10 de outubro de 2010 • 16h41 • atualizado às 17h13
O papa Bento XVI fez um apelo neste domingo às três religiões presentes no Oriente Médio, islã, judaísmo e cristianismo, para que promovam valores que excluam a violência, ao iniciar os trabalhos de um Sínodo sobre a região na basílica de São Pedro, no Vaticano.
Esta é a primeira vez que o Sínodo sobre o Oriente Médio conta com a participação de líderes judeus e muçulmanos.
"As três principais religiões presentes no Oriente Médio devem promover os valores culturais e espirituais que unam as pessoas e excluir qualquer forma de violência", afirmou o Papa durante a missa que deu início aos trabalhos do Sínodo na Basílica de São Pedro.
Durante a missa celebrada ao lado dos "padres sinodais" (participantes), Bento XVI voltou a dizer que a paz é "indispensável" para um "desenvolvimento harmonioso" de todos os habitantes dos países da área, alguns dos quais passam por "uma situação social e política delicada, às vezes dramática ".
A mensagem do pontífice às três religiões acontece num momento em que vários países assistem a um fortalecimento do fundamentalismo islâmico.
Bento XVI também pediu a contribuição da comunidade internacional, que deve "apoiar uma via confiável, leal e construtiva em direção à paz".
O principal objetivo desta reunião é examinar os maiores desafios a serem enfrentados pelos católicos do Oriente Médio, região duramente afetada pelas tensões políticas e religiosas.
As condições de vida geralmente precárias das minorias cristas na região levaram muitos a imigrar e agora o Oriente Médio conta com apenas 20 milhões de cristãos, dos quais 5 milhões de católicos, do total de 356 milhões de habitantes.
O diálogo com as outras religiões, judaísmo e islã, no qual os cristãos podem ter um papel-chave, segundo a Igreja, é outro dos principais temas do encontro.
O árabe será um dos idiomas oficiais do Sínodo, que conta com 185 prelados, sendo que uma centena proveniente do Oriente Médio, e tem a presença de líderes das Igrejas copta, maronita, melkita, siríaca, caldeia e armênia, e do patriarca latino de Jerusalém.
Dois importantes representantes do islamismo, entre eles o aiatolá iraniano Seyed Mostafa Mohaghegh Ahmadabadi, e o líder judeu, o rabino David Rosen, diretor de Assuntos Interreligiosos do Comitê Judeu Internacional, foram convidados pelo papa para a reunião em 14 e 13 de outubro.
O Sínodo será encerrado no dia 24 depois de duas semanas de debates a portas fechadas.