Sua imagem foi revelada a Sor Faustina na visão de 22 de fevereiro de 1931 na sua cela do convento Plock. Ela escreve em seu diário: Ao anoitecer, estando eu na minha cela, vi o Senhor vestido com uma túnica branca. Tinha uma mão levantada para abençoar e com a outra tocava a túnica sobre o peito. Da abertura da túnica no peito, saíam dois grandes raios um vermelho e outro pálido.... Depois de um momento, Jesus me disse: Pinte uma imagem segundo o modelo que vês e assine: Jesus eu confio em Ti (Diário, 47). Eu quero essa imagem... seja abençoado com solenidade no primeiro domingo após a Páscoa da Ressurreição; esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia (Diário, 49).
O raio pálido simboliza a água que justifica as almas. O raio vermelho simboliza o Sangue que é a vida das almas... Bem-aventurado aquele que vive à sombra deles (Diário, 299)
A misericórdia divina revelou-se manifestamente na vida desta bem-aventurada, que nasceu no dia 25 de agosto de 1905, em Glogowiec, na Polônia Central. Faustina foi a terceira de dez filhos de um casal pobre. Por isso, após dois anos de estudos, teve de aplicar-se ao trabalho para ajudar a família.
Com dezoito anos, a jovem Faustina disse à sua mãe que desejava ser religiosa, mas os pais disseram-lhe que nem pensasse nisso. A partir disso, deixou-se arrastar para diversões mundanas até que, numa tarde de 1924, teve uma visão de Jesus Cristo flagelado que lhe dizia: "Até quando te aguentarei? Até quando me serás infiel?"
Faustina partiu então para Varsóvia e ingressou no Convento das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia no dia 1 de agosto de 1925. No convento tomou o nome de Maria Faustina, ao qual ela acrescentou "do Santíssimo Sacramento", tendo em vista seu grande amor a Jesus presente no Sacrário. Trabalhou em diversas casas da congregação. Amante do sacrifício, sempre obediente às suas superioras, trabalhou na cozinha, no quintal, na portaria. Sempre alegre, serena, humilde, submissa à vontade de Deus.
Santa Faustina teve muitas experiências místicas onde Jesus, através de suas aparições, foi recordando à humilde religiosa o grande mistério da Misericórdia Divina. Um dos seus confessores, Padre Sopocko, exigiu de Santa Faustina que ela escrevesse as suas vivências em um diário espiritual. Desta forma, não por vontade própria, mas por exigência de seu confessor, ela deixou a descrição das suas vivências místicas, que ocupa algumas centenas de páginas.
Santa Faustina sofreu muito por causa da tuberculose que a atacou. Os dez últimos anos de sua vida foram particularmente atrozes. No dia 5 de outubro de 1938 sussurrou à irmã enfermeira: "Hoje o Senhor me receberá". E assim aconteceu.
Beatificada a 18 de abril de 1993 pelo Papa João Paulo II, Santa Faustina, a "Apóstola da Divina Misericórdia", foi canonizada pelo mesmo Sumo Pontífice no dia 30 de abril de 2000.