«Não tenhais medo.»
Assim começa o grande diálogo entre o Céu e os homens,
no encontro da Mãe de Deus
com os três pequenos pastores de Aljustrel.
Que grande sinal de esperança nos é dado
desta maneira tão humana e tão próxima ao nosso coração.
Vivemos assustados, a vida mete-nos medo,
em cada ontem sofrido,
em cada hoje desiludido,
em cada amanhã desconhecido.
Vivemos sedentos de certezas, de segurança e de paz.
Vivemos inquietos com o que nos falta
insatisfeitos com o que temos,
preocupados com o que viremos a ter.
Mas este medo, que é também o meu, tem uma solução
que não sendo minha, depende de mim.
Chama-se confiança, chama-se entrega, chama-se Cristo.
Ninguém me ama como Ele: eu sei!
Ninguém me quer tanto bem como Ele: eu sei!
Ninguém me é mais próximo do que Ele: eu sei!
Porém, duvido, hesito… e adio a minha entrega.
Que desperdício, que desconsolo, que ingratidão!
Com a felicidade à distância de um sim,
tropeço na minha ilusão de liberdade
e não arrisco esse único passo que me pode libertar
das minhas angústias, dos meus medos… de mim.
Diz-me hoje, uma vez mais, Senhor:
«não tenhas medo!»
Rui Corrêa d’Oliveira
fonte: Rádio Renascença
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