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sábado, 19 de abril de 2025

Sábado Santo

imagem (UP via Pe Nuno Westwood)

 

O corpo do Mestre perfumado dorme 


Está lá nas profundezas do coração da terra. Dorme o sono dos mortos. Aquela que é a última etapa da visibilidade terrena. A maior e incontornável certeza da existência física. É o sair da carne e dos ossos para ser pó.


Neste dia de dormição a estepe é branca maiormente. Esta é negra não tem sulcos paralelos do arado, mas está cheia de crateras, montes altos e montículos de uma terra permanentemente revolta. As plantas que nesse frequente revolver resistem expõem as raízes que o sol secou. Por isso, os ramos e folhas revirados entram também na profundidade da terra, fazem uma plantação virada do avesso que aduba a promessa de novos rebentos e frutos.


A utilidade deste dia reside em mim e em ti. Se me liberto vivo. Se me oprimo morro. Tantas vezes, fico com a impressão que vivemos num grande e vasto sepulcro, rodeado de muitas pessoas enterradas de corpo e alma. É o meu mundo e o teu quando que está submerso na negritude da escuridão, fria e desconfortável.

 

A verdadeira prisão não está fora de nós, mas no interior de cada um de nós. E pode ser possível que não saibamos viver sem ela. Se confirmamos tal constatação já estaremos verdadeiramente mortos e não nos apercebemos dessa morte.

  

Na tradição cristã este dia é conhecido como o dia do silêncio. O dia do luto dos que seguem o Mestre. As mulheres foram sábias no respeito por este dia. Sábias a se remeterem ao cuidado do corpo do Mestre, porque o untaram com lágrimas, nardo sagrado e perfumes. Os homens andavam fugidos com o medo todo às costas.


Nós hoje olhamos o Mestre e tentamos também conduzir o nosso arado sobre os ossos do Mestre morto, para que o arado não encrave, mas se revigore no óleo da esperança e volte o sonho do mundo novo. A Páscoa cristã é atualização da luta por um mundo novo.


O silêncio deste dia anima-nos no vigor de uma vida nova, onde não há caminhos, mas caminhantes em todos trilhos do coração.


É a escuta do silêncio que nos livra do medo.


O Mestre dorme, as mulheres correm ao túmulo guiadas pelo silêncio. Não têm medo. Não temem as normas. Não se retraem porque as viam numa condição inferior. São a forma motora mais fiel à revolução e à transformação do mundo novo que por hora renasce do fundo da terra.


Até podíamos definir este dia como o da libertação dos medos. 


Os amigos do Mestre de verdade perceberam neste Sábado santo que deixou de existir o monstro do medo. Eis a paciência militante, pensada e consciente. E tal como diz William Blake: «A amizade verdadeira é a oposição». E com tantos a procurarem fidelidades caninas. Submissões acéfalas. Obediências cegas. E mais outras desqualificações que nalguns meios se assumem como virtudes para enfartar quem gosta de comandar povo como manada.

 

Esta é uma pérfida ilusão se no fim ficas só na podridão do túmulo que construíste com as tuas mãos e agora não consegues revirar a pedra que hermeticamente te fechou.


Tanto vazio confrangedor que nos rodeia, mata o silêncio deste dia e perturba o descanso do Mestre. Mas também o nosso se quisermos ser sérios e disponíveis ao que nos reconstrói por dentro. JLR


fonte: Pe José Luís Rodrigues




sexta-feira, 18 de abril de 2025

Inexplicável

 
Filme inspirador, baseado numa história real,
que vi ontem e que recomendo.

💖💚💙

Não Acreditar é tão louco quanto Acreditar 🙏

terça-feira, 15 de abril de 2025

Judas, onde estás?

 


Diante de Judas, o nosso primeiro impulso é apontar o dedo. Mas, se formos honestos, talvez o desconforto que ele nos provoca seja, na verdade, o reflexo das nossas próprias quedas. Judas é o espelho das nossas infidelidades, das promessas que não cumprimos, das alianças que rompemos em silêncio.


A traição… palavra dura. Não nasce do desconhecido. Não vem de longe. Ela acontece onde há vínculo, onde existe confiança e presença partilhada. Trair é quebrar o invisível que une duas pessoas. E por isso dói tanto: porque vem de quem está próximo, de quem se ama.


Judas não era um rosto estranho. Sentava-se à mesa. Partilhava o pão. Caminhava lado a lado. Era um dos do grupo. E, ainda assim, foi ele quem entregou. Porque a traição não tem rosto. Tem silêncio. Tem disfarce. Tem coração dividido.


Talvez cada um de nós carregue um pequeno Judas dentro de si. Quando escolhemos o interesse em vez da lealdade. Quando ficamos calados onde deveríamos ter falado. Quando trocamos afetos por moedas de conveniência. E fazemos isso sorrindo, com aparência de normalidade.


A Ceia continua. Jesus, sereno mas ferido, anuncia: “Um de vós há-de entregar-me.” E todos se entreolham, desconcertados. Porque o traidor pode ser qualquer um. Posso ser eu. Podes ser tu.


Judas, onde estás?

Talvez, um pouco... em cada um de nós.


~Pe João Torres



sábado, 21 de setembro de 2024

Papa insiste na necessidade de data comum para a Páscoa

 


Francisco diz que 2025, com celebração conjunta, é oportunidade histórica


Cidade do Vaticano, 19 set 2024 (Ecclesia) 


O Papa reforçou hoje o seu convite às Igrejas cristãs para definir uma data comum da Páscoa, na qual coincidem em 2025, 1700 anos depois do Concílio de Niceia.

“No próximo ano – que para a Igreja Católica será um Jubileu ordinário – a celebração da Páscoa, devido à coincidência dos calendários, será comum a todos os cristãos. Este é um sinal importante, ao qual se junta o 1700.º aniversário da celebração do primeiro Concílio Ecuménico, o Concílio de Niceia, que, para além de promulgar o Símbolo da Fé, tratou também da questão da data da Páscoa, devido às diferentes tradições que já existiam na altura”, referiu, no Vaticano, ao receber uma delegação do grupo “Pasqua Together 2025” (Páscoa Juntos 2025).


No século XVI, com a introdução por Gregório XIII do novo calendário, os católicos começaram a calcular a data da Páscoa a partir do agora chamado calendário gregoriano, enquanto as Igrejas do Oriente continuam a celebrar a Páscoa de acordo com o calendário juliano, que era usado em toda a Igreja, antes dessa reforma, e no qual o Concílio de Nicéia também se baseou.

Francisco recorda que, em várias ocasiões, tem procurado solução para esta questão, de modo que “a celebração comum do Dia da Ressurreição deixasse de ser uma exceção e se tornasse a norma”.


“Encorajo aqueles que estão a empreender este caminho a perseverar e a fazer todos os esforços na procura de uma comunhão possível, evitando tudo o que possa, pelo contrário, levar a novas divisões entre os irmãos”, acrescentou.


Não esqueçamos a primazia de Deus, o seu primado, o facto de ter dado o primeiro passo. Não nos fechemos nos nossos esquemas, nos nossos projetos, nos nossos calendários, na ‘nossa’ Páscoa. A Páscoa é a de Cristo!”


Em 2024, as Igrejas Ortodoxas celebraram a Páscoa cinco semanas mais tarde do que os católicos e protestantes; em 2025, no entanto, a data coincide, no dia 20 de abril.


“Precisamos de caminhar juntos e, para isso, será útil partirmos, como os Apóstolos, de Jerusalém, lugar a partir do qual o anúncio da Ressurreição se difundiu pelo mundo. E ali voltemos também para rezar ao Príncipe da Paz, para que nos dê hoje a sua paz”, apontou Francisco.


OC


fonte: Ecclesia




segunda-feira, 8 de julho de 2024

Uma data comum para a Páscoa

Cidade do Vaticano, 09 mai 2024 (Ecclesia)

O Papa convidou as Igrejas cristãs a definir uma data comum para a Páscoa, na qual coincidem em 2025, 1700 anos depois do Concílio de Niceia.

"Seja isto um apelo a todos os cristãos do Oriente e do Ocidente para darem resolutamente um passo rumo à unidade em torno duma data comum para a Páscoa. Vale a pena recordar que muitos desconhecem as diatribes do passado e não entendem como possam subsistir divisões a tal propósito", escreve Francisco, na bula de convocação do próximo Jubileu.

fonte: Ecclesia



sexta-feira, 29 de março de 2024

Ninguém se sinta só


Hoje é o dia da nudez, hoje é o dia em que olhamos para as mãos vazias e não temos nada, vale tanto estar aqui como noutro sítio qualquer, nada nos distingue das outras mulheres e dos outros homens da terra. Nenhum sinal nós ostentamos senão as nossas mãos vazias. 


Essa é a nossa forma de oração neste dia, este dia e o dia de amanhã são os dias do ano em que não há Eucaristia, em que as Igrejas estão assim, como lugares vazios, como terra desolada. Essa é a lição da cruz.


“Tudo está consumado” quer dizer que se chegou à plenitude, que o destino, que o desígnio se realizou. O que a cruz nos grita, o que a cruz nos diz é: ama até ao fim, ama até ao fim, consuma a tua vida, consuma, realiza, plenifica a tua existência. Não vivas a 50%, a 40%.


Como se leu hoje na Carta aos Hebreus, nós temos um Sumo-Sacerdote capaz de se compadecer dos nossos sofrimentos, porque Ele próprio carregou a nossa culpa, carregou a nossa iniquidade. 


Ninguém se sinta só, ninguém se sinta só.


Muitas vezes até nos infernos que escolhemos percorrer é importante sentir que Ele está lá. Uma das frases mais extraordinárias aplicadas a Jesus pela Igreja primitiva e que nós encontramos no Evangelho é dizer: “Ele foi contado entre os malfeitores.” Ele foi contado, éramos um grupo de malfeitores e Ele foi contado entre nós, éramos um 

grupo de maldizentes e ele foi contado entre nós, éramos um grupo de miseráveis e Ele foi contado entre nós, éramos um grupo de condenados e Ele foi contado entre nós. Ele está sempre a ser contado entre nós porque é solidário com a fragilidade, com a  vulnerabilidade humana. Esta solidariedade de Cristo ajuda-nos a ser, é a âncora, é a mão estendida à nossa humanidade mas é também um desafio a nós ajudarmos Deus.


— Cardeal D. José Tolentino Mendonça

(homilia / Sexta-feira Santa, Celebração da Paixão do Senhor).


#tolentinomendonca #josetolentinomendonca #cardealtolentinomendonça

quinta-feira, 28 de março de 2024

Instituição da Santa Eucaristia

 


The institution of the Holy Eucharist by Christ on Holy Thursday


Holy Thursday is the commemoration of the Last Supper of Jesus Christ. It also commemorates His institution of the priesthood. It is a significant day in the Christian calendar that commemorates the Last Supper of Jesus Christ with his disciples. One of the most notable rituals performed on Maundy Thursday is the washing of feet by a priest or clergy member. This act holds deep symbolism and significance within the Christian faith, reflecting the teachings of Jesus on humility, service, and love for one another.

Washing the feet of religious or holy people seems to be a common ancient custom. It seems to have spread throughout the world in ancient times. This culture also seems to be prevalent in most major religions such as; it can be prevalent in Hinduism, Islam, Christianity, Shikhism, etc. The act of washing feet has its roots in ancient cultural practices, where hospitality and cleanliness were of utmost importance. In biblical times, it was common for hosts to wash the feet of their guests as a gesture of welcome and respect. In the Gospel of John, we see Jesus himself washing the feet of his disciples, setting an example of humility and service for us. The act of washing feet symbolizes humility and service, two essential virtues emphasized by Jesus in his teachings. By performing this act, the priest demonstrates a willingness to serve others selflessly, regardless of their status or position. It is a reminder that true leadership is not about power or authority but about serving others with compassion and love.

In the act of washing feet, there is an element of forgiveness and reconciliation. Just as Jesus washed the feet of his disciples, he also forgave them for their shortcomings and reconciled with them, setting an example of unconditional love and grace. The priest, by washing the feet of others, symbolizes a willingness to forgive and reconcile with those who may have wronged him.

Washing feet also symbolizes unity and fellowship within us. By humbling oneself to serve and be served, the priest and the congregation come together in a spirit of togetherness and camaraderie. It is a symbol of shared humanity and common purpose, reminding us that we are all equal in the eyes of God and should treat each other with kindness and respect. The ritual of washing feet on Maundy Thursday serves as a powerful reminder of the core values of Christianity – love, humility, and service. It is a call to action for all of us to follow in the footsteps of Jesus, embodying his teachings of compassion and selflessness. Through this simple yet profound act, the priest and the congregation reaffirm their commitment to live out the principles of their faith in their daily lives. The symbolism of the priest washing feet on Maundy Thursday goes beyond a mere ritual – it is a profound expression of love, humility, and service. It serves as a poignant reminder of the teachings of Jesus and challenges us to live out those teachings in our own lives. Pray for all our priests today to be strong in their vocation. Set their souls on fire with love for your people.


Happy feast to all our priests


Fr. Dorathick

quarta-feira, 20 de março de 2024

Um só Cristo para todos

Papa promove unificação da data da Páscoa entre os cristãos a partir de 2025


A actual diversidade de datas da Páscoa entre os cristãos se deve ao uso do calendário gregoriano por alguns e do calendário juliano por outros. O Papa Francisco está promovendo a unificação da data da Páscoa entre os cristãos a partir de 2025, um ano emblemático por recordar os 1700 anos do primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia.

No dia 19 de novembro de 2022, Francisco recebeu no Vaticano o Patriarca Mar Awa III, da Igreja Assíria do Oriente, a quem manifestou o desejo de “uma data comum para os cristãos celebrarem juntos a Páscoa”.

O Papa enfatizou a relevância dessa unificação fazendo um comentário bem-humorado:

-Tenhamos a coragem de acabar com esta divisão, que às vezes nos faz rir… 

“O seu Cristo ressuscita quando? E o seu Cristo, quando ressuscita?” 

Não. O sinal é um só Cristo para todos nós.



Calendários diferentes

Em parte, a atual diversidade de datas da Páscoa entre os cristãos se deve ao uso do calendário gregoriano por alguns e do calendário juliano por outros.


Em 325, o Primeiro Concílio de Nicéia determinou que a Páscoa seria celebrada no primeiro domingo após a lua cheia do início da primavera. Por este critério, a data sempre cairá entre 22 de março e 25 de abril.


Em 1582, o Papa Gregório reformou o calendário para corrigir imprecisões, dando origem ao modelo que até hoje é o mais usado em todo o mundo. Os cristãos ortodoxos, porém, não aderiram à reforma gregoriana e mantêm o calendário juliano até o presente.

Como o ano calculado pelo calendário juliano é um pouco mais longo e acumula 13 dias de atraso em relação ao gregoriano, as datas da Páscoa raramente coincidem entre os dois calendários.


No tocante à data da Páscoa, o líder dos cristãos ortodoxos orientais, patriarca Bartolomeu de Constantinopla, também se declarou favorável a fixar a data comum a partir de 2025, o que também é compartilhado pelo arcebispo ortodoxo Job Getcha de Telmessos.


Reunificação dos cristãos

O Papa Francisco declarou ao Patriarca Mar Awa III, além do mais, que deseja a reunificação também das Igrejas:

“Atrevo-me a expressar um sonho: que a separação com a amada Igreja Assíria do Oriente, a primeira duradoura na história da Igreja, possa também ser, se Deus quiser, a primeira a ser resolvida”.

Para isso, ele exortou “o clero e os fiéis das nossas Igrejas” a “oferecerem um testemunho comum do Evangelho de Cristo” mesmo em condições difíceis. O Papa observou ainda que as duas Igrejas “já experimentam uma comunhão quase completa em muitos lugares”.

“Rezemos e trabalhemos intensamente para preparar o tão esperado dia em que poderemos celebrar juntos a Eucaristia, a Santa Qurbana, no mesmo altar”.


Francisco Vêneto - publicado em 25/11/2022


fonte: Aleteia




quinta-feira, 6 de abril de 2023

Domingo de Páscoa

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No domingo de Páscoa, dia 9 de Abril 

vamos estar juntos às 9h Portugal - 10h Espanha - 5h Brasil 

Gratidão, Votos de uma Santa Páscoa para todos Vós ❤️‍🔥🙏🏻

San Tiago

Domingo de Páscoa 




segunda-feira, 3 de abril de 2023

Até ao fim

Com a entrada triunfal em Jerusalém, Jesus realiza a sua vontade de ser reconhecido como o Filho de Deus e o Messias prometido. Mas o seu triunfo é totalmente diferente daquele que o mundo costuma imaginar. Jesus não chega montado num cavalo de guerra, acompanhado de exércitos, para conquistar territórios ou riquezas. Ele vem num jumentinho, humilde e manso, acompanhado de um grupo de discípulos simples e pobres. Não vem impor a sua vontade pela força, mas sim pela palavra e pelo amor.

Ao entrar em Jerusalém, Jesus sabia que seria preso, julgado e condenado à morte. Mas não recuou diante do seu destino. Ele sabia que aquele era o caminho que o Pai lhe tinha traçado e que, através da sua morte e ressurreição, salvaria a humanidade do pecado e da morte. Por isso, apesar de todo o sofrimento e da angústia que sentia, não desistiu da sua missão.

O Domingo de Ramos convida-nos a refletir sobre a nossa própria vida. Quantas vezes nos sentimos desencorajados diante das dificuldades e dos obstáculos que encontramos no caminho? Quantas vezes temos medo de enfrentar o sofrimento e a morte? Precisamos aprender com Jesus a confiar na vontade do Pai e a seguir o seu exemplo de humildade, mansidão e amor. Somente assim poderemos experimentar a verdadeira alegria da Páscoa, a alegria da vitória sobre o pecado e a morte, a alegria da vida nova em Cristo.

Assim, irmãos e irmãs é um momento em que olhamos para Cristo e deixamo-nos interpelar pela sua entrada triunfal em Jerusalém. É um momento em que nos perguntamos se estamos prontos para acolher este Rei que vem ao nosso encontro, para O seguirmos nas suas dores e nos seus triunfos, para O amarmos como Ele nos amou, até ao fim.

Cardeal José Tolentino de Mendonça