua vida individual para o bem-estar de toda a árvore.
Assim também uma pessoa que vive na plenitude da Verdade está unida a Deus, com a criação e com a humanidade e vive sua vida individual para o bem-estar de toda a criação.
O Sanathana dharma e o reino de Deus são semelhantes. Uma pessoa que vive no Sanathana dharma está unida com Deus, com a criação e com a humanidade e vive sua vida individual para o bem-estar de toda a criação.
Esta Verdade une toda a criação. Essa verdade não pode ser colocada em nenhum sistema de crença ou religião que divida os seres humanos.
Brother Martin ( via WhatsApp / Marcos Monteiro )
A solidão não é viver só,
a solidão é não sermos capazes
de fazer companhia a alguém
ou alguma coisa que está dentro de nós,
a solidão não é uma árvore
no meio duma planície onde só ela esteja,
é a distância entre a seiva profunda
e a casca,
entre a folha e a raiz.
in “O ano da morte de Ricardo Reis”
fontes:
A minha verdade é o amor |
Carlos Drummond de Andrade |
João 14:6 |
Provar a existência de Deus não é possível. Provar que Deus não existe também não. Então por que motivo digo eu que Deus é tão importante? É isso que vou tentar explicar.
Graças a Deus, acredito em Deus. Mas admito que podia não ter essa Fé. Cheguei a essa Fé, através de Jesus, mais explicitamente porque um bendito conjunto de pessoas me deu a conhecer a Sua Vida e também através delas senti o Seu Amor. Posso dizer que foi a partir dessa experiência, que passei a Acreditar em Deus e, desde então, percorro este Caminho que, tendo os seus altos e baixos, é sempre um caminho de descoberta e gratidão.
Mas porque quero então sublinhar esta importância de acreditar em Deus? Quero sublinhar esta importância porque, na minha humilde experiência, posso dizer que o conceito de Deus, no seu sentido de Pai/Mãe/Causa Primeira, é essencial para a minha motivação diária. Tenho de confessar que sem este propósito de reencontrar a minha Origem, a vida pouco sentido teria para mim. Com o propósito de reencontrar Aquilo a que chamo Deus, cada instante ganha um novo sentido, cada respiração uma nova alegria, cada interação uma nova dimensão. E é neste processo de procura, consciente que pouco sei, que a Humildade ganha também tanta importância: porque não sei tudo e disso tenho consciência, é perante esse Deus, que eu ainda não conheço inteiramente, que eu me ajoelho, apenas a Ele que eu adoro, apenas a Sua vontade que eu quero seguir. O meu principal objectivo é estar alinhado com Essa Vontade, a cada dia que passa, em cada instante. Tento percorrer esse Caminho de encontro a Deus de mãos dadas com toda a sua criação. Não é fácil pois implica a tal Humildade que tantas vezes me falta.
Se esquecesse este Deus para onde caminharia então? Sem rumo? Esta é a importância de Deus para toda a Humanidade, um Deus Criador que a todos ama sem excepção: termos, portanto, um rumo comum, que a ninguém exclui. Qualquer outro rumo seria pobre perante este, pois algo ou alguém teria de excluir.
Amar incondicionalmente, sem motivo mas apenas porque sim, é algo Divino, que para mim funciona muito bem como modelo mas que é muito difícil para nós, humanos, implementar. No entanto, Deus ama todos os seus filhos e a nenhum mais do que a qualquer outro. Este é o melhor modelo que encontrei até hoje, pois, como já disse, todos os outros são mais pobres…
Assim continuo neste meu Caminho, que é Jesus: Verdade e Vida.
Amém.
Manuel Filipe
Oeiras, 9 de Agosto de 2022.
Tomás Orlando Cardoso
Com a descoberta do negócio da Informação, a verdade deixou de ser importante?
Hoje, somos confrontados com novas e dinâmicas formas de informação e de comunicação nas redes sociais, que aos olhos dos mais antigos, parecem muito despropositadas. Tratando-se de uma extraordinária ferramenta de comunicação, não deixa de ser muito preocupante, a generalidade do modus operandi e como se identificam muitos comportamentos erráticos nestas novas vivências nas redes sociais.
Não sendo especialista nesta matéria, como parecem existir muitos, a verdade é que os assuntos importantes são desvalorizados, passando a inexistentes ou a temas menores.
Não há dúvida nenhuma que as redes sociais são um barómetro imprescindível e ajudam a deixar a descoberto o que hoje significa o ser humano, que parece perder importância neste Planeta. Faz muita confusão que se emitam opiniões via expresso, como sendo verdadeiras, devidamente estudadas e aprofundadas, repetindo-se lugares-comuns e espalhando-se como se de sabedoria se tratasse.
Se aprofundarmos estes novos comportamentos, analisando os likes (gostos ou simplesmente agrados) ou alguns comentários curtos, sem conteúdo e por vezes muito deselegantes e desadequados, sobre a sua quantidade e qualidade talvez ficássemos como diriam os nossos antepassados, “sem sumo nenhum no copo”.
Concordar por concordar não servirá apenas para descarregar as nossas consciências? Muitas vezes não se tratarão de semiverdades ou de mentiras? Será que só interessam imagens apelativas que quase nos empurram para uma resposta? O poste no café, no banho, ou no ginásio que significado tem? Não serão tantas as pressões que por vezes sentimo-nos incomodados com os nossos silêncios sobre tanta e descoordenada informação, que nos passa debaixo dos dedos, tal rio desgovernado?
Quantos likes e comentários positivos e bem-vindos, sobrarão para os artigos de interesse social e coletivo, profundos, refletidos sobre temas que nos afetam as preocupações diárias? Diria que a percentagem está muito desequilibrada levando-nos a pensar que o nosso trabalho feito nas redes sociais está concluído. Será que hoje o mundo vive à volta de superficialidades e de perguntas sem respostas? Será que muitas delas nem merecem resposta? Será que o mundo real estará cada vez mais distante de nós? O propósito não passará de entretenimentos que nos levam a abstrairmo-nos do mundo real? Estaremos todos nós a contribuir para as soluções dos problemas concretos na sociedade? Estaremos a criar códigos de comunicação, ou seremos nós que não os entendemos? O Like não será o tal ditador de que muitos esperam para atuar? Estará a ser criado, um novo dicionário? Será que o nosso trabalho na sociedade fica feito e a Sociedade já não precisa de nós para outras funções mais nobres e dignas? Qualquer um de nós tem obrigação moral, de com base nas suas experiências, vivências e experiências, em determinada área, as partilhar com os amigos ou até com todos os da sua sociedade para se fortalecerem e enriquecerem em equipa. Não abandonemos os conhecimentos que temos e que existem em cada um de nós nas diversas áreas para as transmitirmos ao coletivo, pela positiva, em vez de gastarmos energias com temas de menor importância que nem sempre enriquecem o comportamento humano necessário para um desenvolvimento social saudável e equilibrado. Além de nos habituarmos a ver o lado bom da vida, devemo-nos esforçar em sermos também o lado bom, aproveitando a descoberta desta nova forma de comunicar e informar de forma positiva sem ser por interesses particulares. Termino com uma preocupação pertinente refletida numa frase de Ryszard Kapuscinski, "quando se descobriu que a informação era um negócio, a verdade deixou de ser importante"
Um bem hajam
Mirante, Ilha do Pico, 15 de Maio de 2022
Publicado Ilha Maior de 27 de Maio de 2022
fonte: facebook Tomás Orlando Cardoso
[...]
Pergunta: Acreditar em Deus tem sido um poderoso incentivo para melhorar a vida. O senhor rejeita Deus, porquê? Por que não tenta restabelecer a fé do homem na ideia em Deus?
Krishnamurti – Olhemos para o problema de um modo aberto e inteligente. Eu não rejeito Deus – isso seria demasiado estúpido. Só o homem que não conhece a realidade utiliza palavras sem significado). Aquele que diz que sabe, não sabe; o que experiencia a Realidade a todo o momento não tem os meios para comunicar essa realidade.A crença é a negação da Verdade; a crença impede a Verdade; acreditar em deus é não encontrar Deus. Nem o crente nem o não crente encontram Deus; porque a Verdade é Desconhecido, e acreditar ou não no desconhecido é uma projeção pessoal e portanto não é Real. Sei que você é crente, e sei também que isso tem pouco significado na sua vida. Há muita gente crente; milhões acreditam em Deus e nisso obtêm consolo. Primeiro que tudo, porque é crente? É crente porque isso lhe dá satisfação, conforto, esperança e, como você afirma, dá significado à vida. De fato, o seu acreditar tem muito pouco significado, porque acredita e explora os outros, acredita e mata, acredita num Deus universal e aceita que os homens se matem uns aos outros. O homem rico também acredita em Deus, ele explora sem piedade, acumula riqueza, e depois constrói um templo ou torna-se filantropo. Os homens que largaram a bomba atômica em Hiroshima disseram que Deus estava com eles; aqueles que voaram de Inglaterra para destruir a Alemanha afirmavam que Deus era o seu co piloto. Os ditadores, os primeiros ministros, os generais, os presidentes, todos eles falam de Deus, têm imensa fé em Deus. E estão eles a fazer o que devem fazer, construindo uma vida melhor para os seres humanos? As pessoas que afirmam acreditar em Deus já destruíram metade do mundo, e este planeta está uma completa desgraça. Através da intolerância religiosa criam-se divisões entre os povos, os que acreditam, os que acreditam e os que não acreditam, o que conduz a guerras religiosas. Isso demonstra como as nossas mentes estão extraordinariamente politizadas. Será que acreditar em Deus é «um poderoso incentivo para uma vida melhor»?
[...]
Deus não é uma coisa da mente, não vem através da auto projeção; só acontece quando há virtude, que é liberdade. Virtude é enfrentar o fato de que O QUE É, e enfrentar o FATO gera um estado de BÊNÇÃO. Quando a mente está nesse estado de profunda alegria, em paz, sem qualquer movimento, sem a projeção consciente ou inconsciente do pensamento – só então o ETERNO se manifesta.
(J. Krishnamurti - AS ILUSÕES DA MENTE (páginas 55 - 56) - 14 de fevereiro de 1954)
fonte: mural de Raposo Mota
Se eu assim escolher,
posso deixar esse mundo inteiramente.
Não é a morte que torna isso possível,
mas a mudança da mente
em relação ao propósito do mundo.
Se eu acreditar que ele tem valor,
tal como o vejo agora,
ele permanecerá assim para mim.
Mas se, ao contemplá-lo,
eu não vir nenhum valor no mundo,
nada que eu queira guardar para mim
ou almeje como uma meta,
ele me deixará.
Pois não terei buscado ilusões
para substituir a verdade.