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sábado, 15 de junho de 2019

Deus é bom <> o tempo todo



As dádivas de Deus me são confiadas.


1. Todas as coisas te são dadas. A confiança de Deus em ti é sem limites. Ele conhece o Seu Filho. Ele dá sem exceções, sem nada guardar que possa contribuir para a tua felicidade. E, no entanto, a menos que a tua vontade seja una com a Sua, as Suas dádivas não são recebidas. Mas o que te faria pensar que há outra vontade que não A de Deus?

2. Aqui está o paradoxo sobre o qual se baseia a feitura do mundo. Esse mundo não é a Vontade de Deus e assim não é real. Entretanto, aqueles que pensam ser ele real, ainda não podem deixar de acreditar que existe outra vontade que conduz a efeitos opostos àqueles que são a Sua Vontade. Isso, na verdade, é impossível, mas toda mente que contempla o mundo e o julga como certo, sólido, digno de confiança e verdadeiro, acredita em dois criadores ou em um só: ele próprio sozinho. Mas nunca em um único Deus.

3. As dádivas de Deus não são aceitáveis para ninguém que mantenha essas estranhas crenças. Ele não pode deixar de acreditar que aceitar as dádivas de Deus, por mais evidentes que venham a ser, por maior que seja a urgência com que é chamado a reivindicá-las como suas, é ser pressionado à traição de si mesmo. Ele tem que negar a sua presença, contradizer a verdade e sofrer para preservar o mundo que fez.

4. Aqui está o único lar que ele pensa que conhece. Aqui está a única segurança que acredita poder achar. Sem o mundo que fez, ele é um proscrito, sem lar e cheio de medo. Não reconhece que é aqui que ele é, de fato, cheio de medo e também sem lar; um pária vagando tão longe de casa, há tanto tempo fora que não reconhece que esqueceu-se de onde veio, para onde vai e até mesmo quem realmente é.

5. Entretanto, nas suas divagações solitárias e sem sentido, as dádivas de Deus vão com ele, desconhecidas para ele. Ele não pode perdê-las. Mas não olhará para o que lhe é dado. Continua a vagar, ciente da futilidade que vê em toda parte à sua volta, percebendo o quanto a sua pouca sorte definha à medida que avança para ir a lugar nenhum. Mesmo assim, continua a vagar na miséria e na pobreza, sozinho embora Deus esteja com ele, com um tesouro tão grande que tudo o que o mundo contém é sem valor diante da sua magnitude.

6. Ele parece uma figura lamentável: exaurida, cansada, em farrapos, cujos pés sangram um pouco devido à estrada pedregosa em que caminha. Não há ninguém que não tenha se identificado com ele, pois todos aqueles que aqui vêm perseguiram a rota que ele segue e sentiram a derrota e a desesperança como ele as está sentindo. Mas, seria ele realmente trágico, quando vês que ele está seguindo o caminho que escolheu e que precisa apenas reconhecer Quem caminha com ele e abrir os seus próprios tesouros para ser livre?

7. Esse é o ser que tu escolheste, aquele que fizeste como uma substituição da realidade. Esse é o ser que defendes com fúria contra toda razão, toda evidência e todos os testemunhos comprovados que mostram que esse não é o que tu és. Tu não lhes dás ouvidos. Continuas no caminho designado por ti, com os olhos baixos porque tens medo de captar um vislumbre da verdade, ser liberado do autoengano e posto em liberdade.

8. Tu te encolhes medrosamente com receio de sentir o toque de Cristo no teu ombro e perceber a Sua mão gentil dirigindo-te para contemplar as tuas dádivas. Como, então, poderias proclamar a tua pobreza no exílio? Ele te faria rir dessa percepção de ti mesmo. Então, onde estaria a autopiedade? E o que aconteceria com toda a tragédia que buscaste trazer àquele a quem Deus só tencionava alegrias?

9. O teu antigo medo veio a ti agora e a justiça, enfim, te alcançou. A mão de Cristo tocou o teu ombro e sentes que não estás sozinho. Pensas até que o ser miserável que acreditaste ser o que tu és, possa não ser a tua Identidade. Talvez o Verbo de Deus seja mais verdadeiro do que o teu. Talvez as Suas dádivas para contigo sejam reais. Talvez Deus não tenha sido totalmente ludibriado pelo teu plano de manter o Seu Filho em profundo esquecimento e seguir o caminho que escolheste sem o teu Ser.

10. A Vontade de Deus não se opõe. Meramente é. Não é a Deus que aprisionaste no teu plano para perder o teu Ser. Ele desconhece um plano tão alheio à Sua Vontade. Houve uma necessidade que Ele não compreendeu, à qual deu uma Resposta. Isso é tudo. E tu, que tens essa Resposta que te foi dada, não tens necessidade de mais nada além disso.

11. Agora vivemos pois agora não podemos morrer. O desejo de morte foi respondido e o olhar que o contemplava foi substituído pela visão que percebe que tu não és o que pretendes ser. Alguém anda contigo, Que responde gentilmente a todos os teus medos com esta única réplica misericordiosa: “Isso não é assim”. Ele aponta para todas as dádivas que tens toda vez que o pensamento da pobreza te oprime e fala do Seu Companheirismo quando te percebes solitário e amedrontado.

12. Entretanto, Ele ainda te lembra de mais uma coisa que havias esquecido. Pois o Seu toque fez com que sejas igual a Ele. As dádivas que tens, não são só para ti. O que Ele veio te dar, agora tu tens que aprender a dar. Essa é a lição que a Sua doação contém, pois Ele te salvou da solidão que buscaste fazer para esconder-te de Deus. Ele te lembrou de todas as dádivas que Deus te tem dado. Ele também fala do que vem a ser a tua vontade quando aceitas essas dádivas e reconheces que são tuas.

13. As dádivas são tuas, confiadas aos teus cuidados para dar a todos aqueles que escolheram a estrada solitária da qual escapaste. Eles não compreendem que apenas perseguem os seus próprios desejos. Agora és tu quem lhes ensina. Pois aprendeste com Cristo que há outro caminho para que sigam. Ensina a eles, mostrando-lhes a felicidade que vem àqueles que sentem o toque de Cristo e reconhecem as dádivas de Deus. Não deixes o pesar tentar-te a ser infiel para com a tua confiança.

14. Os teus suspiros passarão agora a trair as esperanças daqueles que olham para ti em busca da sua liberação. As tuas lágrimas são as suas. Se estás doente, estás apenas recusando-lhes a sua cura. Aquilo de que tens medo apenas lhes ensina que seus medos são justificados. A tua mão vem a ser aquela que dá o toque de Cristo; a mudança da tua mente vem a ser a prova de que aquele que aceita as dádivas de Deus jamais pode sofrer coisa alguma. A função de liberar o mundo da dor te foi confiada.

15. Não a traias. Passa a ser a prova viva do que o toque de Cristo pode oferecer a todos. Deus confiou todas as Suas dádivas a ti. Na tua felicidade, sê tu a testemunha de como vem a ser transformada a mente que escolhe aceitar as Suas dádivas e sentir o toque de Cristo. Essa é a tua missão agora. Pois Deus confia a doação das Suas dádivas a todos aqueles que as receberam. Ele compartilhou a Sua alegria contigo. E agora vais compartilhá-la com o mundo.

fonte: ACIM Lição 166



domingo, 8 de maio de 2011

Eu Sou Aquele que Sou (Deus É)

Deus é a plenitude do Ser e de toda perfeição

A partir do ensinamento do Catecismo da Igreja Católica, iniciamos breves catequeses sobre nossa profissão de fé: o Credo, o "Eu Creio".

"Creio em Deus" é a primeira e fundamental afirmação de nossa fé.

Cremos num só Deus. Só existe um Deus, como Ele próprio revelou ao seu povo, o povo de Israel: "Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é o único Senhor! Portanto, amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força" (Dt, 4-6). Fora d Ele não há outros deuses.

Este é também o ensinamento de Jesus: só há "o único Senhor". É preciso amá-Lo de todo o coração, com toda a alma, com todo o espírito e com todas as forças (Mc 12, 29-30).

Este único Deus revelou, um dia, a seu povo, Israel, o seu nome. Como diz o Catecismo da Igreja Católica, "o nome exprime a essência, a identidade da pessoa e o sentido de sua vida. Deus tem um nome... Desvendar o próprio nome é dar-se a conhecer aos outros".

Deus se revelou progressivamente ao seu povo com diversos nomes. Mas, a revelação fundamental de seu nome se deu no monte Sinai. Deus chama Moisés do meio de uma sarça que queima sem consumir-se e diz: "Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó" (Ex 3,6). É ele o Deus dos antepassados de Israel. Aquele que guiara os patriarcas em suas peregrinações.

E Moisés disse a Deus: "Quando eu for aos filhos de Israel e disser: “O Deus de vossos pais me enviou até vós” e me perguntarem: “Qual é o seu nome?”, que direi?" Disse Deus a Moisés: "Eu sou Aquele que é". Disse mais: "Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou até vós... Este é o meu nome para sempre, e esta será a minha lembrança de geração em geração" (Ex 3,13-15).

Eu Sou Aquele que sou, isto é, "Eu sou o Deus de teus pais" (Ex.3,6). "Eu estarei contigo" (Ex 3,12). Eu sou aquele que estou presente junto ao meu povo para salvá-lo.

Eu Sou Aquele que Sou se traduz em hebraico pela palavra Iahweh. Este é o nome inefável de Deus.

Por respeito à santidade desse nome, o povo de Israel jamais pronuncia o nome Iahweh. Substitui por outro Adonai, que significa Senhor.

Deus se manifestou a Moisés como o Deus de ternura e compaixão (Ex 34,6). Moisés confessa que ele é o Deus que perdoa (Ex 34,9). É "rico em misericórdia" (Ef 2,4), como fala o apóstolo Paulo.

Eu Sou Aquele que Sou significa também que Deus é a plenitude do Ser e de toda perfeição. É o próprio ser. Não tem origem nem fim. Ao passo que as criaturas receberam dele todo o seu ser e o seu ter.
Dom José Freire Falcão
Cardeal Arcebispo Emérito de Brasília
29/07/2005 - 15h21
fonte: Canção Nova