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quarta-feira, 20 de março de 2024

Um só Cristo para todos

Papa promove unificação da data da Páscoa entre os cristãos a partir de 2025


A actual diversidade de datas da Páscoa entre os cristãos se deve ao uso do calendário gregoriano por alguns e do calendário juliano por outros. O Papa Francisco está promovendo a unificação da data da Páscoa entre os cristãos a partir de 2025, um ano emblemático por recordar os 1700 anos do primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia.

No dia 19 de novembro de 2022, Francisco recebeu no Vaticano o Patriarca Mar Awa III, da Igreja Assíria do Oriente, a quem manifestou o desejo de “uma data comum para os cristãos celebrarem juntos a Páscoa”.

O Papa enfatizou a relevância dessa unificação fazendo um comentário bem-humorado:

-Tenhamos a coragem de acabar com esta divisão, que às vezes nos faz rir… 

“O seu Cristo ressuscita quando? E o seu Cristo, quando ressuscita?” 

Não. O sinal é um só Cristo para todos nós.



Calendários diferentes

Em parte, a atual diversidade de datas da Páscoa entre os cristãos se deve ao uso do calendário gregoriano por alguns e do calendário juliano por outros.


Em 325, o Primeiro Concílio de Nicéia determinou que a Páscoa seria celebrada no primeiro domingo após a lua cheia do início da primavera. Por este critério, a data sempre cairá entre 22 de março e 25 de abril.


Em 1582, o Papa Gregório reformou o calendário para corrigir imprecisões, dando origem ao modelo que até hoje é o mais usado em todo o mundo. Os cristãos ortodoxos, porém, não aderiram à reforma gregoriana e mantêm o calendário juliano até o presente.

Como o ano calculado pelo calendário juliano é um pouco mais longo e acumula 13 dias de atraso em relação ao gregoriano, as datas da Páscoa raramente coincidem entre os dois calendários.


No tocante à data da Páscoa, o líder dos cristãos ortodoxos orientais, patriarca Bartolomeu de Constantinopla, também se declarou favorável a fixar a data comum a partir de 2025, o que também é compartilhado pelo arcebispo ortodoxo Job Getcha de Telmessos.


Reunificação dos cristãos

O Papa Francisco declarou ao Patriarca Mar Awa III, além do mais, que deseja a reunificação também das Igrejas:

“Atrevo-me a expressar um sonho: que a separação com a amada Igreja Assíria do Oriente, a primeira duradoura na história da Igreja, possa também ser, se Deus quiser, a primeira a ser resolvida”.

Para isso, ele exortou “o clero e os fiéis das nossas Igrejas” a “oferecerem um testemunho comum do Evangelho de Cristo” mesmo em condições difíceis. O Papa observou ainda que as duas Igrejas “já experimentam uma comunhão quase completa em muitos lugares”.

“Rezemos e trabalhemos intensamente para preparar o tão esperado dia em que poderemos celebrar juntos a Eucaristia, a Santa Qurbana, no mesmo altar”.


Francisco Vêneto - publicado em 25/11/2022


fonte: Aleteia




sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Papa pede fim a violência às três religiões no Oriente Médio


10 de outubro de 2010 16h41 atualizado às 17h13
O papa Bento XVI fez um apelo neste domingo às três religiões presentes no Oriente Médio, islã, judaísmo e cristianismo, para que promovam valores que excluam a violência, ao iniciar os trabalhos de um Sínodo sobre a região na basílica de São Pedro, no Vaticano.

Esta é a primeira vez que o Sínodo sobre o Oriente Médio conta com a participação de líderes judeus e muçulmanos.

"As três principais religiões presentes no Oriente Médio devem promover os valores culturais e espirituais que unam as pessoas e excluir qualquer forma de violência", afirmou o Papa durante a missa que deu início aos trabalhos do Sínodo na Basílica de São Pedro.

Durante a missa celebrada ao lado dos "padres sinodais" (participantes), Bento XVI voltou a dizer que a paz é "indispensável" para um "desenvolvimento harmonioso" de todos os habitantes dos países da área, alguns dos quais passam por "uma situação social e política delicada, às vezes dramática ".

A mensagem do pontífice às três religiões acontece num momento em que vários países assistem a um fortalecimento do fundamentalismo islâmico.

Bento XVI também pediu a contribuição da comunidade internacional, que deve "apoiar uma via confiável, leal e construtiva em direção à paz".

O principal objetivo desta reunião é examinar os maiores desafios a serem enfrentados pelos católicos do Oriente Médio, região duramente afetada pelas tensões políticas e religiosas.

As condições de vida geralmente precárias das minorias cristas na região levaram muitos a imigrar e agora o Oriente Médio conta com apenas 20 milhões de cristãos, dos quais 5 milhões de católicos, do total de 356 milhões de habitantes.

O diálogo com as outras religiões, judaísmo e islã, no qual os cristãos podem ter um papel-chave, segundo a Igreja, é outro dos principais temas do encontro.

O árabe será um dos idiomas oficiais do Sínodo, que conta com 185 prelados, sendo que uma centena proveniente do Oriente Médio, e tem a presença de líderes das Igrejas copta, maronita, melkita, siríaca, caldeia e armênia, e do patriarca latino de Jerusalém.

Dois importantes representantes do islamismo, entre eles o aiatolá iraniano Seyed Mostafa Mohaghegh Ahmadabadi, e o líder judeu, o rabino David Rosen, diretor de Assuntos Interreligiosos do Comitê Judeu Internacional, foram convidados pelo papa para a reunião em 14 e 13 de outubro.

O Sínodo será encerrado no dia 24 depois de duas semanas de debates a portas fechadas.
ver Terra

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Igreja “nada” impõe, só propõe

A Igreja nada impõe, só propõe, disse o Papa Bento XVI na missa que celebrou no Porto, última etapa da sua viagem de quatro dias a Portugal, que passou também por Lisboa e Fátima.
Uma multidão calculada pela polícia entre 120 mil e 150 mil pessoas encheu desde muito cedo a Avenida dos Aliados e várias ruas e praças adjacentes. O ambiente no Porto foi porventura o mais caloroso que Bento XVI encontrou até agora em Portugal. Desde muito cedo já muitos milhares de pessoas se encaminhavam para a baixa da cidade. Os comboios que se dirigiam para o Porto vinham também superlotados desde manhã cedo. Muita gente passou a noite já nos Aliados, apesar da noite fria que caiu sobre o Porto.

Após a saída do heliporto da Serra do Pilar, um dos pontos de passagem do papamóvel mais aguardados era a ponte do Infante, que liga Gaia ao Porto. No rio Douro, várias embarcações de pesca e recreio esperavam que a viatura do Papa abrandasse para uma bênção mas o horário rígido da visita papal permitiu apenas que o Santo Padre acenasse aos presentes. Em baixo, no rio, apesar da desilusão, muitos afirmaram que o momento foi de “grande emoção”, ainda que tenha sido “tudo muito rápido”.

Na homilia da missa, que dedicou ao tema da missão, o Papa referiu-se aos “enormes problemas do desenvolvimento dos povos, que quase nos levam ao desânimo”. E referiu: “Alterou-se o quadro antropológico, cultural, social e religioso da humanidade; hoje, a Igreja é chamada a enfrentar desafios novos e está pronta a dialogar com culturas e religiões diversas, procurando construir juntamente com cada pessoa de boa vontade a pacífica convivência dos povos.”

Numa breve conferência de imprensa que deu enquanto terminava a missa, o porta-voz do Papa, padre Federico Lombardi, fez um balanço muito positivo destes quatro dias portugueses. Houve uma “participação extraordinária” das pessoas, o Papa viveu estes dias com “grande serenidade e alegria, e uma óptima saúde, que se podia ver pela sua expressão radiosa.” Lombardi destacou ainda a “vitalidade da fé do povo”, não obstante as dificuldades internas e externas”.

Logo após a missa, o Papa saudou os fiéis presentes e, de modo especial, os universitários. Um grupo destes alunos do ensino superior ofereceu depois a Bento XVI uma guitarra em fibra de carbono e uma camisola com um tecido especial que permite controlar o ritmo cardíaco.

As ofertas foram entregues na varanda da Câmara Municipal do Porto, onde Bento XVI, momentos antes, dissera algumas palavras de despedida. Nessa breve alocução, o Papa referiu-se aos universitários, agradecendo-lhes a “presença e o testemunho da fé”.

“Teria acedido de boa vontade ao convite para prolongar a minha permanência na vossa cidade, mas não me é possível”, acrescentou Bento XVI na sua despedida da varanda da câmara.

Bento XVI deixa hoje Portugal. Pelas 13h30 haverá uma cerimónia de despedida no Aeroporto Sá Carneiro, que contará com a presença do Presidente da República, Cavaco Silva, e outras personalidades civis e militares. Após um discurso dos dois chefes de Estado e ouvidos os hinos nacionais de Portugal e da Santa Sé, Bento XVI parte às 14h00 para Roma.

in Público
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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Bento XVI encontrou-se com organizações de acção social

Papa arremete contra projectos de legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo
Bento XVI encontrou-se com organizações de acção social
e pede mais autonomia às instituições da Igreja
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Bento XVI criticou esta Quinta-feira os projectos legislativos que não defendem a família “instituída sobre o matrimónio indissolúvel de um homem com uma mulher”.
O Papa falava a centenas de membros de organizações de pastoral social, reunidos na igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, que irromperam em aplausos quando reafirmou a oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao aborto..
“As iniciativas que visam tutelar os valores essenciais e primários da vida, desde a sua concepção, e da família, fundada sobre o matrimónio indissolúvel de um homem com uma mulher, ajudam a responder a alguns dos mais insidiosos e perigosos desafios que hoje se colocam ao bem comum”, disse, fazendo uma pausa no ritmo do seu discurso.
A intervenção ganha relevo num momento em que já que está para promulgação pelo Presidente da República, Cavaco Silva, o diploma sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O Papa criticou também os “mecanismos socio-económicos e culturais que levam ao aborto”, elogiando quantos, na Igreja Católica, se empenham em favor de “iniciativas sociais e pastorais (…) que têm em vista a defesa da vida e a reconciliação e a cura das pessoas feridas pelo drama do aborto”.
Mais uma vez o seu discurso foi interrompido por uma salva de palmas.
Bento XVI deixou uma palavra de estímulo às actividades educativas e caritativas da Igreja, pedindo que as mesmas “sejam completadas com projectos de liberdade que promovam o ser humano, na busca da fraternidade universal”.
“Aqui se situa o urgente empenhamento dos cristãos na defesa dos direitos humanos, preocupados com a totalidade da pessoa humana nas suas diversas dimensões”, prosseguiu.
Segundo o Papa, todo este conjunto de iniciativas “constituem juntamente com muitas outras formas de compromisso, elementos essenciais para a construção da civilização do amor”.
in http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=79621

Bento XVI presidiu às cerimónias do 13 de Maio


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O Papa considera que a missão de Fátima está por concluir, enquanto o homem despoletar um ciclo de morte e terror e não conseguir interrompê-lo. As palavras de Bento XVI, na homilia desta manhã, significaram apelo à paz e à fraternidade entre os homens. A missa no Santuário de Fátima representou mais um momento marcante da visita do Papa a Portugal. Bento XVI celebrou a Eucaristia, neste 13 de Maio, perante cerca de 500 mil peregrinos de todo o mundo. Para o auxiliarem na cerimónia inscreveram-se mais de mil e cem padres, de várias nacionalidades.
2010-05-13 13:29:33
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in RTP
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Nuvem de palavras: Chegar a Deus por via de Fátima


O Papa sublinhou o papel de Fátima na salvação dos homens, durante a homilia desta manhã no Santuário. A análise estatística ao discurso revela isso mesmo: "Fátima" surge entre as palavras mais repetidas por Bento XVI, logo a seguir a "Deus", que é o termo mais referido.

Além de te sublinhado o papel de Fátima como via para chegar a Deus, o Papa vincou particularmente o termo "esperança". E foi essa mesma esperança que Bento XVI disse pretender transmitir aos peregrinos. "A nossa grande esperança lance raízes na vida de cada um de vós, amados peregrinos aqui presentes, e de quantos estão em comunhão connosco através dos meios de comunicação social", referiu o Santo Padre.
in RR (Nuvem Palavras)

Milhares de peregrinos na procissão das velas

Bento XVI apresentou-se em Fátima como «um filho»
Bento XVI apresentou-se esta Quarta-feira em Fátima “como um filho que vem visitar sua Mãe”, segundo a oração que recitou na Capelinha das Aparições, pouco depois de chegar ao recinto.
Na oração, Bento XVI lembrou “as alegrias e esperanças e também os problemas e as dores” dos que se encontram na Cova da Iria ou “acompanham de longe” as celebrações.
O primeiro momento da visita do actual Papa ao Santuário iniciou-se com a recitação de um texto em que Bento XVI faz memória do atentado contra João Paulo II, a 13 de Maio de 1981, na Praça de São Pedro.
Evocando a “mão invisível” a que o Papa polaco se referia para explicar a sua sobrevivência, Bento XVI recorda que o seu predecessor quis oferecer ao Santuário de Fátima uma bala que o “feriu gravemente”.
A respeito dessa bala, colocada na coroa da imagem da Capelinha, o actual Papa afirma ser “profundamente consolador” saber que a Virgem de Fátima está coroada “não só com a prata e o oiro das nossas alegrias e esperanças”, mas também “com a bala das nossas preocupações e sofrimentos”.
“Agradeço, Mãe querida, as orações e os sacrifícios que os Pastorinhos de Fátima faziam pelo Papa, levados pelos sentimentos que lhes infundistes nas aparições. Agradeço também todos aqueles que, em cada dia, rezam pelo Sucessor de Pedro e pelas suas intenções para que o Papa seja forte na fé, audaz na esperança e zeloso no amor”, acrescentou.
Bento XVI chegou a meio da tarde desta Quarta-feira ao Santuário de Fátima para presidir às celebrações do 13 de Maio.
O helicóptero que transporta o Papa sobrevoou o Santuário antes de aterrar no Estádio Municipal de Fátima.
in http://christusvinchit.blogs.sapo.pt/18703.html
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A recitação do terço pelo Papa foi muito participada, com milhares de fiéis. Bento XVI benzeu as velas e presidiu a oração do rosário na capelinha das aparições. O dia terminou com a procissão das velas e a missa presidida pelo secretário de Estado do Vaticano.
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in videos RTPN

domingo, 11 de abril de 2010

Sobre a Carta do Papa aos Católicos na Irlanda

D. Odilo Scherer:
“A carta do Papa é realista e muito forte”
04 Abr. 2010
O arcebispo de São Paulo considera que na carta à Irlanda “o Papa toma sobre si a dor das vítimas” e chama os responsáveis por tais crimes “à conversão, ao arrependimento, à penitência e a buscar o perdão de Deus”. Em entrevista ao jornal ‘O São Paulo’, Semanário da Arquidiocese de São Paulo, o cardeal Odilo Scherer garante ainda que a carta do Papa “é realista e muito forte”, mas é também “um alerta à vigilância”.

De que forma deve ser acolhida a carta do Papa aos católicos da Irlanda [a propósito dos abusos sobre menores cometidos por padres]?

A carta do Papa é realista e muito forte; deve ser lida com atenção e acolhida como uma palavra clara sobre a posição da Igreja em relação ao abuso sexual de crianças e adolescentes por pessoas da Igreja, mas também por pessoas não pertencentes a ela. A Igreja não ensina, não incentiva e não aprova isso, mas reprova e condena firmemente tais tristes factos. E quem os comete dever assumir as consequências perante Deus e perante os homens. Os abusos causaram sérios danos às pessoas e também à Igreja.

A carta é marcada pelo espanto, pela dor, pela indignação diante dos abusos e pelo desejo de reparar o mal cometido. Como tem visto as reacções a esta carta?

Fiquei impressionado com a clareza e a firmeza com que o Papa abordou as questões e lembrei-me das palavras do Evangelho: ‘A verdade vos libertará’. O Papa quis transmitir a todos os responsáveis pela Igreja – bispos, padres e superiores religiosos – essa mesma firmeza na busca de estabelecer a verdade sobre os factos; e também deixou claro que a Igreja, de forma alguma, está de acordo com tais crimes. O 6° mandamento da lei de Deus [Guardar castidade nas palavras e nas obras] tem de ser novamente levado a sério.

Bento XVI não poupa palavras na condenação dos crimes nem no reconhecimento dos erros cometidos. Estas são palavras duras, dolorosas mas, ao mesmo tempo, honestas e necessárias?

Sim, e não poderia ser diferente. Não podemos ser coniventes com crimes dessa natureza. Mas é preciso acrescentar algo mais: o Papa também toma sobre si a dor das vítimas e chama os responsáveis por tais crimes à conversão, ao arrependimento, à penitência e a buscar o perdão de Deus.

A Igreja sofre com esses escândalos. Com a descoberta de novos casos espalhados pelo mundo, a carta do Papa poderá ter múltiplos destinatários, além dos sacerdotes, das vítimas dos abusos, dos pais e de todos os católicos irlandeses?

A carta do Papa é dirigida especialmente aos católicos da Irlanda, mas é válida para os católicos de todo o mundo. Os factos, infelizmente, não acontecem apenas na Irlanda; e nem somente nos ambientes da Igreja. A tentação e a fragilidade da ‘carne’ está por toda parte... Os abusos sexuais sobre crianças são muito mais abundantes do que se possa imaginar e em todos os ambientes do convívio social. Acontecem em maior número debaixo dos tectos familiares. Apesar disso não diminuir em nada a gravidade de crimes cometidos por representantes da Igreja, faz pensar que ninguém deveria ficar com a alma lavada porque foram denunciados e admitidos casos na Igreja. O mal é bem mais amplo e profundo e requer uma revisão de posturas culturais do nosso tempo. O relaxamento e o desprezo pelos valores e conceitos ético-morais é uma das causas principais e a vítima é sempre a pessoa mais frágil e desprotegida.

Bento XVI oferece o ‘remédio’ para a cura do problema do abuso de crianças e adolescentes e das feridas causadas na vítimas, nas famílias e na própria Igreja. Em que consiste este ‘remédio’?

O Papa indica na carta uma série de medidas a serem adoptadas para a superação do problema na Irlanda; tais ‘remédios’ vão desde a chamada à penitência e à conversão, à responsabilização perante a justiça civil e canónica; mas também fala da ajuda às vítimas e das suas famílias e a uma grande acção missionária no país – da qual ele próprio quer participar, indo à Irlanda.

Interessante é que o Papa chama o povo da Irlanda, que foi tradicionalmente muito católico, a retomar forças da sua própria história religiosa, dos seus mártires e santos, a começar por São Patrício, um dos seus missionários, que contribuíram muito para a evangelização em várias partes do mundo ao longo da história.

Que sinais de esperança podem ser identificados neste momento de dor, que não atinge apenas a Igreja da Irlanda mas a toda a Igreja?

Antes de tudo, fica uma grande chamada de atenção: não podemos perder a noção da seriedade e gravidade dos factos. O relaxamento dos costumes e da moral é o chão no qual nascem e se desenvolvem, na maior ‘normalidade’, todos os vícios... Por outro lado, a carta é um alerta à vigilância: os pais estejam atentos à educação dos seus filhos e às companhias que frequentam. Antigamente as companhias eram apenas os amigos ou as pessoas próximas; hoje, a ‘companhia’ mais perigosa pode estar dentro de casa, na internet... Por outro lado, na Igreja, a dolorosa verificação dos factos é o caminho necessário para a purificação e a retomada do seu autêntico serviço prestado à humanidade. O poder da graça de Deus é maior que as insídias do Maligno, que semeia a erva daninha no campo da Igreja... Foi Jesus quem falou e isso dá-nos esperança.
...
in http://www.jornalw.org/?cont_=ver2&id=1031&lang=pt

see also Íntegra da carta do Papa

see also Lições de um escândalo

must read O ataque à Igreja (Logos)

É arriscado escrever sobre estas coisas. Não estão na moda
Público, 2010-04-02 (sexta-feira, 2 de Abril de 2010)
José Manuel Fernandes
Não sou crente. Educado na fé católica, passei pelo ateísmo militante e hoje defino-me como agnóstico. Talvez não devesse, por isso, pôr-me a discutir os chamados "escândalos de pedofilia" na Igreja Católica. Até porque não sei se, como escreveu António Marujo neste jornal - no texto mais informado publicado sobre o tema em jornais portugueses -, estamos ou não perante "A maior crise da Igreja Católica dos últimos 100 anos".

Tendo porém a concordar com um outro agnóstico, Marcello Pera, filósofo e membro do Senado italiano, que escreveu no Corriere della Sera que se, sob o comunismo e o nazismo, "a destruição da religião comportou a destruição da razão", a guerra hoje aberta visa de novo a destruição da religião e isso "não significará o triunfo da razão laica, mas uma nova barbárie". Por isso acho importante contrariar muitas das ideias feitas que têm marcado um debate inquinado por muita informação errada ou manipulada.

Vale por isso a pena começar por tentar saber se o problema da pedofilia e dos abusos sexuais - um problema cuja gravidade ninguém contesta, ocorram num colégio católico, na Casa Pia ou na residência de um embaixador - tem uma incidência especial em instituições da Igreja Católica. Os dados disponíveis não indicam que tenha: de acordo com os dados recolhidos por Thomas Plante, professor nas universidades de Stanford e Santa Clara, a ocorrência de relações sexuais com menores de 18 anos entre o clero do sexo masculino é, em proporção, metade da registada entre os homens adultos. É mesmo assim um crime imenso, pois não deveria existir um só caso, mas permite perceber que o problema não só não é mais frequente nas instituições católicas, como até é menos comum. Tem é muito mais visibilidade ao atingir instituições católicas.

Uma segunda questão muito discutida é a de saber se existe uma relação entre o celibato e a ocorrência de abusos sexuais. Também aqui não só a evidência é a contrária - a esmagadora maioria dos abusos é praticada por familiares próximos das vítimas - como o tema do celibato é, antes do mais, um tema da Igreja e de quem o escolhe. Não existiu sempre como norma na Igreja de Roma e hoje esta aceita excepções (no clero do Oriente e entre os anglicanos convertidos). Pode ser que a norma mude um dia, mas provavelmente ninguém melhor do que o actual Papa para avaliar se esse momento é chegado - até porque talvez ninguém, no seio da Igreja Católica, tenha dedicado tanta atenção ao tema dos abusos sexuais e feito mudar tanta coisa como Bento XVI.

Se algo choca na forma como têm vindo a ser noticiados estes "escândalos" é o modo como, incluindo no New York Times, se tem procurado atingir o Papa. Não tenho espaço, nem é relevante para esta discussão, para explicar as múltiplas deturpações e/ou omissões que têm permitido dirigir as setas das críticas contra Bento XVI, mas não posso deixar de recordar o que ele, primeiro como cardeal Ratzinger e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, depois como sucessor de João Paulo II, já fez neste domínio.

Até ao final do século XX o Vaticano não tinha qualquer responsabilidade no julgamento e punição dos padres acusados de abusos sexuais (e não apenas de pedofilia). A partir de 2001, por influência de Ratzinger, o Papa João Paulo II assinou um decreto - Motu proprio Sacramentorum Sanctitatis Tutela - de acordo com o qual todos os casos detectados passaram a ter de ser comunicados à Congregação para a Doutrina da Fé. Ratzinger enfrentou então muitas oposições, pois passou a tratar de forma muito mais expedita casos que, de acordo com instruções datadas de 1962, exigiam processos muito morosos. A nova política da Congregação para a Doutrina da Fé passou a ser a de considerar que era mais importante agir rapidamente do que preservar os formalismos legais da Igreja, o que lhe permitiu encerrar administrativamente 60 por cento dos casos e adoptar uma linha de "tolerância zero".

Depois, mal foi eleito Papa, Bento XVI continuou a agir com rapidez e, entre as suas primeiras decisões, há que assinalar a tomada de medidas disciplinares contra dois altos responsáveis que, há décadas, as conseguiam iludir por terem "protectores" nas altas esferas do Vaticano. A seguir escolheu os Estados Unidos - um dos países onde os casos de abusos cometidos por padres haviam atingido maiores proporções - para uma das suas primeiras deslocações ao estrangeiro e, aí (tal como, depois, na Austrália), tornou-se no primeiro chefe da Igreja de Roma a receber pessoalmente vítimas de abusos sexuais. Nessa visita não evitou o tema e referiu-se-lhe cinco vezes nas suas diferentes orações e discursos.

Agora, na carta que escreveu aos cristãos irlandeses, não só não se limitou a pedir perdão, como definiu claramente o comportamento dos abusadores como "um crime" e não apenas como "um pecado", ao contrário do que alguns têm escrito por Portugal. Ao aceitar a resignação do máximo responsável pela Igreja da Irlanda também deu outro importante sinal: a dureza com que o antigo responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé passou a tratar os abusadores tem agora correspondência na dureza com que o Papa trata a hierarquia que não soube tratar do problema e pôr cobro aos crimes.

De facto - e este aspecto é muito importante - a ocorrência destes casos de abusos sexuais obriga à tomada de medidas pelos diferentes episcopados. Quando isso acontece, a situação muda radicalmente. Nos Estados Unidos, país onde primeiro se conheceu a dimensão do problema, a Conferência de Dallas de 2002 adoptou uma "Carta para a Protecção de Menores de Abuso Sexual" que levaria à expulsão de 700 padres. No Reino Unido, na sequência do Relatório Nolan (2001), acabou-se de vez com a prática de tratar estes assuntos apenas no interior da Igreja, passando a ser obrigatório dar deles conta às autoridades judiciais. A partir de então, como notava esta semana, no The Times, William Rees-Mogg, a Igreja de Inglaterra e de Gales "optou pela reforma, pela abertura e pela perseguição dos abusadores em vez de persistir no segredo, na ocultação e na transferência de paróquia dos incriminados".

Bento XVI, que não despertou para este problema nas últimas semanas, não deverá precipitar decisões por causa desta polémica. No passado domingo, durante as cerimónias do Domingo de Ramos, pediu aos crentes para não se deixarem intimidar pelos "murmúrios da opinião dominante", e é natural que o tenha feito: se a Igreja tivesse deixado que a sua vida bimilenar fosse guiada pelo sentido volátil dos ventos há muito que teria desaparecido.

Ao mesmo tempo, como assinalava John L. Allen, jornalista do National Catholic Reporter, em coluna de opinião no New York Times, "para todos os que conhecem a experiência recente do Vaticano nesta matéria, Bento XVI não é parte do problema, antes poderá ser boa parte da solução".

Uma demonstração disso mesmo pode ser encontrada na sua primeira encíclica, Deus Caritas Est, de 25 de Dezembro de 2005, ano em que foi eleito. Boa parte dela ocupa-se da reconciliação, digamos assim, entre as concepções de "eros", o termo grego para êxtase sexual, e de "ágape", a palavra que o cristianismo adoptou para designar o amor entre homem e mulher. Se, como referia António Marujo na sua análise, o teólogo Hans Küng considera que existe uma "relação crispada" entre catolicismo e sexualidade, essa encíclica, ao recuperar o valor do "eros", mostra que Bento XVI conhece o mundo que pisa.

Por isso eu, que nem sou crente, fui informar-me sobre os casos e sobre a doutrina e escrevi este texto que, nos dias inflamados que correm, se arrisca a atrair muita pedrada. Ela que venha.

José Manuel Fernandes, Público.
in cocanha

see also APFN and Zimbórios

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Encontro com Aura Miguel - Convite

Convite (Fundação MARIA ULRICH)

Para preparar a vinda do Papa Bento XVI ao nosso país no próximo mês de Maio, a Fundação convida-o para um encontro com a senhora Drª Aura Miguel no dia 18 de Fevereiro, pelas 21.30H, na sua sede.

Rua Silva Carvalho, 240 (junto às Amoreiras)
Lisboa
Tel. 213882110; 966969620
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in http://o-povo.blogspot.com/2010/02/encontro-com-aura-miguel.html
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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Visita do Papa a Portugal

PROGRAMA
11 de Maio de 2010
Lisboa
11h00 – Chegada ao aeroporto da Portela.
12h45 - Cerimónia de boas vindas, no Mosteiro dos Jerónimos
13h30 - Visita de cortesia ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no Palácio de Belém
18h15 - Celebração da Missa, Terreiro do Paço

12 de Maio de 2010
Lisboa
10h00 – Encontro com o mundo da cultura, no Centro Cultural de Belém
12h00 - Encontro com o Primeiro-Ministro, na Nunciatura Apostólica.
16h40 – Partida de helicóptero para Fátima

Fátima
17h30 - Chegada à Capelinha das Aparições
18h00 – Vésperas com padres, religiosos, seminaristas e diáconos na igreja da Santíssima Trindade
21h30 - Recitação do Rosário e a Procissão das Velas. Eucaristia presidida pelo Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano

13 de Maio de 2010
Fátima
10h00 – Missa da Peregrinação Internacional Aniversária
13h00 - Almoço com os Bispos de Portugal
17h00 - Encontro com os membros de organizações da Pastoral Social, na igreja da Santíssima Trindade
18h45 – Encontro com os Bispos de Portugal, na Casa de Nossa Senhora do Carmo

14 de Maio de 2010
Fátima
08h00 – Despedida da Casa de Nossa Senhora do Carmo

Porto
09h30 - Chegada ao heliporto da Serra do Pilar, em Gaia
10h15 – Missa na Avenida dos Aliados.
13h30 – Cerimónia de despedida no Aeroporto Internacional do Porto,
14h00 – Partida do avião da TAP
in http://www.bentoxviportugal.pt/programa.asp

domingo, 3 de janeiro de 2010

SE QUISERES CULTIVAR A PAZ, PRESERVA A CRIAÇÃO


MENSAGEM DE SUA SANTIDADE BENTO XVI
PARA A CELEBRAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA PAZ
1 DE JANEIRO DE 2010

SE QUISERES CULTIVAR A PAZ, PRESERVA A CRIAÇÃO
1. Por ocasião do início do Ano Novo, desejo expressar os mais ardentes votos de paz a todas as comunidades cristãs, aos responsáveis das nações, aos homens e mulheres de boa vontade do mundo inteiro. Para este XLIII Dia Mundial da Paz, escolhi o tema: Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação. O respeito pela criação reveste-se de grande importância, designadamente porque «a criação é o princípio e o fundamento de todas as obras de Deus» e a sua salvaguarda torna-se hoje essencial para a convivência pacífica da humanidade. Com efeito, se são numerosos os perigos que ameaçam a paz e o autêntico desenvolvimento humano integral, devido à desumanidade do homem para com o seu semelhante – guerras, conflitos internacionais e regionais, actos terroristas e violações dos direitos humanos –, não são menos preocupantes os perigos que derivam do desleixo, se não mesmo do abuso, em relação à terra e aos bens naturais que Deus nos concedeu. Por isso, é indispensável que a humanidade renove e reforce «aquela aliança entre ser humano e ambiente que deve ser espelho do amor criador de Deus, de Quem provimos e para Quem estamos a caminho».
...
in http://www.zenit.org/rssportuguese-23577

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Papa denuncia egoísmo e especulação na questão alimentar

Bento XVI diz que é preciso rever os mecanismos actuais para conseguir a segurança alimentar

O Papa Bento XVI denunciou esta segunda-feira, em Roma, o egoísmo e a especulação em relação aos alimentos, considerados uma mera mercadoria. As declarações de Bento XVI foram feiras num discurso perante mais de 60 chefes de Estado e de governo na cimeira contra a fome convocada pela FAO, organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura, citado pela agência France Press.

«Persistem modelos alimentares dominados pelo egoísmo, o que levou à especulação no mercado dos cereais, onde o alimento é considerado uma mera mercadoria», afirmou o Papa.

«Esta cimeira demonstra que os mecanismos actuais para conseguir a segurança alimentar são frágeis e é necessários revê-los», alertou.

O chefe da Igreja católica criticou ainda o facto de a fome ser considerada «um fenómeno estrutural, parte integrante da realidade sócio-política dos países frágeis, visto com resignação e até com indiferença».

«A fome é o sinal mais cruel e mais concreto da pobreza», declarou, criticando ainda os subsídios concedidos pelos países ricos aos seus produtores e pedindo que o acesso ao mercado internacional dos produtos provenientes dos países pobres seja facilitado como medida para combater a fome e a pobreza no mundo.




Bancos Alimentares realizam mais uma Campanha de recolha de alimentos em 28 e 29 de Novembro
APELO À SOLIDARIEDADE E PARTILHA COM OS MAIS NECESSITADOS
Numa altura em que a solidariedade é mais do que nunca necessária, os Bancos Alimentares Contra a Fome voltam a apelar, no próximo fim-de-semana, à generosidade de toda a sociedade civil em mais uma campanha de recolha de alimentos.
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